Carolina Niedermeier Barreiro[1]
Uma das perguntas mais inquietantes quando falamos sobre gênero é, afinal, o que categorias como “homem” e “mulher” significaram para cada período e sociedade; quais campos as categorias como feminino e masculino regeram e como estiveram relacionadas uma à outra. É, ao mesmo tempo, um questionamento indigesto na medida em que a resposta jamais é facilmente encontrada e, mesmo quando a encontramos, pode ser que apareça aos pedaços – fragmentada por inúmeras razões. Sabemos que a pergunta exige um olhar cuidadoso diante das documentações, mas é fundamental para compreendermos gênero em sua complexidade.
Para respondê-la, pensemos em um grupo circunscrito: como sujeitos que foram identificados como “mulheres” conceberam essa identidade? De que maneira, portanto, mulheres no período medieval entenderam essa categoria e o papel que carregava? Delimitamos a pergunta, ainda, a um espaço e a um tempo: a Inglaterra dos séculos finais no medievo, sobretudo a partir de documentos que foram produzidos de alguma maneira por mulheres.
Para isso, utilizamos as obras de Julian de Norwich (c. 1342-1416), Margery Kempe (c. 1373-1438), Agnes Paston (c. 1405-1479) e Margaret Paston (c. 1420-1484) como referências. Quase contemporâneas uma à outra, elas viveram todas na mesma região da Inglaterra, Norfolk, na Ânglia Oriental. Julian de Norwich foi uma anacoreta (reclusa) que dedicou sua vida à devoção religiosa e escreveu uma obra de teologia visionária conhecida como Revelações do Amor Divino (entre os anos de 1390 e os primeiros anos de 1400). Margery Kempe, por sua vez, produziu uma autobiografia com um caráter fortemente religioso – podendo ser considerado uma espécie de autohagiografia – chamado O Livro de Margery Kempe (de 1436) em que relatou sua vida de peregrinação e devoção leiga a Cristo. Agnes e Margaret Paston, enfim, foram parte da mesma família pertencente à gentry inglesa cujas cartas versavam sobre defesa de propriedades, mediação de conflitos, relações familiares e outros tantos temas cotidianos a ambas no decorrer de suas vidas.
Para entendermos as influências que permearam suas produções, pensemos no contexto inglês à época. A metade do século XIV foi marcada pelo avanço da peste bubônica sobre as cidades e o campo, o que produziu considerável instabilidade econômica na região – especialmente no comércio, sobre o qual a família de Margery Kempe dependia para manter sua posição financeira (Parker, 2005). A instabilidade alimentou também movimentos sociais como revoltas camponesas que se espalharam no final do século XIV, como a rebelião de 1381 liderada por Wat Tyler (Wagner, 2006). No campo religioso, o crescimento da chamada heresia lolarda ameaçava a ortodoxia católica, tendo como resposta a perseguição contundente aos seguidores de John Wycliff e as primeiras condenações por essa heresia na região da Ânglia Oriental (McAvoy, 2004).
Ao mesmo tempo, a Guerra dos Cem Anos contra a França encontrava seu fim por volta de 1453, impactando diretamente a família Paston – que se tornaria herdeira do nobre John Fastolf, quem havia enriquecido com a guerra. Esse período seguiu sendo conturbado por conflitos políticos, à exemplo da Guerra das Duas Rosas (1455-1485). Na ocasião, opunham-se os apoiadores da família York e os aliados da família Lancaster em uma disputa direta pelo trono inglês (Ellis, 1984). Nesse sentido, o contexto dos séculos XIV e XV na Inglaterra foi marcado por diversas turbulências tanto políticas, quanto econômicas e sociais. As consequências desses processos foram, é claro, bastante diversas e nem sempre negativas às mulheres. Contudo, nos importa pensar que o momento no qual elas viveram exigiu uma relação com o gênero bastante específica.
A presença da chamada heresia lolarda na Inglaterra foi um dos aspectos que precisamos destacar. Isso porque esse movimento contava com críticas à proibição de mulheres na consagração de sacramentos – alguns defendiam, por exemplo, que elas deveriam poder ministrar também esses ritos então limitados ao clero secular, exclusivamente masculino; outros entendiam que as mulheres deveriam ter o direito de participar também da pregação, caso do clérigo Thomas Hoccleve (McAvoy, 2004). Essas perspectivas bastante heterodoxas dos lolardos colocou as mulheres devotas em uma posição delicada. O excesso, sobretudo na fala sobre Deus e sobre o sagrado, poderia ser interpretado como um desafio às normas da Igreja e uma aproximação perigosa à heresia.
A tensão instituída pela presença lolarda na Ânglia Oriental não passou despercebida às mulheres que mencionamos. Margery Kempe, por exemplo, teria sido acusada diversas vezes de heresia – especificamente lolarda – ao longo de sua vida. Na obra autobiográfica, Kempe narrou a trajetória devocional para a qual havia se dedicado, cuja característica mais marcante haviam sido os choros intensos derramados por Cristo. Segundo sua obra, teria se prostado aos prantos em diversas ocasiões, como um momento de êxtase, chamando a atenção dos demais cristãos tanto em apoio, como em absoluta repreensão ao seu comportamento descontrolado e inquietante:
“as muitas lágrimas que ela chorou que a deixaram tão fraca e frágil de modo que ela poderia não aguentar contemplar a cruz nem ouvir a Paixão de nosso Senhor sem se dissolver em lágrimas de piedade e compaixão”[2]
A devoção por meio do exagero do corpo e a fala pública constante de Margery Kempe sobre Cristo fez com que fosse acusada diretamente de heresia lolarda. Por esse motivo, precisou comprovar sua ortodoxia diante do arcebispo de York, Henry Bowet (1407-1423), acusada de pregação: “Eu não prego senhor; eu não subo em nenhum púlpito. Eu uso apenas comunicação e boas palavras e o farei enquanto viver”[3]. Nesse ponto, a estratégia utilizada por Kempe nos sugere algumas questões importantes sobre gênero e como essas mulheres o compreenderam e fizeram uso dele. Diante da acusação de corromper a norma que a proibia de pregar (na condição de mulher), Kempe negou não o feminino, mas a ação disruptiva. Ao mesmo tempo, recorreu às próprias Escrituras para reforçar sua inocência: “‘assim serão aqueles abençoados que ouvem a palavra de Deus e a mantêm’. E assim, senhor, penso que os Evangelhos me dão licença para falar sobre Deus”[4] citou a respeito da pregação. A estratégia de Kempe foi reivindicar para si uma autoridade maior que a do arcebispo, sem precisar negar sua atividade devocional, recusando-se ao silêncio.
É significativo, porém, que sua obra tenha sido escrita em terceira pessoa, referindo-se a ela como “essa criatura” – ser que não é marcado pelo gênero. Destacamos esse aspecto porque sua contemporânea, Julian de Norwich, utilizou de ambas as estratégias para autorizar a própria fala: fez uso da autoridade de Deus e do apagamento de sua identidade de gênero para fundamentar seus escritos. A obra de Julian de Norwich foi escrita em duas versões distintas: a primeira, uma revelação de visões divinas recebidas por ela em clausura; a segunda, uma reescrita das visões acrescentando a elas sua interpretação teológica dos ensinamentos de Deus. Na primeira versão, havia defendido a si mesma pela escrita: “por que sou uma mulher deveria acreditar que não devo contar a vocês sobre a bondade de Deus, uma vez que vi naquele momento que é de sua vontade que isso seja conhecido?”[5]
Nesse caso, a vontade de Deus se sobrepõe às proibições de pregação às mulheres, especialmente em um contexto de fortalecimento lolardo. Ainda que fosse uma mulher, tinha o direito de falar sobre a palavra de Deus porque essa era a vontade dele. Na segunda versão da obra, a passagem foi obliterada; na primeira versão, segue-se “Então você deve logo me esquecer, pois eu sou insignificante (…) e deve contemplar Jesus que é o tutor de tudo”[6]. O apagamento de si, sobretudo da condição de gênero, sugere que Julian de Norwich tentava, por um lado, reafirmar a possibilidade feminina de fala e, de outro, garantir a autoridade do que havia dito pelo apagamento do gênero e pela aliança à ortodoxia católica que proibia a pregação feminina.
Tanto Margery Kempe quanto Julian de Norwich tiveram seus papéis de feminilidade impactados pela perseguição aos lolardos na Ânglia Oriental e precisaram pensar em ferramentas que as permitiram tomar espaço na fala pública sobre Deus sem ameaçar a ortodoxia. Para isso, a condição feminina precisaria ser ressignificada – autorizada pela palavra maior de Deus – ou silenciada por meio da neutralidade do gênero – seja na palavra “criatura” ou na ausência dessa marca identitária.
Por outro lado, as mulheres da família Paston foram mais profundamente atingidas pelos conflitos políticos e territoriais do período. Como pertencentes a uma família da gentry inglesa em ascensão, a atuação de Agnes e Margaret Paston esteve voltada especialmente ao fortalecimento da família e de suas redes de contato e poder. Nesse sentido, a compreensão de feminilidade construída por elas ganhou diversas facetas e inúmeros papéis, multiplicando suas possibilidades de atuação entre aliados e adversários da família.
Agnes Paston, por exemplo, entendia que o papel de uma dama estava no trabalho árduo: “diga a Elizabeth Paston [sua filha] que ela deve agir de modo a trabalhar duro como outras damas o fazem e de alguma forma se ajudar com isso”[7]. O conselho de Agnes Paston à filha sugere a percepção que ela mesma tinha de como uma dama deveria agir. O texto foi escrito em 1458, catorze anos depois da viuvez de Agnes Paston e, portanto, depois de longos anos administrando por si mesma as propriedades herdadas do marido, enfrentando disputas territoriais e jurídicas, estabelecendo alianças e tentando manter uma boa relação com os demais herdeiros. O trabalho duro, portanto, era um reflexo daquilo que ela mesma havia precisado desenvolver para proteger suas terras.
Como viúva, Agnes Paston precisou desempenhar papéis para os quais o ideal feminino de submissão e silenciamento se tornariam um impedimento. A imagem do feminino em tais termos havia sido parte do discurso misógino no medievo, construído por grupos clericais que viam na mulher um reflexo dos perigos de Eva e de sua corrupção (Bodden, 2011). Esse entendimento, que havia encerrado as mulheres ao lugar de passividade e contenção, não poderia ter espaço na vida da gentry para qual a atuação das mulheres era fundamental. A proteção das terras na ausência do marido, a construção de alianças e o fortalecimento da posição social familiar dependiam de uma concepção sobre o feminino muito mais atuante; no lugar do silêncio e da submissão, a negociação e a agência foram fundamentais.
Nesse sentido, o papel desempenhado por Margaret Paston em 1448 nos ajuda a compreender a necessidade de lógicas de gênero muito mais fluidas e diversas. Na ocasião, a propriedade da família Paston em Gresham havia sofrido um cerco militar de outro lorde interessado naquelas terras. Com o marido distante, Margaret Paston precisou organizar sozinha a defesa contra o cerco:
“peço que consiga algumas bestas e casacos de proteção para cobri-los e lutar; suas casas aqui são tão baixas que nenhum homem pode atirar com arco longo, embora nunca tenhamos precisado tanto”[8].
Embora a defesa não tenha resistido aos ataques, a iniciativa de Margaret Paston se destaca pelo lugar que precisou ocupar. O argumento de um feminino flexível, nesse caso, se torna ainda mais evidente quando recuperamos outra carta enviada por ela a John Paston II, seu filho, sugerindo a dificuldade de uma mulher liderar outros homens: “E eu não posso guiar bem nem reger soldados, e também eles não seriam conduzidos por uma mulher da mesma forma que seriam por um homem”[9]. Para Margaret Paston, o ideal da liderança militar estava em outro campo do espectro de gênero que não o da dama; no entanto, foi exatamente esse o papel que ela mesma ocupou em 1448 na defesa de Gresham.
Os papéis flexíveis de gênero também poderiam ser pensados na atuação dessas mulheres em relação aos filhos. A vinculação dessas autoras com o papel materno foi tão profundamente variado que não poderíamos definir uma única noção de feminilidade associado à maternidade. Para darmos exemplos breves, Julian de Norwich tratou Jesus Cristo como uma mãe em suas revelações espirituais:
“Em nossa mãe, Cristo, nos beneficiamos e crescemos, e em misericórdia ele nos reforma e nos restaura (…) Assim que nossa Mãe age de forma misericordiosa em relação a todos os seus filhos amados que são submissos e obedientes a ele”[10].
Como mãe, não como pai, Jesus agiria de forma misericordiosa com seus filhos. Seu papel, para a autora, seria também o do afeto, da sabedoria e do reconhecer as necessidades de seus filhos. Por aproximar-se do ideal de cuidado, Jesus Cristo estaria para os devotos como uma mãe para os filhos, mais do que o pai. Por outro lado, o ideal de paternidade girava em torno da autoridade e do disciplinamento das crianças, aspectos adotados tanto por Agnes quanto Margaret Paston em relação aos próprios filhos. Mais do que o carinho cuidadoso, optaram por posturas de disciplinamento das crianças e autoridade sobre elas.
Agnes Paston, por exemplo, havia sido acusada de agredir sua filha, Elizabeth, como forma de punição. Segundo o que Elizabeth Clere, amiga da família, havia contado em carta: “desde a Páscoa ela [Elizabeth] tem sido, pela maior parte, agredida uma ou duas vezes na semana, em alguns momentos duas vezes no dia, e sua cabeça foi quebrada em dois ou três lugares”[11]. Margaret Paston não chegou ao ponto de relatar agressões físicas; no entanto, também adotou medidas de disciplinamento sobre Margery, filha que havia se apaixonado por um funcionário da família e que teria efetuado o matrimônio em segredo:
“Quando ouvi falar qual havia sido seu comportamento baixo, encarreguei meus servos de que ela não fosse recebida em minha casa. Eu a havia avisado, ela poderia ter prestado atenção antes se estivesse disposta”[12].
Nesse caso, o reforço da autoridade se deu por meio da expulsão de Margery de todas as propriedades da família, uma punição rigorosa para um comportamento que poderia prejudicar o prestígio e o poderio econômico dos Pastons. Tanto Agnes quanto Margaret utilizaram recursos associados à paternidade para orientar seus filhos, enquanto a Cristo, para Julian de Norwich, coube o papel materno do cuidado amoroso.
Os variados exemplos que trouxemos aqui nos sugerem que a concepção sobre feminilidade era profundamente múltipla, flexível e fragmentada para as mulheres na Inglaterra dos séculos XIV e XV. De acordo com as demandas e necessidades da vida devocional ou leiga, elas estabeleceram concepções sobre o feminino que as permitiram agir no mundo – neutralizando o gênero, recorrendo a outras autoridades ou flexibilizando os papéis possíveis ao feminino, reivindicaram a fala, a inserção social e autonomia. Mais do que um binômio irredutível, gênero poderia servir como uma ferramenta para atuação religiosa e laica.
Referências bibliográficas:
BARKER, J. 1381: The Year of the Peasant’s Revolt. Cambridge: Harvard University Press, 2014.
BODDEN, M. C. Language as the site of revolt in medieval and Early Modern England: speaking as a woman. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2011
DAVIS, N. The Paston Letters: a selection in modern spelling. Oxford: Oxford University Press, 1983.
ELLIS, S. “Crown, Community and Government in the English Territories, 1450-1575”. In: Third Conference on the Formation of the English State, abril de 1984, St Peter’s College. Comunicação. Oxford, 1984.
JULIAN OF NORWICH. The Writings of Julian of Norwich: A Vision Showed to a Devout Woman and A Revelation of Divine Love. Editado por Nicholas Watson e Jacqueline Jenkins. Pennsylvania: The Pennsylvania State University Press, 2005
KEMPE, Margery. The Book of Margery Kempe. Disponível em < http://english.selu.edu/humanitiesonline/kempe/showcase/webapp.php>. Acesso em 01 de abril de 2018.
MCAVOY, Liz. Authority and the female body in the writings of Julian of Norwich and Margery Kempe. Cambridge: D. S. Brewer, 2004
PARKER, Kate. “A Little Local Difficulty: Lynn and the Lancastrian usurpation” In: HARPER-BILL, C (Ed.). Medieval East Anglia. Woodbridge: The Boydell Press, 2005.
WAGNER, J. Encyclopedia of the Hundred Years War. Londres: Greenwood Press, 2006.
[1] Doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (carol.niedermeier@gmail.com). Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/8347943431946728.
[2] Tradução livre de “(…) þe plentyuows teerys / þt sche wept þe whech made hir so febyl & so weyke / þt sche myth not endur to beheldyn þe crosse / ne heryn owr lords passyon rehersyd / so sche was resoluyd in to terys of pyte / & co͒passyon” (MS 61823, f. 74v).
[3] “I che not ser / I come in no pulpytt / I vse but comownycacyon & good word & þt wil I do whil I leue” (MS 61823, f. 60v -61r)
[4] “so ar þei blissed þt heryn þe word of god and kepyn it / · And þer for sir me thynkyth þt þe gospel ȝeuyth me leue to spekyn of god”. Ibid, f. 60v.
[5] “Botte for I am a woman shulde I therfore leve that I shulde nought telle yowe the goodenes of God, sine that I sawe in that same time that it is his wille° that it be knawen?” (Julian de Norwich, 2005, p. 75).
[6] “Thane shalle ye sone forgette me that am a wreche (…) and behalde Jhesu that is techare of alle” (Julian de Norwich, 2005, p. 75).
[7] “And sey Elyzabet Paston that che must vse hyr-selfe to werke redyly as other jentylwomen don, and sumwhat to helpe hyr-self ther-wyth”. Memorandum de Agnes Paston, 28 de janeiro de 1458. Disponível em <https://quod.lib.umich.edu/c/cme/Paston/1:2.16?rgn=div2;view=fulltext>. Acesso em 10 de setembro de 2023.
[8] “prey ȝw to gete som crosse bowis, and wyndacis to bynd þem wyth, and quarell, for ȝwr hwsis here ben so low þat þere may non man schete owt wyth no long bowe þow we hadde neuer so moche nede.” Margaret Paston para John Paston I, 1448. Disponível em < https://quod.lib.umich.edu/c/cme/Paston/1:8.7?rgn=div2;view=fulltext>. Acesso em 10 de set. de 2023.
[9] “I can not wele gide ner rewle sodyours, and also thei set not be a woman as thei shuld set be a man”. Margaret Paston para John Paston II, 11 de julho de 1467. Disponível em <https://quod.lib.umich.edu/c/cme/Paston/1:8.76?rgn=div2;view=fulltext>. Acesso em 10 de set. de 2023.
[10] Julian de Norwich, 2005, p. 309.
[11] “she hath sin Eastern the most part be beaten once in the week or twice, and sometime twice on o day, and her head broken in two or three places” (Davis, 1983, p. 24).
[12] “and wan I hard sey wat here demenyn [deletado no MS]g was I schargyd my seruantys þat sche xuld not be reseyued in myn hows. I had ȝeuen here warnyn [deletado no MS]g, sche mythe a be ware afore yf sche had a be grasyows”. Margaret Paston para John Paston II, 10 de set. de 1469. Disponível em < https://quod.lib.umich.edu/c/cme/Paston/1:8.80?rgn=div2;view=fulltext >. Acesso em 12 de setembro de 2023.
Publicado em 14 de novembro de 2023.
Como citar: BARREIRO, Carolina Niedermeier. O que as Mulheres Pensaram Sobre esse tal de ‘Ser Mulher’? (Séculos XIV-XV). In: Blog do POIEMA. Pelotas 13 nov 2023. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/poiema/texto-o-que-as-mulheres-pensaram-sobre-esse-tal-de-ser-mulher-seculos-xiv-xv/. Acessado em: data em que você acessou o artigo.