O Escritório de Propriedade Intelectual, Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo (EPITTE) da INOVA através da Secção de Desenvolvimento Tecnológico e Transferência de Tecnologia (SDTTec) concluiu o licenciamento da patente “Método de avaliação ecotoxicológica baseado na medição de biomarcadores moleculares” (INPI BR 10 2024 022265 2) para a Ciclo Biotecnologia Ambiental e Sustentabilidade Ltda., startup incubada na Conectar – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFPel e fundada pelos pesquisadores Antônio Duarte Pagano e Diego Serrasol do Amaral.
O contrato, assinado em 13 de novembro de 2025, formaliza a transferência da tecnologia desenvolvida no âmbito da universidade para aplicação no mercado, com gestão financeira da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS).
Tecnologia desenvolvida no GenEstrut/UFPel
A invenção é resultado direto das pesquisas conduzidas no Laboratório de Genômica Estrutural (GenEstrut/UFPel) e integra a tese de doutorado do pesquisador Antônio Duarte Pagano, orientado pelo Prof. Vinicius Farias Campos e co-orientação da Profa. Mariana Remião, no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), vinculado ao Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTec) da UFPel.
O time de inventores inclui:
Vinicius Farias Campos, Antônio Duarte Pagano, Mariana Härter Remião, Diego Serrasol do Amaral, Tony Leandro Rezende Silveira e Claudio Martin Pereira de Pereira.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia representa um avanço significativo nas práticas de monitoramento ambiental e ecotoxicologia, oferecendo uma ferramenta moderna, rápida e altamente sensível para avaliar os impactos de contaminantes em organismos aquáticos.
Um novo paradigma para análise ecotoxicológica
O método patenteado utiliza a expressão de genes e microRNAs como biomarcadores moleculares para identificar e quantificar efeitos tóxicos decorrentes da exposição de peixes teleósteos — especialmente zebrafish (Danio rerio) — a poluentes ambientais. Por meio da técnica de qPCR em tempo real, é possível detectar respostas biológicas sutis antes que danos mais amplos sejam observados nos ecossistemas.
Essa abordagem permite:
• Monitoramento ambiental mais preciso, com alta sensibilidade para detectar efeitos iniciais da exposição a toxinas;
• Avaliação de eficiência de processos de remediação;
• Apoio à regulação de substâncias químicas, fornecendo evidências biológicas robustas;
• Aplicação em análises de risco ecotoxicológico em ambientes naturais e sistemas controlados.
A tecnologia se diferencia por integrar, em um único protocolo, múltiplos biomarcadores moleculares, ampliando a capacidade diagnóstica e reduzindo o tempo necessário para análises.
Do laboratório ao mercado: impacto e inovação
Com o licenciamento, a Ciclo Biotecnologia Ambiental e Sustentabilidade poderá aplicar o método em serviços especializados de análise molecular e no desenvolvimento de kits diagnósticos voltados à ecotoxicologia, ampliando o acesso de indústrias, gestores ambientais e órgãos reguladores a ferramentas avançadas de monitoramento.
A startup, atualmente incubada na Conectar/UFPel, surge alinhada à tendência global de soluções biotecnológicas para sustentabilidade e gestão ambiental, fortalecendo o ecossistema de inovação da região sul do Brasil.
Para o Prof. Vinicius Farias Campos, coordenador técnico da patente e orientador da pesquisa, o licenciamento demonstra “a capacidade da universidade pública de transformar conhecimento de fronteira em soluções concretas, úteis e necessárias para a sociedade”. Ele destaca ainda que a parceria com uma empresa formada por egressos da própria UFPel “mostra que inovação e formação de pessoas caminham juntas”.
Fortalecimento do ecossistema de inovação da UFPel
O licenciamento reforça o papel crescente da UFPel na área de propriedade intelectual, transferência de tecnologia e empreendedorismo científico. A universidade tem buscado ampliar o número de tecnologias protegidas e transferidas ao setor produtivo, aproximando pesquisa acadêmica e soluções aplicadas para desafios ambientais, sociais e econômicos.
A assinatura do contrato representa mais um marco para o Escritório de Propriedade Intelectual, Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo (EPITTE/UFPel), consolidando processos de inovação que conectam pesquisa, empresas nascentes e impacto regional.
Um passo adiante na proteção da biodiversidade
A tecnologia agora licenciada contribui diretamente para o monitoramento de ecossistemas aquáticos e para a proteção da biodiversidade — um desafio global que exige métodos mais sensíveis e ágeis para responder às pressões ambientais contemporâneas.
Em tempos de transformações rápidas, soluções como essa mostram que ciência, inovação e sustentabilidade podem — e devem — caminhar lado a lado.


