Áreas com elevada declividade, solos rasos e frágeis e/ou manejo inadequado à capacidade de uso da terra fazem parte da realidade de muitas unidades produtivas da região sul do Rio Grande do Sul. Esta situação representa um risco para a sustentabilidade dos sistemas de produção leiteira local, cuja alimentação do gado se baseia principalmente no uso de ração e de pasto verde e conservado na forma de silagem. A ração, adquirida pronta ou preparada no local, representa dependência de insumos externos e um custo importante para o produtor de leite. As espécies predominantemente usadas para pastoreio na unidade produtiva são culturas anuais de inverno e verão, principalmente azevém, trevos, aveia preta, capim sudão, sorgo e milheto sob preparo de solo convencional (aração e gradagens); enquanto que milho e sorgo são as culturas preferidas para ensilagem e podem ser cultivadas sem preparo do solo, mas com pouca deposição de palha. Por esta razão, tanto a produção de pasto como de milho podem levar ao desbalanço de nutrientes do solo, principalmente potássio e nitrogênio, à compactação pelo pisoteio do gado e trânsito de máquinas, redução de cobertura vegetal, exposição e perdas de matéria orgânica do solo, perda do horizonte fértil do solo por erosão hídrica e, consequentemente, ao aporte de sedimentos para os corpos d’água. A presente proposta objetiva: i) identificar e avaliar o estado de conservação do solo em áreas produtoras de leite da região; ii) estimar as perdas de solo por erosão hídrica nas propriedades produtoras de leite da região e iii) definir estratégias para as tomadas de decisão sobre o uso e manejo adequado do solo, visando controlar os impactos ambientais já mencionados. Desta forma, torna-se necessária a efetiva participação dos produtores em todas as etapas do processo, visando que as ações propostas sejam ambientalmente sustentáveis, socialmente justas e economicamente vantajosas e que representem melhoria na qualidade de vida do homem do campo e de sua família.
Professora Responsável: