Crise na Venezuela: entenda como tudo começou

A Venezuela vem enfrentando uma crise política, econômica e humanitária desde meados de 2013, após a morte de Hugo Chávez, assumiu em seu lugar o atual presidente Nicolás Maduro, após o fracasso de uma política chavista e do desempenho do novo governo iniciou-se no país uma grande crise.

O chavismo consiste em uma política de esquerda baseada em ideias e modo de governar associados ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, esse termo foi usado para descrever seus apoiadores, é composto por três fontes básicas: as ideias de Simón Bolívar, Ezequiel Zamora e Simón Rodriguez e por muitos é visto como o “Socialismo do Século XXI”.

Foto: REUTERS/Manaure Quintero

A principal fonte de riqueza da Venezuela é o petróleo, as reservas foram descobertas no início do século XX, e se tornaram a principal fonte de renda do país. Porém em 2014 houve a desvalorização do petróleo no mercado internacional, e a crise venezuelana está diretamente ligada a este fato.

O país é membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e é uma das maiores reservas do mundo, no entanto o tamanho dessa riqueza fez com que a Venezuela ficasse dependente dessa commodity e essa dependência fez com que o país passasse a comprar tudo e não produzir nada deixando de lado os investimentos na indústria e agricultura.

Além da crise pela desvalorização do petróleo, em 2017 o governo de Donald Trump passou a impor uma série de sanções à economia venezuelana, sendo totalmente contra o autoritarismo de Nicolás Maduro, essas imposições pioram ainda mais a situação econômica da Venezuela, diminuindo a quantidade de petróleo exportada.

Toda essa crise somada a má gestão do governo em lidar com as novas sanções impostas pelos americanos levou o país a uma crise sem precedentes, o povo venezuelano ficou sem acesso a itens básicos, falta de medicamentos, supermercados vazios sem produtos como papel higiênico e alimentos e quando esses produtos eram encontrados seus preços eram exorbitantes.

Além de toda crise econômica e humanitária a crise política também assolou o país, a relação de Hugo Chavéz com a oposição já era complicada e com muitos problemas, houve uma tentativa de golpe contra ele em 2002 e com a chegada de Nicolás Maduro o país foi em direção ao autoritarismo total o que gerou uma situação ainda mais delicada que permanece até os dias atuais.

Com toda a disputa política as ruas da Venezuela estavam lotadas de manifestações do povo contra o regime autoritário de Maduro, a reação do governo foi de extrema violência, perseguindo e prendendo seus opositores e ainda há diversas denúncias de que existam tropas do governo que estão coordenando execuções a todos que se manifestem contra Maduro.

Foto: Frederico Parra/AFP/Getty Images

Em 2018, foi realizada uma nova eleição, na qual, Nicólas Maduro concorria com o candidato Henri Falcón. Com toda perseguição sofrida a oposição contra Maduro estava enfraquecida, dando a ele a vitória com cerca de 68% dos votos, no entanto essa reeleição não foi reconhecida pela oposição nem mesmo por parte da comunidade internacional, houve diversas denúncias de fraude na contagem dos votos, o Brasil foi um dos países que não reconheceu sua vitória.

Apesar de não ter o apoio de grande parte do povo e de outros países, Maduro conta com o suporte da Rússia, China, África do Sul e Cuba, além do apoio das Forças Armadas venezuelanas, esse auxílio se deu após o presidente conceder cargos importantes no governo para militares em troca de sua fidelidade.

Em 2019, Juan Guaidó autoproclamou-se presidente interino da Venezuela, tendo um certo reconhecimento internacional. Porém um ano após sua autoproclamação ele conta com uma base política dividida e perdeu seu único espaço de poder, a presidência da Assembleia Nacional, e também se envolveu em muitos escândalos de corrupção entre eles o uso do dinheiro referente a ajuda humanitária para bens pessoais.

O país segue em crise, a tensão maior é por uma possível intervenção dos Estados Unidos, visto por muitos como uma forma dos americanos de se apropriarem das reservas petrolíferas, o Brasil apesar da oposição segue com uma postura de não intervenção. A situação da Venezuela ainda é indefinida, e muito provavelmente só uma mudança democrática no governo seria a solução para acabar com a crise do país.


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Robertha Westphal

Tenho 21 anos, pra quem acredita em signos, sou 100% libriana. No meu tempo livre as coisas que mais gosto de fazer é ler livros, assistir série e ouvir músicas. Meu livro favorito é “Me Chame Pelo Seu Nome”, minha série favorita é Stranger Things e meu artista favorito é o Harry Styles.