Projetos

Análise e conservação curativa do acervo arqueológico de natureza metálica das missões jesuíticas

Ferragens da porta lateral da Igreja de São João Batista localizada nos sete povos das missões, após tratamento de conservação-arqueológica.

A Argentina, o Brasil e o Paraguai compartilham as ruínas arquitetônicas dos Trinta Povos Jesuíticos, evidências do nosso rico patrimônio missioneiro dos séculos XVII e XVIII. Cada um destes países tem desenvolvido diversas estratégias de preservação dos remanescentes arqueológicos, com maior ou menor êxito. Os sítios arqueológicos missioneiros presentes no Rio Grande do Sul foram objeto de diversos estudos e pesquisas arqueológicas, principalmente pela equipe do Dr. Arno A. Kern, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), durante mais de uma década. Consequentemente, um considerável número de objetos históricos foi incorporado aos acervos regionais. Entre estes, muitos ainda precisam de conservação e/ou restauração para assegurar a sua permanência e a necessária interpretação e extroversão. Este Projeto tem como objetivo recuperar a coleção de artefatos metálicos provenientes de escavações arqueológicas nas Missões jesuíticas no Rio Grande do Sul, salvaguardadas pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O projeto visa conservar os componentes materiais, informacionais e simbólicos do acervo metálico existente no depósito do Laboratório de Arqueologia de São Miguel das Missões, possibilitando a manutenção, pesquisa e extroversão deste valioso patrimônio histórico. A metodologia a ser empregada é a seguinte: análises diversas (RH, cloretos, incrustações, luz ultravioleta, iluminação rasante); registro fotográfico; aplicação de diversas técnicas de tratamento (tratamento galvânico, eletrólise, limpeza manual e mecânica, limpeza química, inibição de corrosão, impermeabilização); acondicionamento com materiais inertes; recomendações de conservação preventiva (acondicionamento, manipulação, valores de temperatura, de umidade relativa e de iluminação, vitrines). A história de um povo deve ser conhecida e conservada, pois é a base da identidade que formou esta mesma sociedade.

Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.

Gerenciamento do acervo histórico e arqueológico do Museo del Patrimonio Regional de Rivera (Uruguay)

Diálogo entre a equipe do LÂMINA e o do Museu .

Este projeto objetiva a melhora do gerenciamento das coleções históricas e arqueológicas salvaguardadas no Museo del Patrimonio Regional da cidade de Rivera (Departamento de Rivera, Uruguai), incluindo a capacitação de funcionários, a avaliação dos ambientes de guarda e exposição e do estado de conservação das coleções, a melhora das Reservas Técnicas e a implementação de uma Reserva Técnica Visitável e de um Laboratório de Conservação de Materiais Históricos e Arqueológicos.

Situação: Em andamento; Natureza: Extensão.

Capacitação em conservação preventiva e curativa de acervos arqueológicos

Júlia Braga, aluna do curso de arqueologia, realizando atividades de conservação preventiva.

Desenvolvimento de atividades de capacitação de técnicos e profissionais ligados à gestão de acervos museais (arqueólogos, museólogos, antropólogos, conservadores-restauradores, historiadores) sobre a conservação preventiva, conservação curativa, restauro, acondicionamento e exibição de coleções históricas e arqueológicas. Estas atividades estão sendo desenvolvidas desde o ano 2013 nos museus pertencentes ao Sistema de Museos de Colonia del Sacramento (Departamento de Colonia, Uruguay). A capacitação abrange a avaliação do ambiente das coleções e do estado de conservação dos artefatos; a elaboração de diagnósticos das patologias e dos projetos técnicos interventivos; a aplicação das distintas metodologias de conservação curativa (limpeza investigativa, tratamento eletrolítico, limpeza galvânica, inibição da corrosão, consolidação, impermeabilização, dessalinização, etc.); o acondicionamento dos materiais na Reserva Técnica e durante as exposições; entre outras atividades.

Situação: Em andamento; Natureza: Extensão.

Conservação in situ de materiais arqueológicos

Esta linha de trabalho discute o papel do conservador em campanhas arqueológicas, com vistas a lançar luz sobre um tema ainda pouco explorado em termos de produção acadêmica e, sobretudo, no contexto da práxis. A nosso ver, a sistematização de reflexões sobre o tema, ainda que preliminarmente, mais do que apontar para medidas basilares a serem consideradas, ambiciona fomentar o debate sobre o tema. Priorizamos, nesse sentido, numa estrutura argumentativa que a conservação in situ seja observada em duas dimensões: uma da conservação material dos objetos e outra da conservação informacional/simbólica dos artefatos coletados em campo. Em termos da conservação do conteúdo material, Mortimer Wheeler, ainda em 1978, em seu Manual de Arqueologia de Campo, dedica dois capítulos inteiros para as atividades direcionadas à conservação in situ dos materiais coletados nas escavações. Wheeler referencia, inclusive, a participação de um químico arqueólogo com a função de salvaguardar os distintos materiais frágeis ou perecíveis. Sabe-se que, em diversos contextos, o arqueólogo se depara com uma grande quantidade de materiais de distintas tipologias. Estes elementos, ao serem evidenciados e expostos a outras condições ambientais, começam a experimentar uma nova série de mudanças que potencializam os processos de degradação já existentes. Fatores como a alteração de radiação luminosa, umidade, oxigenação, dentre outros, são alguns dos fatores ambientais de degradação mais comumente citados em trabalhos de conservação in situ. Por tanto, visando a conservação dos objetos e das informações correlatas, esta linha de pesquisa objetiva o desenvolvimento de metodologias de conservação de materiais arqueológicos in situ, no laboratório e nos acervos dos museus e demais instituições de pesquisa.

Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.