Entre 1870e 1872, o governo imperial decide povoar áreas da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, com o objetivo de ocupar vazios do território na sua porção mais meridional e de intensificar a produção de alimentos para abastecer as cidades. Escolheram a Serra Gaúcha, em decorrência de sua localização, mais próxima da capital, demarcando em 1874 as colônias de Conde d’Eu (Garibldi) e Dona Isabel (Bento Gonçalves).
Em 20 de maio de 1875, os primeiros italianos chegaram ao Campos dos Bugres (Caxias do Sul). Inaugurou-se então o primeiro ciclo imigratório, de 1875 a 1914. Instaram-se no Rio Grande do Sul 84 mil italianos vindos sobretudo da lombardia, Vêneto e Tirol. O ponto culminante da imigração foi entre 1884 e 1894, abrangendo cerca de 60 mil italianos, diminuindo a partir de então com o cancelamento da concessão de passagem transoceânicas pelo governo republicano.
As cinco primeiras colônias imperiais, reconhecidas pela historiografia, foram:
1874 Colônia Dona Isabel (Bento Gonçalves) e Conde d’Edu (Garibaldi)
1875 Colônia Fundos de Nova Palmira (Caxias do Sul)
1877 Silveira Martins (próximo a Santa Maria)
1884 Colônia Álvaro Chaves (Veranópolis)
1885 São Marcos e Antônio Prado
No entanto, é necessário que a historiografia da imigração reconheça a Colônia Maciel como a quinta colônia imperial, posto que foi criada oficialmente em 1881.
A primeira parada destes imigrantes era o Rio de Janeiro, de onde rumavam para o porto de Rio Grande, seguindo então pela Lagoa dos Patos até Porto Alegre. Permaneciam semanas ou meses em barracões comuns, devendo prestar trabalho compulsório na abertura de estradas. Finalmente, recebiam do governo seu de terra, sementes e ferramentas agrárias (machado, facão curvo, faca, enxada e pá)
Trouxeram consigo a cultura do vinho, cuja comercialização lhes permitiu acumular capitais que mais tarde se tornaram pujantes indústrias.

O elemento religioso era o centro da vida dessas comunidades católicas fervorosas. Por meio da religião, os italianos exerceram grande influência sobre a cultura rio-grandense. Padre e freiras tiveram uma intensa participação na instrução religiosa e laica no estado.


Cena perfeita da vida colonial. Família Boff. Caxias do Sul – 1904. Fotógrafo: Domingos Mancuso. Acervo: Museu Municipal de Caxias do Sul