O PET Diversidade e Tolerância foi aprovado pelo edital do MEC do ano de 2009, através de uma concorrência interna (na UFPel) e em âmbito nacional. Trata-se de Programa de Educação Tutorial (PET) destinado a alunos em vulnerabilidade social, ou seja, pessoas com baixa renda, cuja família não teve acesso a cursos superiores e que moram em bairros periféricos da cidade.

A ideia norteadora do PET DT é a transdisciplinaridade, ou seja, a construção do conhecimento através da formação de uma unidade que reconhece as diferenças e articula elementos para além das áreas de conhecimento, percebendo a complexidade do mundo real.

O respeito à diversidade tem sido uma forte bandeira da educação, especialmente em uma sociedade colonizada como a nossa, que precisa manter particularidades locais, as quais reforcem nossas identidades de classe, de gênero e étnicas.

Já a tolerância, a partir de Edgar Morin, se vincula a três princípios norteadores: o da livre expressão, baseado na ideia de que eu posso não concordar com tuas ideias, mas tu tens o direito de expressá-las; o princípio da democracia, que estimula e encoraja o conflito de ideias e princípio que não existe uma verdade absoluta, mas verdades.

O campo da inclusão se refere, fundamentalmente, ao reconhecimento das diferenças para proporcionar a igualdade. Somos uma sociedade plural, que deve possibilitar que todos se vinculem a políticas públicas, as quais permitam exercer uma cidadania plena.

Quando da formação do grupo, que se constituiu a partir de uma atividade de extensão, intitulada “Grupo de Estudos sobre intolerância”, com forte atuação nas escolas, este partiu do pressuposto da Pedagogia Crítica de Paulo Freire que propõe uma educação dialógica, intercultural e de valorização dos sujeitos.

O trabalho cotidiano se dá através da construção de protagonismos, ou seja, o grupo planeja suas ações e um dos bolsistas é o responsável por articular a atividade, mobilizando seus colegas a contribuir. Os bolsistas estão vinculados a projetos de ensino, pesquisa e extensão.

O grupo sempre teve atuação em escolas, a saber: Escola Carlos Laquintinie, Félix da Cunha, Jeremias Froes e Creche Dona Conceição e também em um projeto de extensão, intitulado “Escola de Inclusão da UFPel” e, em um projeto institucional, Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI – UFPel). Esta trajetória faz com que se pense que uma outra ideia força do PET é a inclusão.

OBJETIVOS DO PROGRAMA

  • Ampliar a relação entre a universidade e os moradores de espaços populares, promovendo o encontro e a troca de saberes e fazeres entre esses dois territórios socioculturais.
  • Busca-se a permanência e a participação protagonista do estudante de origem popular na vida universitária, na produção de conhecimento sobre sua realidade de estudo e de moradia, além de criar condições para a transformação institucional da universidade.
  • Realizar diagnósticos e estudos continuados sobre a estrutura universitária e as demandas específicas dos estudantes de origem popular. A partir do diagnóstico, os integrantes do projeto deverão propor medidas que criem condições para o maior acesso e permanência, com qualidade, dos estudantes oriundos das favelas e periferias nas instituições de ensino superior.
  • Estimular a criação de metodologias, com a participação prioritária dos jovens universitários dessas comunidades, voltadas para: o monitoramento e avaliação do impacto das políticas, em particular as da área social; o mapeamento das condições econômicas, culturais, educacionais e de sociabilidade, a fim de desenvolver projetos de assistência aos grupos sociais em situação crítica de vulnerabilidade social, em particular as crianças e os adolescentes.