Ingestão de arginina está associada ao estresse oxidativo

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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conduziram um estudo populacional através do qual constataram que a alta ingestão de proteína e arginina a partir do consumo de carne, foi associada com o estresse oxidativo, independentemente da genética, estilo de vida e fatores bioquímicos.
Publicado na revista Nutrition, os dados vieram do Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA-Capital), um estudo de base populacional transversal realizado no Brasil com 549 adultos. O consumo alimentar foi estimado através de um recordatório de 24 horas. O estresse oxidativo foi avaliado pela concentração plasmática do malondialdeído (MDA). O MDA é um produto final da peroxidação lipídica, principalmente proveniente do ácido araquidônico, um membro da família dos ácidos graxos ômega-6. A produção excessiva de MDA contribui para o aumento da resposta inflamatória por ativação de citocinas pró-inflamatórias.
Foram realizadas análises estatísticas utilizando modelos gerais de regressão linear ajustados por genética, estilo de vida e para fatores de confusão, como idade, gênero, IMC (índice de massa corporal), tabagismo, atividade física, consumo de frutas e vegetais, energia e aminas heterocíclicas, níveis de proteína C-reativa, além de polimorfismos nos genes envolvidos no estresse oxidativo: GSTM1 (glutationa S-transferase Mu 1) e GSTT1 (glutationa S-transferase teta 1).
Os resultados demonstraram que os níveis de MDA foram diretamente proporcionais ao consumo de carne (p para tendência linear = 0,031), ao consumo de proteína a partir da carne (p para tendência linear = 0,006), e ao consumo de arginina a partir da carne (p para tendência linear = 0,044). No entanto, os resultados não apresentaram associações significativas entre os níveis de MDA e a ingestão de proteína total e proteína vegetal (p> 0,05).
“Este é o primeiro trabalho de base populacional a sugerir uma ligação entre a alta ingestão de proteína e arginina e estresse oxidativo, que é uma das principais causas de câncer e doenças relacionadas à idade”, concluem os autores. No entanto, os autores chamam a atenção para algumas limitações no estudo, como a utilização do recordatório de 24h, método que pode ter pouco poder estatístico para detectar associações, assim como o fato de não terem sido capazes de quantificar a arginina nos indivíduos do estudo.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/index.php?acao=bu&id=861