Por Stéphanie Souza Hillal
O software UrbanMetrics revela aspectos urbanos estabelecendo uma relação entre objetos e vetores pela aplicação da teoria dos sistemas e teoria dos graphos. O UrbanMetrics apresenta um modelo de centralidade por proximidade, calculando a medida de acessibilidade como sendo o somatório da menor distância de todas as entidades entre si, o que pode ser considerado como uma qualidade locacional.
O estudo de caso ocorreu na área urbana de Bagé, onde foi proposto medir a acessibilidade, através da representação de suas ruas, desenhadas como linhas (ver Imagem 01). A acessibilidade aqui denominada é calculada pela distância de cada rua em relação a todas as outras e depois pelo somatório dessas distâncias, resultando em um valor para cada rua ou linha. Sendo assim, os locais mais próximos e de fácil alcance são os mais acessíveis possuindo um maior número de atividades e maiores movimentos.
Imagem 01: Input, desenhado com linhas quadra a quadra
A cidade foi desenhada através de linhas, que representam suas ruas, gerando uma diferenciação espacial dessas ruas pela acessibilidade que cada uma delas possui, resultando em um conjunto de valores para cada uma. Sendo que, os valores menores aqui são chamados de (des) acessibilidade, onde resultaria nas bordas da cidade. A Imagem 02 apresenta os resultados do software UrbanMetrics.
Imagem 02: Resultado de Acessibilidade.
O estudo realizado para este trabalho permite observar que a menor acessibilidade se encontra na faixa das bordas externas da cidade, as quais parecem conter apropriações com menor acessibilidade urbana, onde acredita-se estarem as maiores densidades habitacionais de população de baixa renda, o que tem sido denominado de periferias na literatura urbana. Esse fator de maior distância em relação aos demais lugares e ao centro de negócios e serviços acirra as dificuldades de mobilidade, gerando dependência do uso de veículos e transporte público, implicando em aumento da segregação espacial urbana.