O que é conflito?
Quando procuramos pelo significado da palavra “conflito” no dicionário a encontramos definida como um substantivo masculino que denota profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes, ou gerações; e, por extensão, choque, enfrentamento.
Mas será que se restringe somente a estas definições?
Será que não pode ser uma palavra adjetivada?
Será que o conflito é sempre masculino?
Questionamentos como estes foram levantados na disciplina intitulada Antropologia em contextos de conflitos, ofertada de forma optativa ao Bacharelado em Antropologia e à Pós Graduação em Antropologia e Arqueologia na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ministrada pela Profª Louise Prado Alfonso. A turma foi formada por estudantes da geografia, arquitetura, antropologia, arqueologia e turismo, da pós-graduação e da graduação, o que propiciou debates multidisciplinares, a partir de diferentes olhares.
A exposição Conflitos: cidades que constroem a cidade surge em uma parceria entre o Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais – LEUR e o Grupo de Estudos Etnográficos Urbanos – GEEUR, por meio do projeto de pesquisa Margens: Grupos em processos de exclusão e suas formas de habitar Pelotas.
As apresentações visuais aqui expostas (fotos, desenhos, colagens) são frutos dos debates da disciplina em diálogo com o tema do SEUR – Seminário de Estudos Urbanos e Regionais, de forma a apresentar diferentes perspectivas sobre o que é conflito.
A ideia de conflito que buscamos apresentar aqui é aquele intrínseco às práticas de sociabilidade que permeiam as relações entre pessoas, grupos, comunidades, coisas, humanos e não-humanos, que compõem a cidade. Onde pessoas lutam por seu direito à cidade, pelo direito de fazê-la, de habitá-la. E assim, a constroem em seus cotidianos, como um emaranhado de coisas e significados.
Os conflitos emergem do embates de ideias, das tensões de diferentes grupos, classes sociais e se revelam em contradições, contrastes, que nem sempre são visíveis a olho nu. Por vezes, são extremamente sutis, como algumas relações de poder e liames políticos. Cabe destacar ainda que ultrapassam, muitas vezes, a própria noção de tempo: o passado está bem ali na esquina, dormindo sob uma marquise.
O conflito é evidenciado o tempo todo: na grafia em um muro, no baú de uma moto, num beijo em praça pública, navegando por aí… Em relações desiguais, de lutas, de estratégias, de negociações, de resistência, de ressignificações. Enfim, de diversas naturezas, mas constroem a cidade.
Que outros conflitos caberiam nesta exposição?
Algumas cenas apresentadas te lembram outras cidades?
Como se evidencia o conflito na tua cidade pra ti?
Que conflitos enxergas no teu cotidiano?
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