Meu interesse pela temática não surgiu dentro do ambiente acadêmico, pois desde a infância sou um ávido consumidor de obras da cultura pop japonesa, como mangás, animes e jogos eletrônicos. Porém, ao adentrar no curso de História, decidi pesquisar estas obras; primeiro no mestrado, ao pesquisar os samurais e suas representações no mangá Vagabond,de Takehiko Inoue, e posteriormente no doutorado.
Além do meu interesse como fã, os estudos japoneses são um espaço ainda em construção no mundo acadêmico brasileiro, portanto, é um campo de pesquisa muito receptivo a novas empreitadas. Juntamente a este fator, ainda persistem muitos estereótipos acerca do Japão.
Um deles é o enfoque da minha pesquisa no doutorado, sendo ele o do Japão como vítima da Guerra do Pacífico (1931-1945), o que não é um fato; visto que o império japonês cometeu diversas atrocidades durante o confronto.
Somado ao passado perpetrador, o governo japonês, atualmente, defende uma (re)militarização do país, o que gera grandes tensões com os países vizinhos.
Na minha pesquisa utilizo diversos conceitos, como os de memória, trauma cultural e mídia; porém todos, de alguma forma, estão atrelados ao “guarda-chuva” do imaginário. A imaginação é o elemento central, pois é por intermédio dela que podemos averiguar como, através de obras de ficção, o Japão enfrenta seus traumas.
Analisar animes, mangás e jogos eletrônicos é essencial para compreender estas dinâmicas de narrativas traumáticas do Japão. Por exemplo, vemos muitas obras que endossam a visão do país nipônico como vítima e poucas que realizam uma autocrítica quanto ao passado militarista.
A partir disto, minha pesquisa se propõe a analisar o anime Space Battleship Yamato 2199, sua sequência, 2202, e o mangá Shingeki no Kyojin, visando compreender como estas narrativas imaginam a guerra e como se posicionam perante ela.
Veja a pesquisa do Lucas como card no Instagram aqui.
DOUTORANDO LUCAS MARQUES VILHENA MOTTA
Doutorando em História pelo PPGH da UFPel; Mestre em História pelo PPGH da UFPel; Bacharel em História pela Universidade Federal de Rio Grande- FURG.
Integrante do POIEMA desde 2019.