Pesquisa – Mídia social, discurso e violência contra a Mulher

Nosso bolsista de Iniciação Científica, Micael Machado da Silva, recentemente aprovou seu artigo para a Intercom. Pedimos a ele que fizesse um breve relato da pesquisa e dos principais resultados.

Análise da violência discursiva contra a mulher no twitter: estudo dos casos de Anitta, Dilma Rousseff e Ludmilla

O enfoque do artigo é analisar e discutir como a violência provinda do discurso contra a mulher é projetada e, posteriormente, legitimada no Twitter, a partir dos casos de Anitta, Dilma Roussef e Ludmila, correlacionados aos conceitos de autores como Foucault (1996), Bourdieu (2009) e Žižek (2014). Como metodologia, foi empregada a Análise de Discurso Mediado por Computador –, CDMA, que permite analisar os níveis, as questões, os métodos e os fenômenos encontrados nas mensagens transmitidas no Twitter.

Com a CDMA foi possível verificar a presença de estratégias para a legitimação e estigmatização dos discursos. Os discursos de objetificação do corpo feminino estão presentes nos comentários de grande parcela dos tweets das cantoras Anitta e Ludmilla. Enquanto a primeira era julgada por não estar de acordo com os padrões “bela, recatada e do lar”, a segunda, além de enfrentar estes discursos, enfrentava os “discursos étnicos”, os quais a classificavam como animais. No caso da ex-presidente Dilma Rousseff, o discurso que predomina nos tweets analisados, fazem referência ao “discurso da sanidade mental”, em que para desqualificar os argumentos dela, os atores sociais a taxam como louca.

É importante lembrar que os três casos analisados conjuntamente denotam a violência discursiva e evidenciam uma construção social e histórica por trás de cada discurso proferido. Demonstrando que as mídias sociais estão se convertendo em um território fértil para os discursos de exclusão, principalmente os que carregam em si a intolerância e, é claro, a propagação do ódio

Para ler o artigo completo, veja aqui –  Intercom – Micael Machado da Silva