Você sabia que os preconceitos geram desigualdade e violência?
Não falar de gênero e sexualidade sempre foi uma das principais formas de excluir a população LGBTQIA+. Bem como formas de censura e o discurso de ódio aos corpos que não são considerados “normais”.
Assim, surgem os preconceitos que servem para manter essas regras que a sociedade inventou, por exemplo: que meninos usam azul e meninas usam rosa, que homens não podem chorar, que homens devem gostar de mulheres e mulheres de homens, que identidade de gênero está relacionado apenas com genitais, entre tantas outras. Isso não representa a realidade.
Atualmente a comunidade LGBTQIA+
tem conquistado espaços e direitos, em uma luta constante contra a violência e o ódio. Hoje existem leis que criminalizam esses preconceitos e já é possível o casamento entre pessoas LGBTQIA+ e a adoção, por exemplo. O cenário mudou muito desde a revolução de Stonewall em 1969, que influenciou os movimentos LGBTQIA+ que conhecemos hoje em dia.
Qual a importância das Políticas Públicas para a comunidade LGBTQIA+?
As políticas públicas são importantes pois trazem mudanças. Podem contribuir para a redução das desigualdades, ao investir em ações e programas dirigidos a grupos que precisam. Mas também podem reforçar as desigualdades, quando ignoram ou, até mesmo, atacam esses grupos.
Ao olhar para áreas como educação, segurança, trabalho, assistência social, previdência social e saúde, vemos que as políticas públicas voltadas para o combate aos preconceitos e à garantia de direitos para a população LGBTQIA+ são pouco eficientes ou até mesmo inexistentes, embora estejam previstas em leis e ações do governo federal e dos governos estaduais e municipais. Infelizmente, as ações ainda privilegiam políticas que negam as desigualdades sociais relacionadas à identidade de gênero, raça e orientação sexual.
Avançamos muito em relação às discussões e conquistas de políticas públicas voltadas aos direitos da comunidade LGBTQIA+, mas ainda temos muito o que progredir. Principalmente agora que as pessoas estão assumindo publicamente seus preconceitos.
Quantas pessoas LGBTQIA+ tem suas histórias circulando pelas cidades do mundo? Quantas dão nome a ruas? E escolas?
Essas políticas trazem muitos debates, pois existem vários grupos que lutam para invisibilizar as narrativas das pessoas LGBTQIA+. As políticas de reconhecimento vão chamar atenção para questões mais subjetivas de nossa sociedade, como identidade e pertencimento. O que queremos dizer: as políticas de reconhecimento são ações que envolvem empatia, que buscam que as pessoas se coloquem no lugar do outro, entendendo que todas/os/us têm particularidades, tem direito de existir e direito à memória.
Um exemplo de política de reconhecimento e representatividade para comunidade LGBTQIA+ pelotense, é a placa com o nome da ativista e educadora Juliana Martinelli, que foi inaugurada em 29 de janeiro de 2019.
A placa com a frase ‘’Esquina Travesti Juliana Martinelli: educadora social e militante da causa LGBT’’, foi colocada entre as ruas Barão de Santa Tecla e Doutor Cassiano, na região central de Pelotas. Esta foi roubada depois da inauguração.
As notícias sobre a placa foram comentadas por muita gente, muitas pessoas elogiaram e outras se mostraram descontentes com a homenagem. Nas redes sociais usaram xingamentos como: ‘’traveco’’, ‘’putas’’, ‘’cidade de viado’’, ‘’piada’’, ‘’vergonha’’, ‘’triste’’ e ‘’só Jesus nessa causa’’.
Estes comentários nos mostram como a LGBTQIA+fobia é presente em nossa sociedade. As pessoas LGBTQIA+ sempre (re)existiram e, quase nunca, são representadas na história e cultura de suas cidades.
Isto precisa mudar!
É por meio destas políticas que estas mudanças acontecem.
Você precisa fazer login para comentar.