Elias Feitosa de Amorim Junior[1]
A catedral de Chartres é uma igreja repleta de histórias. Retomemos o momento em Carlos, o Calvo (neto de Carlos Magno) presenteou a catedral com uma relíquia em 876: a Sancta Camisia, as vestes que, segundo diferentes tradições, a Virgem Maria teria usado durante a Anunciação ou no nascimento de Jesus. Gradativamente, o fluxo de peregrinos foi se avolumando e isso implicou na ampliação da igreja.
A controvérsia é que por um lado, Chartres atraia tanto os peregrinos quanto piratas nórdicos que a sitiaram para saquear suas riquezas e segundo a lenda local, a cidade sobreviveu. Por outro lado, os incêndios foram uma constante nessa igreja, por diferentes motivos (relâmpagos, guerras feudais, acidentes, etc.). As relíquias, aparentemente, sobreviveram…
A catedral, à época do bispado de Fulbert (1007-1028), foi expandida como um edifício de arquitetura românica de nave única e abside.
A fachada românica da catedral foi construída por volta de 1024, mas sofreu um incêndio em 1134, sendo reconstruída. Destruída quase por completo por outro incêndio em 1194, o pórtico original de 1134 e a torre sul sobreviveram e uma nova reconstrução se iniciou a partir daí, até sua consagração em 1260. A torre norte foi construída mais tardiamente, em 1513 e seguiu o padrão estético o gótico flamboyant (flamejante). Desde então, a fachada ficou com um plano proporcional desigual das torres, pois a torre sul, que datava do século XII correspondente ao estilo românico era menor que a torre norte.
O estilo de construção iniciado por Suger em Saint-Denis se irradiou pelo norte da França ao longo da segunda metade do século XII, atingindo a Inglaterra, Flandres, Alemanha, Áustria, Boêmia, bem como o próprio sul da França a partir do século XIII, norte da Itália e da Espanha. Era o Opus Francigenum, ou seja, a “arte francesa”.
Ao mesmo tempo que essa nova estética se difundia, a figura da Virgem Maria ganhou um papel destacado a partir do século XII porque o culto mariano se tornou mais intenso: a imagem da mulher, antes apenas associada à Eva (símbolo do Pecado) foi gradativamente substituída pela figura da Virgem Maria (exemplo de conduta), sendo bem visível o grande número de catedrais dedicadas a Nossa Senhora na França (Notre-Dame de Laon 1150; Notre-Dame de Paris 1163; Notre-Dame de Chartres 1194 e Notre-Dame de Amiens 1220, entre outras) e em outros países da Europa também.
No entanto, o termo gótico não surgiu como uma identificação, mas numa depreciação, pois foi uma denominação a posteriori e pejorativa dada pelos renascentistas. Giorgio Vasari (1511-74) ao se referir à arte medieval a interpretou como arte feita “alla maniera degli goti”, ou seja, dos visigodos, ostrogodos, etc., uma associação àqueles povos que os romanos maldiziam e chamavam de “bárbaros”, como se fossem “totalmente incultos e selvagens” ao se compara com o modo de vida romano.
Esta visão negativa, portanto, entendia a Antiguidade Clássica e a Idade Moderna eram separadas por uma “Idade de Trevas”, a “Idade Média” que deveria ser esquecida porque nela a cultura greco-romana que desapareceu e daí, os renascentistas desejavam restaurar em seu máximo esplendor.
A Igreja Cristã por volta do século XI havia se tornado uma instituição poderosa e justamente naquele momento que floresceu um padrão estético, cujas características remetiam aos padrões de escultura e arquitetura da Roma Antiga, agregados os elementos locais e por isso, foi chamado a posteriori de românico, segundo Ernst Gombrich:
Nas igrejas românicas encontramos geralmente arcos redondos assentes em maciços pés-direitos. A sensação causada por estas igrejas, interna e externamente, é de uma robustez compacta. Há poucas decorações, as janelas são poucas, mas as paredes e torres inteiriças lembram-nos as fortalezas medievais[2].
Contudo, não podemos dizer que a “pouca decoração” que se referiu Gombrich, não significa uma ausência de criatividade ou parâmetro comum de elementos estilísticos em toda Europa ocidental, pois existem notáveis diferenças entre as construções românicas, seja entre as abadias e mosteiros que fazem parte do Caminho de Santiago de Compostela ou das igrejas da Península Itálica do mesmo período, inclusive algumas com amplos programas iconográficos de pinturas em suas paredes e abóbadas.
Elemento que pode ser destacado é uma hierarquização das partes: a arquitetura do prédio, a qual sustenta e se complementa com as esculturas e por fim a pintura dos afrescos. A Igreja é a “fortaleza de Deus”, uma massa compacta de pedras que protege o corpo e alma dos fiéis, dando a ideia de que cada cristão é uma pedra da própria igreja e esta é formada por capelas irradiantes juntas da nave principal, cujos volumes se aglutinam numa expressão plástica da ideia de coletividade presente no medievo. Escura como a própria terra, fonte da vida que abrigou seus filhos em seu ventre durante a gestação dos tempos e que depois do nascimento, mantém seus filhos junto de seu seio, provendo-os com o pão celestial: a palavra de Deus.
Quando olhamos para a catedral de Chartres, observamos diferentes momentos de suas muitas reconstruções em virtude inúmeros incêndios, seja pelo fato da posição da igreja no alto de uma colina ser propícia para atrair raios durante as tempestades, seja por conta de guerras feudais ou de ataques de piratas nórdicos. Desgraças a parte, optaram pela manutenção do pórtico original de 1134, mas com um plano não uniforme das torres, pois a torre sul corresponde ao estilo românico, enquanto a torre norte é mais alta e tem como padrão estético o gótico flamboyant (flamejante em francês).
Chartres apresenta uma planta na forma de cruz latina (haste longa e braços curtos) uma alusão ao corpo do Cristo crucificado: a entrada representa os pés; o caminhar, pela nave principal, em direção do altar as pernas e o tronco, cujos braços se constituem pelo transepto e a cabeceira iluminada pelos vitrais, cuja direção é alinhada para o leste (direção de Jerusalém e do nascer do Sol) constitui a cabeça do Salvador.
A catedral, portanto, constitui-se num ponto de encontro com o divino, sendo assim, os fiéis durante várias gerações se esforçaram para a construção do templo, foi construída num período de crescimento populacional e dessa forma, suas dimensões (137m de comprimento e 64,30m de extensão no transepto) eram bem maiores que as catedrais românicas, pois era preciso comportar um número maior de fiéis.
Trabalho árduo, soma da ação conjunta das diferentes corporações de ofícios da cidade num esforço coletivo de elevar as alturas a grandeza de Deus e de sua rainha, a Virgem Maria. Simbolicamente, entendiam que cada homem era uma pedra e todos eram a catedral, ou mesmo, a própria Igreja.
Para tanto, além de uma grande nave principal, as naves laterais também maiores e um grande deambulatório que servia de corredor para a contemplação das relíquias, como a roupa que Maria teria usado no nascimento de Jesus (a Sancta Camisia) entre outras relacionadas aos santos locais e expostas nas capelas radiais junto a cabeceira da Igreja. Neste percurso pelo interior do templo, ou também, pelo caminhar simbólico sobre o corpo do próprio Cristo, os homens encontravam uma extensa narrativa em delicado vidro colorido, ou seja, os vitrais.
Cabe ressaltar que a utilização dos vitrais nas igrejas a partir dos fins do século XII é um resultado de um conjunto de fatores: a intensificação das práticas comerciais e o renascimento das cidades havendo, portanto, excedentes que pudessem ser aplicados nas doações para a igreja; uma transformação nas técnicas de construção graças a utilização de cálculos mais precisos e o domínio mais aprofundado da geometria, podendo calcular com razoável variabilidade os arcos ogivais que constituem um dos elementos do gótico e também a multiplicação de ateliês voltados para o manuseio do vidro, até então, um material escasso e caro.
Para incluir os vitrais, as paredes foram se tornando mais finas e vazadas, necessitando, dessa forma, de um reforço externo para mantê-las em pé e ao mesmo tempo, não comprometer a visão dos vitrais. Estes reforços são denominados contrafortes que sustentam os arcobotantes, verdadeiros andaimes de pedra no exterior do edifício que sustentam a caixa de vidro formada pela catedral.
A estrutura do vitral é feita em metal: um gradil de ferro, cujo interior é tramado por caixilhos de chumbo, uma malha rígida e nesta se encaixam os pedaços de vidro colorido, que compõem partes das imagens ou então, recebiam detalhes pintados sobre sua superfície. O colorido era resultante do acréscimo de substâncias químicas na fusão do vidro e tal processo originou o famoso “azul de Chartres”.
Sendo a catedral de Chartres dedicada à Virgem Maria, a presença das imagens marianas é marcante, destacando-se “Notre-Dame de La Belle Verrière”, fabricado em 1180.
O programa iconográfico desta janela pode ser interpretado como de inspiração cristológica porque apresenta sua organização a partir do destaque da pessoa de Jesus. Esta imagem consiste num padrão de representação da Virgem Maria com o menino Jesus, no qual a posição de ambos é colocada em destaque, mas em condições distintas: a primeira é a condição de Maria como mãe de Deus, sendo esta uma mortal escolhida por Deus para conceber sem pecado o Salvador; a outra condição é a do Cristo menino, sentado no trono numa posição majestática, segurando a palavra da Salvação[3] e abençoando os homens.
Maria, dessa forma, torna-se advogada de Eva, contrabalançando sua obediência virginal à antiga desobediência virginal. Santo Irineu compreende que a história humana passaria a ter um novo curso em virtude do caminho apontado pelo Cristo, pelo seu próprio “ser” de homem-Deus, na realização das profecias e na busca da Salvação:
Aqueles que o chamam apenas de puro homem nascido de José negando o Emanuel que nasceu da Virgem, são privados de seu dom que é a vida eterna; e, não acolhendo o Verbo que concede a incorrupção, continuam sendo uma carne mortal e são tributários da morte, pois não recebem o antídoto da vida.[4]
Para Irineu, portanto, professar a maternidade virginal de Maria constituia um elemento fundamental de fé e a condição indispensável para participar da salvação.
A baia (30a) está localizada no deambulatório sul da catedral (corredor ao redor do altar principal para a circulação dos peregrinos nas suas orações perante as relíquias presentes), buscando a intercessão divina.
Na análise dos episódios, a temática vai além da simples identificação dos temas. Assim, durante a tentação no deserto, Jesus reafirma sua Fé em seu Pai e na sua missão: salvar a Humanidade de seus pecados, sendo que ele tinha o semblante humano graças a sua mãe, Maria. Nas três cenas da tentação, Cristo aparece em pé, segurando um livro numa mão e com a outra, repudia o demônio. Este último aparece em ação perante Jesus, apontando para suas “armadilhas” e na terceira cena sai em direção contrária a Jesus, dando-lhe as costas, com a cabeça baixa e as mãos rentes ao corpo, transparecendo a sua derrota.
O início da vida pública de Jesus e seu primeiro milagre dá-se quando teria transformado água em vinho, a pedido de sua mãe, durante a festa de casamento na qual ele se encontrava presente.
Jesus, num primeiro momento, encontra-se observando o banquete na companhia de dois de seus discípulos, tendo as mãos sobrepostas e apoiadas sobre o corpo. Maria conversa com Jesus e apresenta um semblante tenso, diferente de seu filho, o qual tem um livro numa mão e a outra se encontra aberta, voltada para sua mãe, acatando o pedido desta.
Maria aparece numa outra cena em ação, conversando com um dos criados que serviam a mesa do banquete: Maria tem a postura semelhante à de Jesus, apresentando um livro na mão esquerda e a mão direita aberta, gesto correspondido pelo criado, que tem um jarro numa mão e a outra livre e aberta, voltada na direção da Virgem.
O desdobramento da ação se dá na cena seguinte, quando os criados enchem com água os jarros apontados por Jesus e ele os transforma em jarros de vinho, o qual foi levado à mesa do banquete pelo mesmo criado que presenciou o milagre. Aqui a relação mãe / filho se manifesta e também a transubstanciação que estaria presente numa outra ceia, naquilo que se consagraria como a Eucaristia.
O terceiro e culminante momento seria a metade restante da baia, onde vemos a corte angelical sustentando o trono divino, iluminando e incensando a excelsa condição do Cristo, que se encontra no centro e sentado no trono, tendo sua mãe atrás. Maria aparece como a Theotókos, Mãe e guardiã do Filho de Deus, numa postura hierática e soberana, coroada e iluminada, ou transpassada pelo Espírito Santo.
A imagem de Maria é aqui elevada a uma dignidade sublime, uma hierofania, uma aparição de uma mulher resplandecente, coroada com 12 estrelas como no Apocalipse[5], trajando um manto azul de extrema beleza e delicadeza, a cabeça, antes coberta com um véu e depois a coroa.
Bernard de Clairvaux comentara:
Com efeito, é digna de ser coroada de estrelas a cabeça que, por ser mais brilhante do que elas, mais as adorna do que por elas é adornada. (…) Mas nós, que por causa de nossa pequenez nos abstemos da perigosa tentativa de penetrar nos segredos divinos, nessas doze estrelas, talvez possamos compreender as doze prerrogativas de graças com as quais Maria foi adornada de modo especial. De fato, em Maria podemos encontrar os privilégios do céu, os privilégios da carne e os privilégios do coração; se multiplicarmos por quatro estes três privilégios, talvez tenhamos as doze estrelas pelas quais brilha diante de todos o diadema de nossa Rainha.[6]
A relação estabelecida pelo Doctor Mellifluus propõe reiterar a importância de Maria na preservação da fé, fato este sublinhado pela inferioridade do ser humano quanto à sabedoria divina, embora exalte, ao mesmo tempo, como ela favoreceu a compreensão da natureza humana de Jesus (Encarnação), como foi importante para a ação divina (concepção pelo Espírito Santo) e também como exemplo de amor na condição de mãe do filho de Deus.
Nesse vitral, encontram-se os elementos muito próximos da tradição bizantina e românica no que diz respeito à composição hierática e ornamentação da figura, mas a matriz de vidro, transpassada pela luz, remete à concepção do Cristo: Maria não teve seu corpo rompido e nem sangrara.
Ao mesmo tempo, na imagem da Virgem Maria pode-se ver a ideia da representação da Mater Ecclesiae, metáfora da Igreja triunfante e soberana, guardiã da Boa Nova (da ortodoxia na interpretação dos Evangelhos e da doutrina cristã). É também a metáfora da Arca da Aliança que traz a palavra de salvação entre o povo de Deus.
A manifestação dos símbolos de poder (trono, coroa, lei) lhe conferem também o status de Auctoritas e Sedes Sapientiæ (Trono de Sabedoria) e, portanto, repositório de sua autoridade, assegurando a concepção de que a Salvação naquele contexto estaria exclusivamente dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.
A atual catedral de Chartres tem mais de oito séculos, foi espaço de eventos de grande importância e conseguiu sobreviver às tensões e conflitos que a França (não foi depredada como a Sainte-Chapelle em Paris, mas teve a imagem da cripta destruída pelos jacobinos) atravessou nesse longo período: quando eclodiu a II Guerra Mundial em 1939, os vitrais foram todos retirados e guardados num lugar subterrâneo e apenas remontados depois do final do conflito em 1945.
Em 1979, a catedral de Chartres foi o 1º edifício religioso francês a integrar a lista de Patrimônio da Humanidade organizada pela UNESCO, pois se configura num importante espaço que envolve a história político-econômica e sociocultural da França e Europa, mantendo-se como lugar de peregrinação que anualmente recebe milhares de pessoas durante as festividades em louvor à Virgem Maria, bem como, de fiéis que se deslocam até lá para contemplar a Sancta Camisia tal qual nos tempos medievais com pedidos e votos de agradecimentos por possíveis curas e bênçãos obtidas.
Bibliografia
AMORIM JUNIOR, Elias Feitosa de. Luz, imagem e devoção mariana nos vitrais da catedral de Notre-Dame de Chartres (séc. XII-XIII). 2019. 188f. Dissertação (Mestrado em História da Arte) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.
BERNARD DE CLAIRVAUX. Sermões para as Festas de Nossa Senhora. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus Editora, 2012 (edição revista e ampliada)
DEREMBLE, Jean-Paul et MANHES, Colette. Guide des vitraux: cathédrale de
Chartres. Boulogne: Éd. Castelet, 1993.
DEREMBLE, Jean-Paul & MANHES, Colette. Vitraux de Chartres. Paris: Editions Zodiaque, 2003.
GOMBRICH, E. História da Arte. Rio de Janeiro: LTC. 1996.
IRINEU DE LYON Contra hæreses. Patrologiæ Cursus Completus Series Graeca 1 III, 19, 938, 1857-1866.
KURMANN-SCHWARZ, Brigite & KURMANN, Peter. Chartres: La Cathédrale. St.Leger Vauban: Ed. Zodiaque, 2001, 1ªed.
PANOFSKY, Erwin. A arquitetura gótica e o Pensamento Escolástico. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1992.
PRACHE, Anne. Notre-Dame de Chartres: image de la Jérusalem céleste. Paris: CNRS Éditions, 2008.
[1] Doutorando em História da Arte pela Universidade de Paris 1 (Panthéon-Sorbonne). E-mail: eliasamorimjr@gmail.com . Link para o Lattes: http://lattes.cnpq.br/0834644791400480
[2] Gombrich, E. História da Arte. Rio de Janeiro: LTC. 1996, p.127.
[3] No livro nas mãos de Jesus aparece o versículo presente no Evangelho de Lucas 3: 5 “todo vale será aterrado” escrito em latim conforme a Vulgata – “omnis vallis implebitur”.
[4] Irineu de Lyon contra hæreses. Patrologiæ Cursus Completus Series Graeca 1 III, 19, 938, 1857-1866.
[5] Apocalipse 12: 1 “Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o Sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas;” in Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus Editora, 2012, p. 2154.
[6] Bernard De Clairvaux. “Sermão do Domingo durante a oitava da Assunção” in Sermões para as Festas de Nossa Senhora. Petrópolis: Editora Vozes, 1999, p. 194.
Publicado em 28 de novembro de 2023.
Como citar: Amorim Junior, Elias Feitosa de. Notre-Dame de Chartres: O esplendor em pedra e luz da arte gótica. Blog do POIEMA, Pelotas 28 nov 2023. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/poiema/texto-notre-dame-de-chartres-o-esplendor-em-pedra-e-luz-da-arte-gotica/ Acessado em: data em que você acessou o artigo.