Estudo de Acessibilidade da cidade de Arambaré/RS com o software UrbanMetrics

Por Cassius Baumgarten
O modelo utilizado nesse trabalho para a análise consiste no modelo de centralidade por proximidade, que permite o cálculo da medida de acessibilidade, que pode ser definida como a vantagem de um lugar no que se refere a superar alguma forma de espacialidade que atue como fonte de fricção. A acessibilidade está relacionada à distância relativa entre as células que formam o sistema, estando intuitivamente associada à ideia de proximidade e de facilidade de alcance, de modo que os espaços mais acessíveis comportariam um número maior de atividades e maiores movimentos.

O estudo de caso ocorreu no Munícipio de Arambaré, região centro sul do estado do Rio Grande do Sul, onde foi proposto um modo simplificado para medir a acessibilidade, através da representação da cidade pelas suas ruas, desenhadas como linhas (Imagem 01). Considerando o tamanho geométrico de cada linha e suas conexões, está utilizado por um programa de computador UrbanMetrics, mediante a grandeza que pode ser chamada de acessibilidade geométrica, calculadas pelas distâncias de cada rua em relação a todas as outras e depois pelo somatório dessas distâncias, restando um valor para cada rua ou linha.

Por Cassius Baumgarten

Imagem 01: Input, desenhado com linhas quadra a quadra

Estando deste modo, a cidade pode ser desenhada através de linhas, que representam suas ruas, sendo gerada uma diferenciação espacial dessas ruas pela acessibilidade que se agrega a cada uma delas, resultando num conjunto hierárquico de maiores valores geométrica. São justamente esses valores menores que, neste trabalho, estão denominados de (des)acessibilidade, o que interessa particularmente nas bordas da cidade. Mencionados os conceitos de acessibilidade e (des)acessibilidade geométrica de borda, foram realizados estudos com a cidade de Arambaré.

Os tipos de ocupação estão identificados por observação do tecido urbano, em imagens de satélite do GoogleEarth, diretamente no computador. A Imagem 02 apresentam os resultados, capturados de telas do programa de computador UrbanMetrics.

Por Cassius Baumgarten

Imagem 02: Resultado de Acessibilidade.

O estudo com a medida de acessibilidade geométrica realizado para este trabalho permite realizar observações principais, que servem como conclusões:

Os valores de menor acessibilidade geométrica podem ser usados como descritores de uma faixa de borda externa nas cidades, carregando informações morfológicas e socioespaciais;

A borda da cidade parece conter dois tipos de apropriação, contraditoriamente integradas, em lugares de menor acessibilidade podem ser encontradas as chamadas periferias urbanas, que ocupam esses lugares por não conseguirem consumir espaços com maior qualidade urbana e  também podem ser encontrados loteamentos para população de renda mais elevada, que deliberadamente escolhe esses lugares como alternativa de localização para morar na cidade, de modo a evitar os centros urbanos, frequentemente poluídos, com problemas de mobilidade e de  infraestrutura; essa opção de morar mais distante dos demais pontos da cidade, frequentemente em urbanizações fechadas, é que que está denominada de autoexclusão socioespacial.