O livro Cartografia Escolar e Inteligências Múltiplas lança um novo olhar sobre o ensino de Cartografia na educação básica, com atividades planejadas sob o enfoque das Inteligências Múltiplas dos estudantes. A Teoria das Inteligências Múltiplas, proposta por Howard Gardner (1983), afirma que o conceito de Inteligência não é suficiente para abranger todas as habilidades cognitivas humanas. Assim, com base em seus critérios, apresentou, em um primeiro momento, sete tipos de Inteligências. São elas: Verbal, Lógico-Matemática, Corporal-Cinestésica, Espacial, Musical e Pessoal (que se subdivide em Intrapessoal e Interpessoal), realizando o acréscimo da Inteligência Naturalista a sua lista, em 1999. Essa teoria desencadeou uma revolução na aprendizagem, por demonstrar como funciona o cérebro humano. Assim, este livro proporciona uma revisão conceitual, de fácil compreensão, referente às Inteligências Múltiplas e sua aplicabilidade em sala de aula, demonstrando a relação existente entre a Teoria e a Cartografia Escolar. Esta obra apresenta atividades práticas de alfabetização e letramento cartográfico, utilizando recursos geotecnológicos, como o Google Earth, Receptor GPS e Software de mapeamento (QGIS), planejadas para a motivação das Inteligências Múltiplas dos estudantes, colaborando para apreenderem de diversas maneiras. Por esse caráter inovador, marcante e de fácil compreensão e execução, esta leitura é fundamental não apenas para os professores e pesquisadores, mas, também, para aqueles que estabelecem políticas educacionais.

O objetivo desta obra é contribuir com as discussões acerca dos temas da cartografia escolar, ensino de Geografia e formação de professores a partir das exposições dos professores que participaram da Ação extensionista “Os desafios com a Cartografia no processo de ensino-aprendizagem de Geografia na educação básica nos municípios do Oeste Goiano”. Desse modo, foram elaborados oito artigos que versam sobre a temática Cartografia Escolar, Formação do professor de Geografia e Ensino da Geografia, de maneira que sejam compreendidos como elementos em constante articulação nos processos de ensino-aprendizagem. Reflexões que evidenciaram a necessidade dos cursos de Licenciatura em Geografia discutir as propostas de ensino de Cartografia no processo de formação do professor, a aproximar das discussões realizadas por professores da/na Educação Básica, compreender as propostas trazidas nos documentos oficiais; pensar os processos do ensino inclusivo e com temáticas específicas do lugar e auxiliar os professores em sua formação continuada.

O livro “Não é preciso ver para compreender: mediação semiótica e
elaboração de raciocínios geográficos por alunos cegos congênitos” resultou da tese “O que os olhos não veem a linguagem esclarece: contribuições da Mediação Semiótica à elaboração do Raciocínios Geográfico pelo aluno com cegueira congênita”, defendida em 2019 no Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Federal de Goiás. Destacam-se, de seu conteúdo, quatro grandes discussões, que foram articuladas aos dados empíricos advindos da pesquisa realizada com alunos com cegueira congênita no Centro Brasileiro de Reabilitação e Apoio ao Deficiente Visual (CEBRAV). Assim, enfatiza-se a Semiótica de Charles S. Peirce, que subsidiou a reflexão acerca da estruturação dos sistemas sígnicos e do processo de semiose, além da análise das linguagens e instrumentos semióticos utilizados na pesquisa, das quais se ressalta a Cartografia Tátil. A elaboração conceitual no contexto cognitivo da cegueira congênita estabelece-se como a segunda grande discussão, na qual abordou-se os conceitos vigotskianos de Impotência Espacial e Compensação Sociopsicológica. Destaca-se, ainda, o Pensamento Espacial, cujos elementos fundamentais (conceitos, processos de raciocínio e modos de representação) foram considerados mediante os sistemas perceptivos e a cognição do aluno com cegueira congênita, neste contexto, os conhecimentos e técnicas da Orientação e Mobilidade compuseram as análises referentes a esta cognição. Por fim, os Raciocínios Geográficos subsidiaram a última grande discussão, onde se buscou identificar as mobilizações necessárias, ao aluno com cegueira congênita, para a elaboração desses raciocínios, ponderando o conceito de lugar (espaço vivenciado cotidianamente, mas que é resultante de lógicas locais/globais) e o conteúdo de uso e ocupação do espaço urbano.

O Atlas Escolar Geográfico, Histórico e Cultural do Distrito Federal faz parte de um projeto da Cartografia Escolar, que tem como proposta o estudo do lugar de vivência a partir de uma metodologia do mapa. Contribui para o fortalecimento da discussão teórica acerca da linguagem na sala de aula, envolvendo professores e alunos na busca pela autonomia e pela cidadania.
Material didático complementar ao trabalho do professor em sala de aula, de acordo com as demandas curriculares nacionais, com ênfase no estudo do lugar de vivência, destina-se aos alunos do Ensino Fundamental e Médio. A linguagem é adequada ao ambiente escolar, tendo a linguagem cartográfica como mediadora na construção do pensamento geográfico. Organizado a partir de uma proposta de trabalho coletiva, com a participação de pesquisadores universitários e professores da rede básica de ensino.

Esse livro é resultado da tese do autor, e traz uma discussão inédita no que diz respeito à construção do raciocínio geográfico e a produção de mapas inclusivos para alunos surdos, proporcionando acessibilidade na leitura das representações cartográficas por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e, consequentemente, uma educação geográfica cada vez mais inclusiva. O autor enfatiza que, no caso dos surdos, os mapas inclusivos possibilitam não só a compreensão do território tangível, mas também do reconhecimento e consolidação da identidade surda, sendo uma forma de resistência e poder desse povo minoritário.

O Núcleo de Ensino e Pesquisa em Educação Geográfica (Nepeg) publica mais um livro da Coleção Formação de Professores de Geografia – Série Fórum Nepeg, intitulado “Formação de Professores e Ensino de Geografia: Contextos e Perspectivas”. O livro foi elaborado a partir das discussões realizadas por ocasião do IX Fórum NEPEG, realizado em 2018, e, também, por um texto de professor convidado.
As reflexões aqui apresentadas versam sobre o ensino de Geografia, a formação de professores, a produção científica no campo do ensino de Geografia, as políticas e as reformas curriculares, o raciocínio e o pensamento espacial.

Este livro é resultado de um conjunto de reflexões que vêm sendo levadas a termo no âmbito do processo de formação dos professores de Geografia, mas não apenas. Parte-se da compreensão de que esta questão exige o estabelecimento de uma permanente atividade de estudo que consolide domínio de práticas pedagógicas e a constituição de um currículo vinculado à construção de um ser social crítico e autônomo, demandando ações concretas, histórica e socialmente referenciadas, afastadas, dessa forma, de idealismos e abstracionismos. Tais práticas formativas em seus currículos precisam ser construídas a partir de trajetórias reflexivas acerca do domínio conceitual e da apreensão dos conteúdos, bem como da compreensão e análise das metodologias e concepções de ensino que fundamentam o trabalho docente. Considera-se que fora desse espectro, muito do trabalho do professor se processará de forma imediata, em nível de um senso comum que negará a importância de sua prática, seu papel social na escola e sua relação com o conhecimento científico. Entende-se que a “atividade”, o trabalho pedagógico, se constitui num conjunto de ações que medeiam o processo de construção do conhecimento e criam condições para o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos estudantes. Significa dizer que a atividade é “o trabalho” a ser realizado pelo professor e pelos alunos, e que parte de um significado e ampliação de sentido em sua realização na aprendizagem, a atividade tem como pressuposto uma ação coletiva. Esse livro aproxima os debates da Pedagogia com a Geografia, com o pensamento geográfico e a formação de professores e procura colocar-se como um elemento mediador de processo de ensino e aprendizagem na formação de professores de Geografia e de Pedagogos, construindo reflexões que fortaleçam uma perspectiva libertadora de ensino e, por sua vez, de formação docente.

Em 1993 a Associação Cartográfica Internacional criou a Barbara Petchenik Competition (BPC), um concurso de mapas de crianças e jovens com o objetivo de divulgar a cartografia mundialmente, a BPC ocorre a cada dois anos com uma exposição de desenhos durante a Conferência Internacional de Cartografia. Em 2009, a Sociedade Brasileira de Cartografia, organizadora local da BPC, homenageia a professora Lívia de Oliveira, pioneira nas pesquisas relacionadas a cartografia escolar, dando seu nome para a edição nacional, que passa a ser realizada anualmente. O objetivo do livro é resgatar os desenhos brasileiros que participaram da BPC desde 1993 e aqueles que se destacaram na competição nacional. Além dos desenhos, o livro traz uma entrevista exclusiva da professora Lívia, realizada em 2019 e frases de grandes nomes da cartografia escolar que intercalam as obras. Navegando entre o texto acadêmico e a divulgação da ciência cartográfica, o livro apresenta algumas reflexões teóricas na introdução e uma contribuição aos pesquisadores na forma de um levantamento de dissertações e teses sobre cartografia escolar; ensino de mapas; mapas para crianças e cartografia tátil com mais de 150 títulos, o que demonstra o poder dessa área de pesquisa no Brasil. Convido os leitores a viajarem na criatividade das crianças imaginando seus pensamentos em cada desenho e se inspirarem nas frases dos pesquisadores e professores. Por fim, espero que se emocionem, como eu, ao ler a entrevista com a professora Lívia e a homenagem ao engenheiro cartógrafo Nei Erling.

As reflexões teóricas e encaminhamentos didáticos sugeridos nesse volume “Escala e Ensino de Geografia” consideram a escala geográfica como uma mediação fundamental para se ensinar Geografia. Ao se ensinar conteúdos escolares pela Geografia, é importante abordá-los em diferentes níveis escalares: local, regional, nacional e mundial/global. Nesse entendimento, cada fenômeno a ser estudado em nível local não pode perder de vista sua articulação dialética com os níveis regional, nacional e mundial, já que essa articulação é importante para sua compreensão.

O presente livro objetivo analisar a mobilização e a construção de saberes cartográficos e pedagógicos, tomando como pano de fundo o curso de formação “Confecção de Jogos Geográficos nos Anos Iniciais” com professoras pedagogas. Neste estudo a noção de experiência foi tratada na interface com os apontamentos de Larrosa e Benjamim, evidenciando a alteridade na perspectiva baktiniana. Desses cruzamentos surgem algumas questões fundamentais estabelecidas: Primeiro, como essa experiência se efetivou e (trans)formou o grupo? Depois, como se estabeleceram conexões entre os saberes pedagógicos e cartográficos no processo de formação? E ainda, como as trocas de experiências transformaram a concepção de cartografia e de conhecimento? Deste processo despontam também reflexões sobre/no percurso investigativo, revelando tensionamentos durante uma pesquisa-formação. O texto representa um giro em que passa a considerar os saberes cartográficos pela perspectiva da teoria do discurso, entendendo o currículo não como um conteúdo a ser ministrado, mas como uma seleção de conhecimentos socialmente construídos a partir de disputas de comunidades disciplinares. Essas reflexões foram relacionadas no contexto da formação de professores e a linguagem cartográfica nas interfaces dos estudos do saber docente. A resposta para a pergunta-título “Porque eu tenho que ensinar lateralidade? provém do resultado das reflexões dessa pesquisa-formação. A partir das experiências com as professoras, passou-se a defender uma cartografia [escolar] porosa, que permita a infiltração tanto de uma representação euclidiana, como também infiltre a sensibilidade e expressividade.

“Conversações Cooperativas em Educação – dialogando com Humberto Maturana” reuniu trabalhos de diversos autores que se debruçam sobre os estudos de Humberto Maturana e suas ligações com outras áreas do conhecimento. Esta obra tem o objetivo de convidar a uma reflexão sobre o tipo de mundo em que vivemos, e, ao fazê-lo, por meio da reflexão dos fundamentos emocionais do nosso viver, descobrir como poderemos mudar o que estamos fazendo, se é que queremos mudar as ações do que estamos fazendo. Ou seja: espera-se que esta obra contribua para que as pessoas/leitores/profissionais se encontrem autonomamente com suas distinções fundamentais no viver como seres humanos, no fluxo emocional que constitui, a cada instante, o cenário básico a partir do qual surgem nossas ações. Com essa obra buscamos (1) organizar um conjunto de textos que abordem diferentes temáticas do viver humano articulados com a educação, tendo como principal referência as proposições de Humberto Maturana e (2) proporcionar uma leitura de fácil compreensão para professores; educadores; gestores; pesquisadores; estudantes; enfim, a todos que estejam preocupados em estabelecer diálogos que facilitem os processos de reorganizações democráticas e cooperativas em diferentes espaços da sociedade.

O título “ Cartografia Escolar: múltiplos olhares, diversas linguagens” faz juz ao seu conteúdo. Nessa obra, efetivamente, nos deparamos com trabalhos que apresentam diferentes olhares sobre assuntos tratados pela Cartografia Escolar brasileira, desde a década de 1970, assim como olhares, temas e abordagens recentemente incorporadas às pesquisas sobre a temática, se constituindo efetivamente em linguagens no contexto da linguagem cartográfica no ensino de Geografia.

Os autores são jovens pesquisadores originários das regiões Centro- Oeste e Nordeste, formados em importantes programas de pós-graduação em Geografia no Brasil. O livro contribui para discussões de temas já conhecidos nos campos da Geografia e da Cartografia Escolar, tais como: espaço vivido, percebido e concebido, raciocínio geográfico, escalas geográfica e cartográfica, alfabetização cartográfica e projeções cartográficas, bem como de outros incorporados recentemente às discussões , dentre eles, os letramentos cartográfico e geográfico, o pensamento espacial e o pensamento geográfico. Traz também reflexões sobre a utilização adequada de mapas e maquetes nos processos de ensino-aprendizagem de temas de Geografia na Educação Básica, à construção de mapas táteis para estudantes com cegueira congênita, de mapas de libras para alunos surdos, à utilização de imagens obtidas por celulares e drones, bem como de quadrinhos de super-heróis no processo didático-pedagógico. Enfim, são apresentadas diversas contribuições para o professor ministrar suas aulas no âmbito do ensino do mapa (noções básicas de Cartografia), quanto do ensino (de Geografia) pelo mapa.

Este livro foi concebido a partir de inquietações enquanto pesquisadoras e professoras do ensino básico com relação a aprendizagem da cartografia em ambiente escolar e a permanência de velhos problemas que se acumulam com novos desafios da era da informação.

A cartografia tem frequentemente sido discutida e investigada por diversos autores, no âmbito escolar, para uma educação geográfica consistente. O trabalho com a linguagem dos mapas apresenta ganhos expressivos na interpretação espacial mais completa dos fenômenos reais por estudantes de diversas idades e contextos. Para tanto, o papel do professor se faz primordial, a medida em que este estimula a observação do estudante para a espacialização dos fenômenos e, a partir de então, auxilia na construção do conhecimento. Esse processo só se faz possível a partir de uma formação epistemológica e cartográfica sólida do docente.

Este livro condensa alguns resultados referentes a formação do docente de Geografia, no Brasil e na Hungria, por meio trabalhos investigativos, apresentados em português e em espanhol sobre os cursos de licenciatura em Geografia e sobre as possibilidades e necessidades da ciência cartográfica no século XXI. Conta ainda com um prefácio escrito, gentilmente, pela Profa. Dra. Sônia Maria Vanzella Castellar.

Nosso objetivo foi destacar que o ensino de cartografia na educação básica possibilita trabalhar a espacialização dos lugares vividos dos estudantes, bem como em outras escalas geográficas, dentro de uma lógica de pensar a Geografia em sala de aula a partir do movimento dialético e contraditório entre a sociedade e a natureza.