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Edição 2022

 

Em 2022, a Jornada de História Antiga da UFPel completou 30 anos de trajetória. Em sua modalidade, é hoje o evento mais antigo da universidade. Para comemorar este feito, realizaremos em 2023 a XXIII edição, intitulada “Mitos, crenças e ritos: religiões do mundo antigo e medieval”.

A proposta do evento é proporcionarmos um debate sobre aspectos da religiosidade de variadas civilizações e culturas da Antiguidade e do Medievo, trazendo a diversidade em suas várias expressões, no que tange seus mitos, crenças e rituais. A proposto do evento comporta ainda o estudo das formas de recepção das religiões antigas em suas diferentes posteridades, inclusive no mundo moderno e contemporâneo, contemplando até os debates sobre a presença da religiosidade antiga na cultura pop (exemplo: personagens mitológicos gregos e egípcios), assim como as possibilidades de se trabalhar com o tema no ensino de História.

Ao longo destes 30 anos de JHA/UFPel, alternamos edições locais e internacionais. A XXIII JHA será uma edição internacional, com palestrantes convidados, do exterior e do Brasil, os quais compartilharão resultados de suas pesquisas em conferências, palestras e minicursos. Para fomentar o diálogo entre os pesquisadores consolidados e pesquisadores emergentes, em diversos níveis de formação, haverá também apresentação de comunicações, por inscrição, abertas à participação de graduandos a doutores. Professores da rede de ensino sintam-se convidados a participarem, quer como público, quer como comunicadores.

Após duas edições realizadas em modo remoto, na XXIII JHA queremos nos encontrar, compartilhar nossas experiências e trocas presencialmente. Assim, o evento será integralmente presencial. Fique atento à divulgação do evento, em nossa página!

 

 

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO PARA OUVINTES:

https://forms.gle/C1ML59CCabtENBsa8

 

 

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO PARA COMUNICADORES

https://forms.gle/L5QuK2nAed8FybBD9

 

PROGRAMAÇÃO

 

CRONOGRAMA:

HORÁRIO

SEGUNDA-FEIRA

15/05

TERÇA-FEIRA

16/05

QUARTA-FEIRA

17/05

8:30-10:25

Sessão de Comunicações 3:

Religiões da Antiguidade II

Sessão de Comunicações 5:

Religião na Recepção da Antiguidade e do Medievo

10:35-12h

Sessão de Comunicações 4:

Religiões do Medievo

Sessão de Comunicação 6:

Religiões da Antiguidade III

14h-15:20

13:40 Sessão de Comunicações 1:

Religiões da Antiguidade I

Mesa Temática 1:

Antigo Oriente

Mesa Temática 3:

Medieval

16-17:40

Sessão de Comunicações 2:

Religião no Ensino de História Antiga e Medieval

Mesa Temática 2:

Grécia e África Antigas

Mesa Temática 4:

Recepção e Patrimônio

19:00 19:30 Conferência de Abertura Conferência 1 Conferência 2 (Encerramento)

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

“Jacinto” de Filóstrato el Viejo. Literatura y artes plásticas

Daniel Rinaldi (Universidad de la Repubica, Uruguai)

 

CONFERÊNCIAS

Movimento Ritual na Roma Antiga

16/05 – Terça-feira (19h) Movimento ritual na Roma antiga: o rito e os sálios
17/05 – Quarta-feira (19h) Movimento ritual na Roma antiga: as Lupercálias e a transvectio equitum
Giorgio Ferri (“Sapienza” Universidade de Roma, Itália)

 

MESAS TEMÁTICAS

 

Mesa 1 – Terça-feira (14-15:40h): Antigo Oriente

E os deuses criaram os homens… e as mulheres: o mito mesopotâmico de Atrahasîs – Katia M.P. Pozzer (UFRGS)

Meretseger a deusa dos operários de Deir el Medina – Margaret M. Bakos (UEL)

 

Mesa 2 – Terça-feira (16-17:40h): Grécia e África Antigas

Mitos, crenças e ritos: Representações de aspectos do ritual religioso na Antiguidade grega – Lidiane Carderaro (MAE-USP)

Mães, esposas e filhas: a participação feminina da sucessão real cuxita (VIII-V a.C.) – Marina Outeiro (UNIPAMPA)

 

Mesa 3 – Quarta-feira (14-13:40h): Medievo

“Uma vida tão imaculada e tão santificada”: a construção da santidade feminina nas vidas de Kunigunde von Luxemburg (975-1033) e Elisabeth von Thüringen (1207-1231) – Daniele Gallindo Gonçalves (UFPel)

Entre Cifras e Segredos: A ideia de qualidade oculta aplicada às palavras (Séc. XV-XVII) – Francisco Mendonça Jr. (UFSM)

 

Mesa 4 – Quarta-feira (16-17:40h): Recepção e Patrimônio

Palmira, o Daesh e o Iconoclash: da estratégia da terra arrasada à política da cultura arrasada – Diego Rabelo Nonato (UFPel)

Orfeu e Eurídice: recepção da música e mitos gregos em cemitérios modernos, em especial no Brasil – Fábio Vergara Cerqueira (UFPel)

SESSÕES DE COMUNICAÇÕES

Mesa 1-  Segunda-feira (13:40-16h): Religiões da Antiguidade I

Mediadora:  Darcylene Pereira Rodrigues

O cortejo pederástico entre Posídon e Pélops nas cerâmicas áticas: imagens de um mito que inspirou flertes entre erastai e eromenoi em Atenas (VI-IV A.E.C.) – Vander Gabriel Camargo (Mestrando em História – UFRGS)

Uma divindade complexa: o mito e rito a Priapo em Grécia e Roma, um apanhado de evidências espalhadas pelo Mediterrâneo Antigo (séc. III a.C. ao VI d.C.) – Vitor Naoki Miki Gomes (Mestrando em História – UFPel)

Dioniso sob controle: do ritual mitológico primitivo à Tragédia Clássica – Marina de Oliveira (Professora do curso de Teatro da UFPel)

O Sagrado e o Vinho – Degustando com Dioniso no Deipnosophistai – Luís Giovani Adamoli Castro (Mestre em História – UFPel)

 

Mesa 2 Segunda-feira (16-17:45h): Religião no Ensino de História Antiga e Medieval

Mediadora: Jessica Santos

Religiões no Mundo Romano: possibilidades (e impossibilidades) para o ensino fundamental através do set brasil – Ismael Wolf Ferreira (Doutorando em História – UNIRIO)

O ensino de História Antiga através do uso de mitos: um relato de experiência – Franklin Donatello Rosa (Mestrando em História – UFPel)

Ensino, Pesquisa e Extensão em História Antiga: a proposta do podcast Diálogos Olimpianos do GEMAM – Bernardo do Amaral Brandão (Graduando em História – UFSM)

 

Mesa 3 – Terça-feira (8:30): Religiões da Antiguidade II

Mediador: 

A efeminação dos sacerdotes “galos” do culto de Atargátis na cidade sagrada de Hierápolis: uma análise da obra A Deusa Síria, de Luciano (século II EC) – Maria Clara Turcato da Costa (Graduanda em História – UFSM)

Por vossa majestade, dê-lhe uma morte ruim: as relações entre oferendas votivas, magia e relações sociais em Mogontiacum no século II – Jessica Brustolim (Mestranda em História – USP)

 

Mesa 4 – Terça-feira (10:35-12h): Religiões do Medievo

Mediador: Maurício da Cunha Albuquerque

“Mostrem-lhe, pois, o que não há nunca visto”: as “maravilhas” (karāmāt) dos santos e as “maravilhas” (‘aja’ib) dos iogues através de ibn Battuta (1304-1368 d.C./703-770 H.) – Patrik Madruga Gonçalves (Mestrando em História – UFSM)

Alquimista em nome de Deus: a alquimia cristã no século XVI – Isabel Antonello Flores (Graduanda em História – UFSM)

Se você não é uma religião, meu culto é a quem? A heresia cátara como dependente da cristandade – Adrienne Peixoto Cardoso (Mestranda em História – UFPel)

 

Mesa 5 – Quarta-feira (8h30h): Religião na Recepção da Antiguidade e do Medievo

Mediador: Daniele Gallindo

A Tradição de Gandhara e seus Budas: a recepção do legado helenístico pelos Governantes do Império Kushan (séc. III EC) – Cristian de Silveira (Mestrando em História – UFRGS)

“Si este pagano se tornase cristiano”: uma análise da conversão nas recepções franco-ibéricas do legendário carolíngio (séc. XII-XVI) – Gregory Ramos Oliveira (Mestrando em História – UFPel)

Os Vitorianos, a Idade Média e o Mito do Rei Cruzado: Um Estudo de Caso sobre o Culto à Imagem de Ricardo I (1819 – 1901) – Mauricio da Cunha Albuquerque (Doutorando em História – UFPel)

Um selo cabalístico na cidade positivista: fato ou alucinação? – Guilherme Rodrigues Bruno (Professor do curso de Arquitetura e Urbanismo – UFFS)

 

Mesa 6 – Quarta-feira (10:30): Religiões da Antiguidade III

Mediador: Matheus Barros

Diluindo o vinho dos bêbados: quem foi, quem deixou de ser, e quem veio a se tornar Dioniso – Margot Barros Busato (Graduanda em História – UFPel)

A poética de Sófocles: Dejanira e o Coro feminino – Darcylene Pereira Domingues (Doutoranda em História – UFPel)

Política e Dioniso: notas sobre a relação entre pólis e tragédia – Matheus Barros da Silva (Doutorando em História (UFRGS)

Eros e Afrodite: o amor avassalado encontrado nas poesias de Safo de Lesbos – Talita dos Santos (Mestranda em História – UFPR)

 

 

CONFERÊNCIA DE ABERTURA

15/05 19H

“Jacinto” de Filóstrato el Viejo. Literatura y artes plásticas

Dr. Daniel Rinaldi

Universidad de la Repúbica, Uruguai

En los Cuadros describe Filóstrato el Viejo sesenta y cinco pinturas de una colección de Nápoles. Con esta obra, que no trata ni de pintores ni de sus vidas, pretende el sofista y rétor dar a conocer diversos εἴδη ζωγραφίας, diversas “formas de pintura”, en forma de ὁμιλίαι, esto es, de “conversaciones-lecciones”, que destina a unos jóvenes, exposición que les servirá de modelo para aprender a interpretar y a apreciar lo que hay de estimable en los cuadros. En la descripción de las pinturas, combina Filóstrato la écfrasis (ἔκφρασις), un ejercicio habitual en las escuelas de retórica, con la epídeixis (ἐπίδειξις) del maestro. En uno de los cuadros que describe el pintor ha representado un incidente del mito de Jacinto. Dice el rétor: λέγει δὲ ἡ γραφὴ, “la pintura dice (o cuenta)”. En su discurso (λόγος) va Filóstrato de lo plástico a lo literario y de lo literario a lo plástico. Nos hace ver un cuadro de cuya existencia material nada se puede decir pero que con sus palabras pone ante nuestros ojos. Y aunque el cuadro existe únicamente en la descripción del sofista, podemos relacionarlo con algunas representaciones antiguas de la misma escena así como con otras modernas.

 

CONFERÊNCIAS

Movimento Ritual na Roma Antiga

16/05 19h Movimento ritual na Roma antiga: o rito e os sálios
17/05 19h Movimento ritual na Roma antiga: as Lupercálias e a transvectio equitum
Giorgio Ferri

“Sapienza” Universidade de Roma, Italia

Marie Skłodowska-Curie Global Fellowship (Grant agreement n. 101024439)

 

A proposta está relacionada ao meu projeto MSCA RITMO em andamento, que visa explorar a função de criação do lugar do movimento ritual, ou seja, o movimento de indivíduos ou grupos em rotas mais ou menos fixas para causas ou propósitos religiosos (por exemplo, procissões), na religião romana. O principal objetivo do projeto é estudar o impacto do desempenho contínuo do movimento ritual na criação cultural, social e física de lugares religiosos na Roma antiga.
As conferências terão como objetivo primeiro fornecer um levantamento metodológico sobre o desempenho ritual, definindo o que é um rito, ou seja, um movimento ritual. Será dada atenção também à dimensão espacial da experiência humana, especialmente no campo da religião, para mergulhar na transformação cultural do “espaço” em um “lugar”.
Isto nos permitirá aprofundar alguns estudos de casos-chave particularmente interessantes do movimento ritual na religião romana: os rituais dos sálios, a transvectio equitum e as Lupercálias. Tais rituais poderiam transformar ‘espaço’ em um ‘lugar’ (religioso); eles moldaram (e foram moldados por) emoções, identidade e memória, ao finalmente se tornarem embutidos na paisagem sagrada de Roma.
Enquanto as rotas e etapas de tais rituais poderiam ser fixas ou não sofreram mudanças frequentes ou substanciais a cada celebração, as respostas espontâneas e diversas ao desempenho deveriam ter variado a cada iteração; a experiência (e a memória) do ritual teria sido diferente para cada pessoa com base em seu nível de participação, status social, idade, etc.
Assim, através de frequentes promulgações e do contínuo engajamento dos participantes, tais movimentos rituais se tornaram embutidos nos lugares onde eram realizados: a relação entre os artistas, o ambiente construído e a paisagem física contribuía para construir constantemente a paisagem sagrada de Roma, “afetando” o espaço e criando um “novo” lugar religioso que estaria ligado a esse ritual e marcaria Roma para sempre.

PALESTRAS

16/05 tarde – MESA 1 ORIENTE

E os deuses criaram os homens… e as mulheres: o mito mesopotâmico de Atrahasîs
Katia M.P. Pozzer

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

A Mesopotâmia, localizada no vale fluvial do Eufrates e do Tigre, atual Iraque, foi o local de surgimento das primeiras civilizações urbanas. Esse território foi palco de importantes culturas na antiguidade, como a suméria, a babilônica e a assíria, ao longo de três milênios. O politeísmo foi uma das características desta sociedade, onde cada cidade-estado possuía seu próprio panteão, criando um verdadeiro mosaico de divindades e mitologias. No período paleobabilônico os escribas inovaram, criando novos modelos de composições literárias, de cunho mitológico, que traduziam uma nova visão de mundo e uma nova capacidade de transpô-la por escrito. Nesta comunicação destacamos um de seus mitos fundadores, o Poema de Atrahasîs, que trata da origem dos homens e das mulheres, demonstrando uma visão teocêntrica do mundo. O texto foi escrito no século XVII aEC, sob o reinado de Ammi-saduqa, e teve ampla repercussão, pois foi recopiado durante mais de um milênio. Trata-se do poema épico escrito em paleobabilônico e melhor preservado da história.
Tornou-se um cânone da ortografia e da gramática acádica para o período paleobabilônico utilizado no ensino desta língua semita. A ideia da criação do homem surgiu a partir de um conflito entre duas categorias hierarquizadas de divindades. A humanidade é assim inventada para realizar o trabalho que antes era tarefa dos deuses. Vale destacar que a narrativa mitológica apresenta a criação de homens e mulheres juntos, aos pares, pelas mãos de uma divindade feminina.

 

Meretseger a deusa dos operários de Deir el Medina

Margaret M. Bakos 

Professora Sênior do Curso de Mestrado em História Social
Universidade Estadual de Londrina (UEL)

O nome Deir el Medina que, em árabe, significa O mosteiro da Vila, foi conferido em épocas modernas. Quando da fundação do sítio, no período entre a XVIIIª e a XXª dinastias, o local era denominado Sede da Verdade.
Nela viveram, ao longo de 450 anos, os trabalhadores encarregados da construção e decoração de moradias, tumbas, obeliscos e templos, alguns deles monumentais, pertencentes aos faraós e à nobreza egípcia. A morte de Ramsés III determinou, com o final da XXª dinastia, a criação da XXIª e, com ela, o abandono da região e o retorno da Corte para o Baixo Egito.
Meretseger foi uma das divindades mais importantes destes trabalhadores. O seu nome significa Aquela que ama o silêncio, sendo representada por uma serpente, que era perigosa e misericordiosa, ao mesmo tempo.

 

16/05 tarde – MESA 2 GRÉCIA E ÁFRICA

Mitos, crenças e ritos: Representações de aspectos do ritual religioso na Antiguidade grega
Lidiane Carderaro

Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP)

No período conhecido por Antiguidade Grega, o ser humano estabeleceu desde tempos muito remotos uma relação bastante intensa com seus mitos. Essas narrativas extraordinárias, baseadas em deuses, heróis e outras criaturas, se formaram ao longo dos séculos no imaginário coletivo para dar sentido a alguns aspectos da vida cotidiana que não dependiam unicamente das ações do homem. A crença nesses seres mitológicos deu origem a ritos religiosos e cívicos marcados por expressões culturais como música e dança. Neste trabalho trataremos de alguns aspectos expressivos dos ritos religiosos gregos, dos períodos Arcaico e Clássico, que podem ser assimilados a partir das representações na cultura material proveniente, principalmente, dos locais de culto. Dessa forma, estabelecendo a correlação mito-crença-rito no Mundo Grego.

 

Mães, esposas e filhas: a participação feminina da sucessão real cuxita (VIII-V a.C.)

Marina Pereira Outeiro

 

Tradicionalmente, as mulheres da realeza participaram da vida religiosa de Cuxe, ocupando prestigiosos cargos sacerdotais. Com o passar dos séculos, as relações das mulheres cuxitas com o divino, se tornam mais seculares e acarretaram consequências políticas de alcance social. No culto aos deuses, os cargos ocupados pelas mulheres da realeza cuxita contribuíram para a formação da ideologia política que fundamentava a legitimidade do poder real, mediante sua dupla atuação, na qual emulavam as funções desempenhadas pelas divindades femininas – mães e companheiras. Cargos como “Rainha-Mãe” e “Esposa Real”, se encontravam em intima associação a funções políticas e religiosas, desempenhadas pelo rei. Assim, entendemos que o conceito de gênero, nos permite distinguir os diversos papeis atribuídos as mulheres e compreender como a interação entre os dois sexos, condicionava a vida social de Cuxe. Desse modo, podemos observar como mães, esposas e filhas influenciavam na escolha do novo rei, fortalecendo e legitimando seu governo. Identificamos que, a partir da ascensão da XXV dinastia, a atuação feminina na esfera religiosa extrapolou os limites do sagrado, se imiscuindo nos assuntos profanos. A título de exemplo, o novo rei era escolhido segundo a filiação materna e os expedientes de sua investidura, apresentavam simultaneamente características políticas e religiosas: no plano material, o aspirante seguia os critérios para comprovar sua descendência e, no plano espiritual, necessitava testificar a anuência de Amon para sua pretensão ao trono. Nesse sentido, o papel político da “Rainha-Mãe”, enquanto condutora das cerimônias de instalação dos reis em Napata, estabelecendo a permanência das antigas práticas religiosas na sucessão meroíta. Entendemos que, em Cuxe, ocorreu uma síntese entre a religiosidade egípcia e a antiga tradição matrilinear núbia, manifesta em uma ativa participação feminina em assuntos espirituais e seculares, em complemento a ação masculina para garantir o pleno funcionamento da sociedade.

 

17/05 tarde – MESA 3 MEDIEVAL

“Uma vida tão imaculada e tão santificada”: a construção da santidade feminina nas vidas de Kunigunde von Luxemburg (975-1040) e Elisabeth von Thüringen (1207-1231)

Daniele Gallindo Gonçalves

Universidade Federal de Pelotas

A presente proposta de apresentação tem por objeto as vidas de dois femininos santificados no século XIII, transmitidos até nós em diversos manuscritos, dos quais selecionamos um para a presente análise. Duas figuras femininas da elite germânica, duas trajetórias de vida: Kunigunde de Luxemburg, imperatriz do Sacro Império Romano e Elisabeth von Thüringen, Landgräfin da Turíngia. Como aconteceu com outros femininos do período, também aqui encontramos uma tentativa de apagamento pela historiografia posterior. Esta priorizou figuras masculinas, deixando nossas personagens à sombra de seus esposos, homens poderosos e de destaque social. Através de múltiplas vozes masculinas (crônicas, legendas em verso, vitae), nos é dado a conhecer suas estórias. Populadas por uma série de acusações de traição, de relatos de milagres, e de sinais de santificação, essas narrativas estão repletas de tropos comuns a seu gênero. Desta forma, para pensar aproximações e distanciamentos no que tangem as estratégias narrativas na construção da santidade de ambas as personagens, em nossa proposta, analisaremos, além das crônicas e demais narrativas, sobretudo as legendas acerca da imperatriz Kunigunde e da condessa
Elisabeth na obra Der Heiligen Leben (Vidas de Santos). O legendário foi produzido na cidade de Nuremberg, atual Alemanha, em um mosteiro dominicano, em início do século XIV. Trata-se de uma grande coletânea de martírios e vitae, que se baseia no Passional (séc. XIII), no Märterbuch (séc. XIII) além de outras formas textuais anteriores como a legenda em verso, intitulada Keisir vnde keisirin (séc. XIII), de Ebernand von Erfurt ou a Vita sanctae Elisabethae (séc. XIII), uma hagiografia de autoria de Dietrich von Apolda. Para a análise comparada, selecionamos as legendas de Heinrich (Nr. 55) e Kunigunde (Nr. 56), que se encontram no Sommerteil, e a legenda de Elisabeth (Nr. 35), do Winterteil, com a finalidade de compreender as estratégias textuais na construção de tais santidades.

 

Entre Cifras e Segredos: A ideia de qualidade oculta aplicada às palavras (Sécs. XV-XVII)

Francisco Mendonça Jr.

Universidade Federal de Santa Maria

Uma das contribuições mais importantes para dar formato e sustentação ao pensamento produzido pelo movimento renascentista dos séculos XV a XVII veio da magia. Ao longo do século XX, tendo como marco inicial a contribuição do Instituto Warburg, a historiografia reconheceu a importância da magia e do esoterismo para se ter a correta dimensão das práticas e do pensamento humanista. Quentin Skinner, sem nenhum exagero pontuou que a exacerbação do projeto humanista despontaria na figura do magus cristão.
Na relação dos humanistas com a Antiguidade, destacaram-se os diálogos e as apropriações de tradições mágicas como a cabala, o hermetismo e os hinos órficos, por exemplo. Várias contribuições fruto desse processo poderiam ser destacadas, mas nos dedicaremos a pensar a extensão da influência da ideia de virtudes ocultas. De forma sintética, trata-se da concepção de que no ato da criação, Deus permeou todas as coisas do mundo criado com qualidades invisíveis a olho nu, perceptíveis apenas aos iniciados.
E, seria justamente através das relações de simpatia e antipatia entre tais qualidades ocultas das coisas do mundo que o universo se poria em movimento. Assim se explicaria a influência astrológica no mundo sublunar, o funcionamento dos talismãs e mesmo o magnetismo.
Nesse mesmo momento, a Europa redescobria os hieróglifos egípcios. A interpretação vigente, acima de tudo entre os humanistas, era de que os hieróglifos seriam uma linguagem construída pelos sacerdotes egípcios a fim de salvaguardar um conhecimento tanto divino quanto secreto dos olhares “daqueles que não podem saber”.
A ideia de uma linguagem mágica e secreta floresceu no momento em que o Segredo adquiria cada vez mais importante nos assuntos da política. Destaquemos a capital importância que os secretários assumiam no nascente Estado Moderno. Vários tratados os declaravam como “soberanos mudos”, capazes de ecoar suas vozes por meio das palavras do princeps, uma vez que eram os responsáveis por lidar com o Segredo e o Sigilo dos assuntos principescos.
Em outras pesquisas nos dedicamos a demonstrar como o Segredo esotérico influenciou na construção da ideia de Segredo político, marcadamente através do emprego das linguagens de comunicação secreta, tidas por muitos humanistas como uma evolução natural dos hieróglifos egípcios. Agora propomos uma reflexão associada a essa discussão historiográfica. Ao analisar obras de autores como Johannes Trithemius (1462-1516), Giambattista della Porta (1535-1615) e Heinrich Cornelius Agrippa von Netteshein (1486-1535), verificaremos se a ideia de qualidades ocultas se aplicaria também à linguagem, ou seja, se é adequado pensarmos no Segredo como virtude oculta
da palavra. Tal exercício estará amparado pelo conceito de esoterismo cunhado por Antoine Faivre, mas levando em conta suas diversas revisões.

 

17/05 tarde – MESA 4 RECEPÇÃO E PATRIMÔNIO

Orfeu e Eurídice: recepção da música e mitos gregos em cemitérios modernos, em especial no Brasil

Fabio Vergara Cerqueira

Universidade Federal de Pelotas

 

Uma das formas de recepção da música grega antiga na modernidade pode ser observada nos cemitérios. A arte cemiterial, por meio da representação de instrumentos musicais gregos agregados aos túmulos, particularmente a lira, a cítara e suas variantes, gera releituras de significações antigas da relação entre música e morte, ao mesmo tempo que enceta novas significações. Em alguns casos, a presença do instrumento é permeada por alguma narrativa mítica conhecida do repertório antigo, seja por intermédio de uma influência mais indireta, seja de modo explícito, na própria nomeação da obra artística cemiterial. É o caso do monumento à Monumento à Família Trevisioli no Cemitério da Consolação em São Paulo, denominado “Lenda Grega. Orfeu e Eurídice”, de 1920, do escultor Nicola Rollo, ou ainda, do mesmo escultor, o túmulo ao maestro Luigi Chiafarelli, denominado “Euterpe”, datado de 1923. São exemplos de como o patrimônio cultural cemiterial brasileiro guarda exemplos importantes deste processo de uma recepção articulada da música e de mitos gregos antigos em um contexto de simbolização do morrer, o que nos leva a pergunta: “Orfeu e Eurice” de Rolla no Consolação deve ser visto como excepcionalidade de um gênio artístico ou como parte de um fenômeno mais amplo de presença da música grega nos cemitérios?

 

Palmira, o Daesh e o Iconoclash: da estratégia da terra arrasada à política da cultura arrasada.

Diego Rabelo Nonato

Doutorando em Memória Social e Patrimônio Cultural (UFPel)

No ano de 2011 o fenômeno da chamadas Primaveras árabes chegou à Síria, trazendo consigo o Estado Islâmico ou Daesh, e abrindo um conflito que é considerado um terrível desastre humanitário, que contabiliza cerca de mais de 400 mil mortos. Nesta apresentação, abordaremos a destruição de um dos sítios históricos considerados patrimônio da humanidade localizado no deserto sírio, o oásis de Tadmor, ou a cidade de Palmira. Esta região do país árabe se constituiu enquanto patrimônio graças ao esforço, primeiramente de interessados em termos econômicos, isto é, pelo comércio ilegal de artefatos, depois, pela preservação, turismo e também pelo exercício científico da arqueologia, da antropologia e da história. O grupo fundamentalista desenvolveu na guerra da Síria atos de violência e destruição que também foram praticados em outros conflitos conhecidos na região como Afeganistão e também no Iraque. Chamamos de iconoclash, termo cunhado pelo antropólogo Ömür Harmanşah, a estética de violência construída na Síria que combinou atos de terror com
peças publicitárias amplamente difundidas pela internet.
As pessoas e estruturas atingidas pelo Daesh como forma de simbolizar esta terra arrasada foram, neste caso, majoritariamente escolhidas dentre aquelas que tinham relevância política no contexto da cidade. Tanto os elementos que compõem o hibridismo religioso das estruturas
de Palmira como pessoas que cuidavam do aspecto técnico e científico da cidade, a exemplo do diretor do órgão responsável pelo trato das antiguidades, Khaled Assad, além de vários artefatos, foram vítimas da ação jihadista.
Entre as centenas de bens danificados, roubados e contrabandeados, os de tipologia religiosa ganharam importante significado nos atos de destruição por parte dos radicais, ressaltando o significado de aspecto sectário que caracteriza grupos como o Daesh. Sua orientação teológica é oriunda do Wahabismo, um tipo de interpretação do islã Sunita de cunho extremamente conservador desenvolvido e praticado na Arábia Saudita. Sua predileção pelos artefatos religiosos também demonstra a vocação deste tipo de jihadismo a pouca disposição de convivência com o diferente, o plural etc. Portanto, pretendemos apresentar alguns aspectos da investigação iniciada em 2013 e desenvolvida ao longo dos anos.

 

 

Confira aqui o Caderno de Resumos da XXIII JHA

 

ORGANIZAÇÃO

Docentes:

  • Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira: Professor Titular do Departamento de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Coordenador do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga – LECA-UFPel;
  • Profa. Dra. Carolina Kesser Barcellos Dias: Professora Permanente no Programa de Pós Graduação em História (PPGH-UFPel), Coordenadora e pesquisadora-associada do LECA-UFPel e Pós-doutoranda em História no PPGH-UFPel;

Discentes:

  • Caroline Melo Armesto: Graduanda do curso de História Licenciatura da UFPel;
  • Daniel Becker: Graduando do curso de História Bacharelado da UFPel;
  • Franklin Donatello Rosa: Mestrando de História pelo PPGH da UFPel;
  • Isabelle Brancão Chaves: Graduanda do curso de História Bacharelado da UFPel;
  • Isadora Lebedeff Camargo: Graduanda do curso de História Licenciatura da UFPel;
  • Jéssica Renata Santos Silva: Mestranda de História pelo PPGH da UFPel;
  • João Pedro Vitoriano Fabri: Graduando do curso de História Bacharelado da UFPel;

Colaboradores externos:

  • Dra. Lidiane Carolina Carderaro dos Santos: Pós-doutoranda em Arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP);

Suporte:

  • Site – Dra. Lidiane Carolina Carderaro dos Santos: Pós-doutoranda em Arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP);

 

Conheça a Equipe Organizadora da XXIII JHA

 

Coordenadores:

Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira

Professor Titular do Departamento de História da Universidade Federal de Pelotas. Bolsista Produtividade CNPq PQ1d em Arqueologia. Pesquisador Visitante na Universidade de Heidelberg – Instituto de Arqueologia Clássica. Pesquisador da Fundação Humboldt/Alemanha – modalidade Pesquisador Experiente – Arqueologia Clássica (desde 2014). Graduou-se no curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1989) e concluiu doutorado em Antropologia Social, com concentração em Arqueologia Clássica, pela Universidade de São Paulo (2001). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da UFPel (2015-2017). Leciona nos cursos de História Licenciatura e Bacharelado, Antropologia/Arqueologia Bacharelado. Entre 2006 e 2009, professor do Mestrado em Ciências Sociais. Desde 2007, professor permanente dos Cursos de Doutorado e Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural/UFPel, e, desde 2009, dos Cursos de Mestrado e Doutorado em História/UFPel. Nesta universidade, foi diretor do Instituto de Ciências Humanas por dois mandatos (2002-2010), coordenador do Curso de História (2000-2002), idealizador e coordenador do Laboratório de Antropologia e Arqueologia (2001-2012), do Museu Etnográfico da Colônia Maciel (desde 2006), do Museu da Colônia Francesa (desde 2015), do Laboratório de Estudos da Cerâmica Antiga (desde 2011) e do Circuito de Museus Étnicos (desde 2008). Foi Presidente (2001-2003) e Vice-Presidente (2004-2005) da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, tendo sido Presidente do V Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), realizado em 2003. Foi coordenador nacional do GT de História Antiga da Associação Nacional de História (ANPUH) entre 2007 e 2008. Editor adjunto das revistas Cadernos do Lepaarq (UFPel) e Interfaces Brasil – Canadá. Entre outros, Integrou ou integra os conselhos editoriais dos seguintes periódicos: Dimensões. Revista de História (UFES); Metis (UCS); Cadernos do LEPAARQ. Textos de Antropologia, Arqueologia e Patrimônio (UFPEL); Justiça & História (Tribunal de Justiça do RS); Memória em Rede (UFPel); Patrimônio e Memória (UNESP); Plêthos (UFF); Romanitas (UFES) e Classica. Revista da SBEC. Experiência na área de História, ênfase em Arqueologia Histórica e Arqueologia Clássica, atuando principalmente nos seguintes temas: música, arqueologia, antiguidade clássica, história antiga e iconografia. Dedica-se ainda às áreas de Memória Social e Patrimônio Cultural, bem como à gestão museológica. Pesquisou junto a instituições estrangeiras, tais como Centre Jean Bérard / École française de Rome – Nápoles, École française d’Athènes e Instituto de Arqueologia Clássica da Universidade de Heidelberg. Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos – SBEC, da Associação de Arqueologia Brasileira – SAB, da Associação Nacional de História – ANPUH, da MOISA International Society for the Study of Greek and Roman Music & it’s Cultural Heritage e do International Council for Traditional Music / ICTM – Iconography of Performing Arts Study Group. Membro da diretoria da MOISA Society 2018-2020. Atualmente realiza Pós-Doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada – PPGHC/UFRJ.

 

 

Profa. Dra. Carolina Kesser Barcellos Dias  

Possui graduação em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP (1998), mestrado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo – USP (2003), doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2009), pós-doutorado em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (2012), e pós-doutorado em História pela Universidade Federal de Pelotas (2016). Atualmente é coordenadora e pesquisadora-associada do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), professora permanente no Programa de Pós Graduação em História, da Universidade Federal de Pelotas (PPGH-UFPel), e pós-doutoranda (bolsista PNPD – CAPES) no PPGH-UFPel.

 

 

Discentes:

 

Caroline Melo Armesto  

Bacharela em História pela Universidade Federal de Pelotas (2022). Atualmente, é graduanda em Licenciatura em História pela mesma instituição. É pesquisadora integrante do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA-UFPel) e colaboradora do projeto Ergane: Arqueologia Digital na Educação (UFRGS). É bolsista do projeto de extensão Jornada de História Antiga. Possui interesse em História Antiga, Arqueologia Clássica, Literatura Latina e Numismática.

 

Franklin Donatello Rosa

Licenciado em História pela Universidade Federal de Pelotas, atualmente mestrando em História pelo Programa de Pós Graduação em História UFPel. Membro do Grupo de pesquisa Centro de Estudos e Investigações em História da Educação (CEIHE).

 

 

 

Isabelle Brancão Chaves

Graduanda de História (Bacharelado) na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde foi bolsista de Iniciação Acadêmica no Projeto de Ensino Amor e Erotismo no Mundo Antigo, coordenado pelo Professor Doutor Fábio Vergara Cerqueira, como integrante no Laboratório de Estudos Sobre a Cerâmica Antiga (LECA) da UFPel. Atualmente integrante no Projeto Unificado com ênfase em ensino da Revista Discente Ofícios de Clio, sob a tutela da Professora Doutora Márcia J. Espig, em que faz parte da equipe editorial. Assim como, também, integrante do Projeto de Extensão Multiações patrimoniais no Museu do Doce, coordenado pelo Professor Doutor Roberto Heiden. Atualmente pesquisa sobre política no Rio Grande do Sul no período do século XX. 

 

Jéssica Renata Santos Silva  

Graduanda em História Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Membro discente do Laboratório de Estudos sobre a Cerâmica Antiga (LECA). Membro colaborador do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão – Comunicação Cultura e Tecnologia ( CoCTec). Membro discente do projeto de pesquisa ”Ensino de Física com uso de novas Tecnologias e atividades Lúdicas”. Membro discente do Projeto de extensão Projeto Auxilia: preparatório para o ENEM. Membro discente do projeto de extensão Explorando o uso de inteligência Artificial para suporte a Tecnologia Educacional. Membro discente do projeto de ensino Ensinar História no tempo presente: debates e (im)permanência teóricas e práticas. Bolsista de Extensão do Projeto “Jornada de História Antiga da UFPel”.

 

João Pedro Vitoriano Fabri  

Graduando em História Bacharelado pela Universidade Federal de Pelotas. Estudante-pesquisador no Laboratório de Ensino em Cerâmica Antiga (LECA) e Bolsista de Iniciação Científica pelo Programa PIBIC/ CNPq no Projeto intitulado: “Representações iconográficas de instrumentos musicais na pintura dos vasos ápulos: relações interculturais greco-indígenas na Magna Grécia (século V e IV a.C.)”, sob orientação do Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira, com apoio do CNPq, CAPES e Fundação Humboldt.

 

 

Colaboradores Externos:

Profa. Ma. Lidiane Carolina Carderaro dos Santos

Graduação: Bacharelado em Português – Grego Antigo pela Universidade de São Paulo (2009); Licenciatura em Português pela Universidade de São Paulo (2009). Especialização em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília (2013). Mestrado em Estudos Clássicos pela Universidade de Coimbra com o título “Do encanto à hybris: representação de seres mitológicos com atributo musical na pintura de vasos gregos” (2015). Mestrado em História pela Universidade Federal de Pelotas com o título “Variações da imagem de Apolo citaredo na cerâmica de influência grega produzida na Campânia entre os séculos V e III a.C.” (2016). Doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo com o título “Relações entre música e mitologia na iconografia de vasos gregos. A representação dos seres mitológicos com atributos musicais” (2020). Pós-Doutorado em Arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo com a pesquisa “As estatuetas de terracota do Heraion de Delos” (2022-).