Guilherme Welte Bernardo[1]{2]
Quando a ilha [de Lemnos] foi ocupada pela marinha grega [em 1912], soldados gregos foram enviados às aldeias e se estabeleceram nas praças públicas. Alguns de nós, crianças, corremos para ver como eram esses soldados gregos, esses helenos. “O que vocês estão olhando?” perguntou um deles. “Para os helenos”, respondemos. “Vocês mesmos não são helenos?” ele retrucou. “Não, nós somos romanos.”
– Peter Charanis[3]
Se, por um lado, admitimos que o cetro de ferro da unidade romana suprimiu o ímpeto de nossa raça, então, por outro lado, também devemos confessar que, sob o disfarce dessa unidade, o helenismo foi preservado inteiro e inalterado por onze tumultuosos séculos de história mundial.
– Spyridon Zambelios[4]
A Idade Média foi frequentemente utilizada pelos nacionalistas europeus em busca de fixar a origem de suas comunidades. Seja na Inglaterra, França, Alemanha ou em outro país, o estabelecimento das monarquias medievais serviu, no discurso político nacionalista, sempre de caráter essencialmente primordialista, como fonte para se estabelecer símbolos e heróis nacionais, para se pensar uma base unificadora para o agrupamento de povos outrora diversos e para alimentar reimaginações nostálgicas de um passado idealizado. Isso não significa que a Antiguidade também não pudesse ser mobilizada – os alemães souberam fazer isso muito bem, ao lembrar da batalha de Armínio contra o general romano Varo, estabelecendo mesmo uma “germanicidade perene” anterior ao encontro com o Império Romano.[5]
Hoje, no entanto, trataremos de um povo que, em seu discurso nacionalista, tenta nos introduzir a sua ideia de uma perenidade identitária e histórica, retornando mesmo à Antiguidade: os gregos – isto é, os gregos modernos. É importante que o leitor já tenha em mente que um estado nacional helênico não existira na Antiguidade ou no Medievo. Em 1456, os otomanos conquistaram Constantinopla, capital da milenar continuação do Império Romano no Oriente, mais conhecido como “Império Bizantino” ou “Bizâncio”. Em 1460, o último enclave helenófono “autônomo” nos Bálcãs, Moreia, é também conquistado pelos otomanos. Assim, um estado nacional propriamente “grego” se estabelece somente no século XIX durante a Guerra de Independência Grega (1821-1829) contra o Império Otomano, um conglomerado multiétnico e religioso de povos que incluía toda a região dos Bálcãs e da Anatólia.
A história dos gregos antigos não deve ser totalmente desconhecida ao leitor. Sabemos que, separados basicamente em cidades-estados, os gregos da Antiguidade de fato desenvolveram um certo pan-helenismo que girava em torno, por exemplo, de sua língua e religião, algo mobilizado muitas vezes pelo imperialismo de uma cidade estado, como Atenas com sua Liga de Delos (Perlman, 1976; Low, 2018). No entanto, essas experiências ainda estão muito distantes de um nacionalismo moderno, nem foram capazes de criar algo unificador como um “estado-nacional helênico”. As nações como nós imaginamos são frutos da modernidade: do liberalismo, do capitalismo e do nacionalismo. Ainda que, segundo alguns, Atenas e sua região circundante poderiam ser pensadas como uma espécie de comunidade política imaginada, essas experiências do passado não podem ser igualadas a grosso modo às experiências nacionais contemporâneas.[6]
Ainda assim, quando falamos de gregos, a mentalidade popular, seja na Grécia, na China ou no Brasil, invoca uma certa perenidade. Como dito, os próprios gregos modernos nos introduzem a essa singular aparência de imutabilidade e permanência histórica, já que, ainda hoje, existem pessoas que se chamam de helenos, que habitam a antiga Hélade, que falam um idioma chamado de helênico e que possuem graciosos guias turísticos prontos para mostrar aos visitantes os incríveis monumentos e as estáveis ruínas do passado desse povo. Alguém mais desavisado poderia voltar de uma viagem à Grécia acreditando que os gregos enquanto nação existem há zilhões de anos e que aquele mesmo guia turístico talvez seja um descendente direto de Péricles – quando, muito provavelmente, seus antepassados foram forçados a se mudar para a Grécia saindo da Anatólia durante a grande troca de populações entre gregos e turcos.[7] Não que a população que hoje está na Grécia seja totalmente desconexa geneticamente dos antigos, mas a História por trás disso possui muitas outras nuances que o discurso nacional deixa escapar propositalmente.
Durante o período milenar da continuação do Império Romano no Oriente, os helenófonos se identificaram como romanos (rhomaioi). Ao final da Antiguidade Tardia, os habitantes de toda a região ao redor do Mar Egeu haviam abandonado a nomenclatura de helenos e adotado a de seus conquistadores. O Império Romano foi capaz de integrar a população regional – não sem seus descontentes iniciais – à ideia de uma grande comunidade de romanos. Isso não se resume a uma mera identificação negativa do termo helênico ao paganismo, mas sim de uma integração das elites à administração romana, isto é, quando os conquistados começaram a se beneficiar da participação nesse poderoso estado (Ando, 2000; Dam, 2002; Graf, 2015; Kaldellis, 2007; Madsen, 2009; Millar, 2006). Basicamente, durante a Idade Média, a Hélade era somente uma pequena província (thema) do Império Romano Oriental, compreendendo as regiões que iam da Tessália, ao norte, à Ática, ao sul. Alguns movimentos chegaram a surgir em esferas intelectuais no período tardio bizantino, apelando a um helenismo intelectual e identitário, especialmente em contraste com os invasores e conquistadores vindos do Ocidente, mas sem rejeitar a nomenclatura usual. A identidade política desse Império continuou, até seu fim, sendo romana (Kaldellis, 2007). Assim, a persistência da identificação com o termo romano por essas pessoas se mostra surpreendentemente longínqua, sobrevivendo inclusive ao período otomano. Evidentemente, o conteúdo dessa identidade precisa ser estudado a partir de recortes históricos específicos para entendermos seu contorno ao longo do tempo (Kaplanis, 2014; Livanios, 2006).
Note que a intelectualidade ocidental tem uma longa história de negar a identidade romana do Império Romano medieval, iniciando ainda na Idade Média com os francos. Essa negação da romanidade oriental será acompanhada de uma representação negativa sobre tudo relacionado a ele. Os romanos orientais serão então considerados como gregos – ou meros gréculos, gregos decadentes – e, posteriormente, como “bizantinos”, um termo técnico que apela a ideia de um “conglomerado multiétnico de povos”, despossuído até mesmo de qualquer etnicidade grega. No mundo contemporâneo, ambas as perspectivas possuem efeitos na problemática da construção de um estado de caráter helênico.[8]
Durante a ascensão dos nacionalismos europeus, o Império Romano medieval tornou-se um ponto de debate sobre a nova nação grega – inicialmente, com o propósito de ser deixado à margem, rejeitado como algo negativo; posteriormente, com novas questões sendo postas, tornou-se necessário que ele fosse urgentemente reabilitado. Para entendermos esse processo de ruptura inicial, precisamos olhar para a formação do nacionalismo helênico.
O surgimento do estado grego testemunha um embate entre duas principais correntes ideológicas: uma “romaica”, que defendia a romiosyne (romanidade) e apelava às tradições populares e religiosas, à língua demótica e à própria autoidentificação das camadas mais baixas; e outra “helênica”, que defendia o hellenismos e apelava a uma reconexão com a helenidade clássica, ao retorno à um tempo glorioso, à purificação da língua grega barbarizada (dando origem ao katharevousa), e se relacionava intimamente com as expectativas europeias filelenas, isto é, de admiração às coisas gregas, na virada para o século XIX (Herzfeld, 2020; Livanios, 2006; Tsimouris, 2011).
Iniciando ainda no século XVIII, a tendência ideológica predominante no nacionalismo grego será aquela formulada por intelectuais formados no exterior como Adamantios Korais (1748-1823) que encabeçarão o que chamamos de “Iluminismo Grego” e que servirão de forte influência para a construção ideológica do novo estado no século XIX (Augustinos, 2008). Assim, será incentivada uma ruptura com a identificação de rhomaios/rhomios em favor de graikos ou hellenikos. Enquanto os últimos termos evocavam o passado glorioso de um povo pelo qual o mundo ocidental traçava suas origens intelectuais e admirava profundamente, os primeiros evocavam o homem vulgar do campo, o demoticismo e os elementos religiosos medievais.
Assim, sob influência do forte filelenismo que encontraram na Europa Ocidental, esses intelectuais tiveram como fonte de inspiração para a construção da nacionalidade não o passado medieval, uma vez que estavam imbuídos das opiniões negativas de seus pares ocidentais como Voltaire e Gibbon, mas o passado clássico da Grécia. O desprezo de Adamantios Korais por Bizâncio era notório, e ele atribuía a esse passado medieval pesadas culpas pela condição em que seu povo vivera nos séculos anteriores. No discurso dos nacionalistas, que queriam tanto se livrar dos efeitos dos jugos que estiveram submetidos, Bizâncio é a fase em que sua nação foi dominada pelos romanos, além de se constituir como uma parte negativa da história grega, uma era de trevas e obscurantismos que obliteraram as glórias helênicas, embora a perenidade da nação grega ainda estivesse implícita no argumento. Assim, chamar a si como rhomios é visto para alguém como Korais como uma triste lembrança da longa dominação sob a qual estiveram submetidos (Clogg, 1988; Mackridge, 1988; Magdalino, 1998).
Note que a elite do novo estado sentirá a necessidade de que seu país seja incorporado às fileiras das nações europeias. Assim, em 1832, será estabelecida uma monarquia europeia no país. O projeto dessa monarquia de origem bávara também foi essencial para a construção desta nova helenidade, especialmente em seus projetos arquitetônicos, uma vez que olhava para a Grécia e, especialmente para Atenas, escolhida agora pela mesma como a capital do novo país, como conectada espiritual ou filosoficamente aos alemães.[9] Uma correspondência de um homem a um jornal local de Atenas demonstra bem sua percepção pessoal quanto ao filelenismo dos estrangeiros que embarcarão nesse projeto de reabilitação da Grécia Antiga:
É verdade que muitos dos chamados estrangeiros frequentemente passam pela minha aldeia e tive a oportunidade de conhecê-los e conversar com eles. Mas o que você quer que eu aprenda, meu amigo, com esses estranhos cavalheiros que, quando você pergunta sobre as pessoas, examinam os montes de pedras, e quando você fala sobre os vivos, querem informações sobre os mortos? (Bastéa, 2000, p. 128, Tradução autoral).
A rejeição do passado bizantino começa a mudar na segunda metade do século XIX. A partir de 1830, o historiador austríaco Jakob Philipp Fallmerayer (1790-1861) realiza uma série de publicações polêmicas intituladas História da península da Moreia durante a Idade Média onde afirma que, durante a Idade Média, o Peloponeso foi tomado por uma grande quantidade de eslavos e uma parcela minoritária albanesa. Assim, embora esses grupos invasores tenham sido “helenizados”, os gregos modernos não mantiveram nenhum traço de continuação racial com aqueles da Antiguidade.[10] Instigados pela necessidade de provar o elemento da continuação racial, tão caro ao discurso nacionalista, os historiadores da nação emergente precisaram integrar o passado bizantino para provarem a “continuação nacional e racial”. Reabilitar o período medieval, no entanto, não era fácil. Por exemplo, em 1852, a obra Constantinopla de Skarlatos Vyzantios (1798-1878), publicada em três volumes entre 1851-1869 foi rechaçada devido ao seu “excesso de apologias” ao passado bizantino (Christodoulou, 2013).
O pensamento histórico grego refletia o anseio fileleno nacionalista. A história grega moderna era pensada em direta continuidade com a história clássica. Bizâncio e o período otomano eram sem dúvidas “reconhecidos” – afinal, os gregos não teriam se escondido em cavernas e retornado no século XIX –, mas o período medieval e otomano não era incorporado no discurso. A mudança de perspectiva que ocorrerá agora firma a historiografia grega no período romântico. Spyridon Zambelios (1815-1881) será o primeiro a sugerir a divisão tripartite antiga-medieval-moderna à história grega, que será usada pelo constantinopolitano Konstantinos Paparrigopoulos (1815-1891), professor da Universidade de Atenas, em sua magistral História da nação grega publicada em cinco volumes entre 1860-1874. Paparrigopoulos pode ser considerado o primeiro a inserir definitivamente Bizâncio na história nacional grega, elaborando uma grande narrativa a partir de uma lógica interna, ainda que relacionada a valores ocidentais, mas sem necessitar recorrer ao pensamento até então imposto pelas aspirações filelenas (Bounia, 2020).
Paparrigopoulos, no entanto, teve próprios percalços, e Bizâncio só foi inserido nos livros didáticos escolares no final do século XIX (Christodoulou, 2013; Bounia, 2020). Embora seu legado de colocar o Império Romano medieval como essencialmente um Império Grego medieval tenha sido eventualmente aceito e incorporado pelo estado grego, as consequências desse legado seriam também questionadas por fatores externos. Desde o princípio do movimento revolucionário, havia a expectativa de que a libertação pudesse ser estendida a todos os gregos e que mesmo Constantinopla pudesse ser retirada das mãos dos turcos. Assim, alguns participantes até mesmo endossavam a ideia da reconstrução de um Império Grego tendo Constantinopla como sua capital. Não havia, no entanto, nenhum planejamento prático quanto a isso, e as potências europeias certamente não dariam suporte a essa ideia, ansiosas como estavam em conseguir novos territórios com a dissolução do Império Otomano. Mas, queira ou não queira, a reabilitação pela historiografia de Bizâncio como um “Império Grego medieval” com capital em Constantinopla acabava por endossar essas aspirações (Kaldellis, 2021).
A Guerra da Crimeia (1853-1856) teve papel fundamental nisso. Temendo o expansionismo russo, as potências europeias decidiram apoiar os otomanos contra a investida russa. Os gregos, no entanto, aproveitaram a oportunidade para participarem ao lado da Rússia e atacar os otomanos nos Bálcãs. Com o fortalecimento da ideia de reconstrução de um Império Grego com capital em Constantinopla (a Megali Idea), temia-se que uma parceria greco-russa pudesse fortalecer seu inimigo, que em troca apoiaria a recriação de um grande império cristão ortodoxo aliado, ainda que isso nunca tenha sido garantido pelos mesmos. Assim, na medida em que os historiadores gregos como Paparrigopoulos formulavam a continuidade histórica da nação helênica passando pela reabilitação de um Império Grego medieval, seus pares no Ocidente começaram a gradualmente desessencializar Bizâncio enquanto algo grego (Kaldellis, 2021).
O termo “Bizâncio” entra no vocabulário ocidental para falar sobre o Império Romano medieval ainda durante o renascimento, com Hieronymus Wolf (1516-1580). O termo surge para realizar uma distinção, um alerta de que não se tratava do “verdadeiro império romano” e que seu povo igualmente não era “os verdadeiros gregos que admiramos da Antiguidade”. Como nas palavras de Edward Gibbon (1737-1794), “[…] os súditos do Império Bizantino […] assumem e desonram os nomes tanto dos gregos quanto dos romanos” (Gibbon, p. 866, s/d). Mas apesar das predileções pessoais dos envolvidos, o termo nunca havia sido usado para essencializar o Império e sua população como algo completamente distinto. No geral, tratava-se de uma continuação do Império Romano, mas “na verdade” grego, ainda que de segunda categoria.[11] Agora, no entanto, “Bizâncio” refletirá outros propósitos politicamente mais sérios. O alemão Karl Krumbacher (1856-1909), considerado um dos pais fundadores dos Estudos Bizantinos contemporâneos, passará a defender em suas empreitadas acadêmicas o novo campo como algo autônomo e, nessas empreitadas, a população do Império passa a ser tratada não como grega, mas como essencialmente “bizantina” (Kaldellis, 2021).
Desdobramentos dessas ideias ainda perdurarão no século XX. Extirpado da romanidade e da helenidade, sobrava a religião para cobrir o buraco deixado (Kaldellis, 2021). Em 1964, Cyril Mango (1928-2021) se afastou do romantismo helênico e postulou Bizâncio como basicamente cristão e medieval, com forte ligação com a Antiguidade Tardia e não com a Clássica. Dimitri Obolensky (1918-2001) abordou Bizâncio como um império multiétnico de caráter religioso, onde a fé ortodoxa fora a cola que unia esses diferentes povos em torno da figura do Imperador e do Patriarca Ecumênico. Mas essas perspectivas também sofreram desaprovação dos historiadores gregos, ainda firmes discípulos de Paparrigopoulos em sua defesa da continuidade nacional. O historiador grego Apostolos Vakalopoulos (1909-2000) e o greco-americano Speros Vryonis Jr. (1928-2019) ainda recorrerão a explicações que remetam a ideia de um “helenismo oculto” sob a fachada imperial romana na Idade Média.[12]
Por meio desta pequena contribuição, esperamos que o leitor possa conhecer um pouco mais sobre esse problema pouco explorado na historiografia brasileira. Além disso, esperamos que o leitor possa ter reconhecido dois fenômenos no mínimo interessantes, essenciais para aqueles que estudam ou tenham interesse em estudar o Império Bizantino e seu legado. O primeiro, é o da apropriação e desapropriação da história da Nova Roma, um processo que ocorre tanto pela intelectualidade ocidental, quanto pelo estado nacional grego, cada um com suas diferentes nuances. O caso grego aqui exposto nos serve como um ponto de atenção sobre como nossos olhares podem afetar a leitura que realizamos de povos do passado. O segundo fenômeno, talvez mais conhecido, pois perpassa a formação de praticamente todos os estados nacionais contemporâneos a nós, é o de como um povo pode se reimaginar e se transformar, e assim sustentar um estado alinhado a essas aspirações identitárias. Não obstante, acreditamos que a Grécia moderna, com sua grande ficção de perenidade nacional, é um exemplo suficiente em si para deixar qualquer um estupefato pelas potencialidades que o passado operacionalizado pode exercer sobre nós.
Referências
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[1] Este texto, voltado para a divulgação científica, apresenta de modo sintetizado alguns elementos discutidos no primeiro capítulo de minha dissertação de mestrado. Ver BERNARDO, 2022.
[2] Mestre em História pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Professor de Ensino Fundamental II e Médio na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME/SP).
[3] Citado em KALDELLIS, 2008, p. 42, tradução nossa.
[4] Citado em CHRISTODOULOU, 2013, texto online sem paginação, tradução nossa.
[5]Ver, por exemplo, SYMES, C. The Middle Ages between Nationalism and Colonialism. French Historical Studies, v. 34, n. 1, p. 37-46, 2011; UTZ, R. Academic medievalism and nationalism. In: D’ARCENS, L (Ed.). The Cambridge Companion to Medievalism. Cambridge: Cambridge University Press, 2016. p. 119-134; FLORES, P. dos S. Discussão sobre a questão do nacionalismo na Idade Média. Revista Aedos, v. 2, n. 2, 2009; BENARIO, H. W. Arminius into Hermann: History into Legend. Greece & Rome, v. 51, n. 1, p. 83-94, 2004.
[6] Ver, por exemplo, ANDERSON, G. The Athenian experiment: building an imagined political community in ancient Attica, 508-490 B.C. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2003.
[7] Sobre este evento, ver o clássico CLARK, B. Twice a Stranger: How Mass Expulsion Forged Modern Greece and Turkey. London: Granta Books, 2007.
[8] Somente nos últimos anos a historiografia tem revisitado seriamente o tema da identidade romana em Bizâncio, propondo novas interpretações e abrindo possibilidades de reinterpretações da sociedade bizantina. Para um resumo dessa discussão, ver BERNARDO, 2022; KALDELLIS, A. Romanland: Ethnicity and Empire in Byzantium. Boston: Harvard University Press, 2019. Para os usos e abusos de Bizâncio, que será mobilizado até mesmo para explicar (e assim, criticar) a URSS, ver ANGELOV, D. G. Byzantinism: The Imaginary and Real Heritage of Byzantium in Southeastern Europe. In: KERIDIS, D.; ELIAS-BURSAĆ, E.; YATROMANOLAKIS, N. (Ed.). New approaches to Balkan studies. Dulles: Brassey’s, 2003. p. 3-23.
[9] Ver, por exemplo, BASTÉA, E. The Creation of Modern Athens: Planning the Myth. Cambridge: Cambridge University Press, 2000; MIRKOVIC, A. Who Owns Athens? Urban Planning and the Struggle for Identity in Neo-Classical Athens (1832-1843). Cuadernos de Historia Contemporánea, v. 34, p. 147-158, 2012.
[10] Ver CLOGG, R. The Greeks and their Past. In: DELETANT, D.; HANAK, H. (Ed.). Historians as Nation-Builders: Central and South-East Europe. Hampshire: Macmillan Press, 1988, p. 24-26; CHRISTODOULOU, D. Making Byzantium a Greek Presence: Paparrigopoulos and Koumanoudes Review the Latest History Books. In DELOUIS, O.; COUDERC, A.; GURAN, P. (Eds.). Héritages de Byzance en Europe du Sud-Est à l’époque moderne et contemporaine. Athens: École française d’Athènes, 2013. p. 231-247.
[11] Ver BERNARDO, 2022.
[12] Ver BERNARDO, 2022.
Publicado em 02 de Julho de 2024.
Como citar: WELTE BERNARDO, Guilherme. Bizâncio e o problema da “continuidade histórica” da nação helênica. Blog do POIEMA. Pelotas: 02 jul. 2024. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/poiema/bizancio-e-o-problema-da-continuidade-historica-da-nacao-helenica/. Acesso em: data em que você acessou o artigo.