Reinicio das aulas
A Coordenação e secretaria do Curso de Medicina Veterinária dão boas vindas aos calouros e veteranos de Medicina Veterinária!
No dia 15 de Março iniciam as aulas de disciplinas totalmente remotas e no dia 29 de Março as aulas de disciplinas que são híbridas.
Que este ano seja mais proveitoso e que reflitamos e executemos a empatia.
Transcrevo o texto de TATI FUKAMATI
Vivemos hoje um momento de transição, no qual nós, como humanidade, lutamos para superar velhos modelos e viver de forma mais equilibrada e feliz. Todos queremos um mundo com menos guerras, violência, desigualdades, injustiças. Todos queremos um mundo mais pacífico, justo, colaborativo e sustentável. E para que esse novo mundo possa florescer e se sustentar, uma série de novas competências serão exigidas de nós. A empatia é umas das principais.
A empatia nada mais é que a nossa capacidade de se colocar no lugar do outro, enxergar o mundo pelos seus olhos e compartilhar seus sentimentos. É a nossa capacidade de dar um mergulho no universo de outra pessoa, grupo ou personagem, compreender suas perspectivas e sentir “junto”. Quase todos os seres humanos são biologicamente equipados para expressar empatia, mas será que de fato o estamos fazendo na forma e frequência que deveríamos?
Os maiores desafios da atualidade (guerras, lutas de poder, pobreza, mudanças climáticas…) são sistêmicos e estão absolutamente interconectados e, muitos deles, têm a falta de empatia como uma de suas causas centrais. Muitos de nós são incapazes de se colocar no lugar do inimigo durante uma guerra; temos sérias dificuldades em aceitar aqueles que têm posições políticas ou religiosas diferentes das nossas; evitamos enxergar de verdade pessoas em profunda situação de pobreza ou doença; dificilmente visualizamos quais serão as consequências de nossas ações e hábitos para as futuras gerações.
Mas se a falta de empatia é uma das causas centrais, resgatá-la pode configurar também um dos principais caminhos para ação. Exercendo um olhar mais empático, poderemos ser capazes de ver nosso inimigo como um ser humano que também sofre; compreender e respeitar posições e perspectivas diferentes das nossas; lutar por uma sociedade mais justa e igualitária; levar em consideração as consequências de nossas ações até para as futuras gerações.
Fazendo uma analogia, podemos ver a empatia como um verdadeiro “ponto de acupuntura” da sociedade. Na medicina chinesa, os pontos de acupuntura são regiões do corpo onde existem muitas terminações nervosas e grande circulação de energia. Ao ativá-los, todas essas terminações e fluxos energéticos também são ativados e as consequências positivas não se restringem a apenas um sintoma específico, mas afetam também a energia do corpo como um todo. Ao ativarmos a empatia como uma competência que é um verdadeiro “ponto de acupuntura”, não recuperamos apenas a capacidade de se colocar no lugar do outro, mas estamos sistemicamente colaborando para a solução de muitos dos problemas atuais.
Precisamos olhar para a empatia não somente como uma competência que nos torna melhores profissionais ou como uma ferramenta para aprofundar nossas relações pessoais. A empatia pode (e deve) ser vista como competência fundamental para reconstruir relações entre pessoas, entre grupos e entre seres humanos e a natureza, e como uma das chaves para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e pacífica.
Podemos considerar a empatia como um dos mais importantes “superpoderes” a serem desenvolvidos pela humanidade. Um superpoder que não apenas nos torna mais fortes e inteligentes, mas que, principalmente, nos torna mais humanos. Um superpoder que, certamente, nos ajudará a fazer a transição para o mundo em que realmente queremos viver.
Publicado em 14/03/2021, na categoria Notícias.