Pesquisa

Émile Benveniste e a abertura para uma antropologia histórica da linguagem (2020 – atual)

A presente pesquisa pretende discutir na obra de Émile Benveniste, em especial nos “Problemas de Linguística Geral I e II”, a abertura para um projeto de uma antropologia histórica da linguagem, conforme proposta de Henri Meschonnic, em “Critique du rythme”, para quem de Saussure e Benveniste parte uma antropologia histórica da linguagem. Na base dessa discussão está a consideração de que, para Benveniste, a propriedade fundamental da linguagem é a de significar e de que a constituição do homem, da sociedade, da cultura se dá, sempre, via linguagem. Em tal projeto, a noção de antropologia se relaciona ao fato de que o homem está na linguagem, dessa forma, o saber sobre a linguagem também se torna o saber sobre o homem, e a noção de histórica propõe que essa constituição do homem, da sociedade, da cultura se dá no fio do discurso, tomado em sua historicidade radical. Através de tais considerações, esta pesquisa propõe que se promovam reflexões teóricas bem como análises, com vistas a desenvolver tal projeto. Coordenação: Daiane Neumann. 

 

O ritmo e a tradução: uma reflexão a partir da poética do ritmo (2020 – atual)

Henri Meschonnic, a partir da prática de tradução da bíblia do hebraico para o francês, observou que há um ritmo na língua que não se reduz àquele que se conhece tradicionalmente, que foi confundido com a métrica e reservado à poesia. Dessa forma, o pensador francês se propõe a desplatonizar essa noção e a pensar o ritmo como fluxo, isto é, o ritmo no discurso. Este projeto tem, pois, por objetivo discutir o ritmo da língua portuguesa, a partir dos parâmetros propostos pelo linguista, poeta e tradutor para a língua francesa. Essa discussão, contudo, não se encerra em si mesma, na medida em que se pretende fazer análise de traduções de poemas de Manoel de Barros e suas respectivas traduções para o francês, sob as lentes da poética do ritmo. Coordenação: Daiane Neumann.

Memória, alteridade e recepção crítica da obra de Milton Hatoum (2020 – atual)

Trata-se de projeto de pesquisa de produtividade acadêmica “Recepção da obra e fortuna crítica de e sobre Milton Hatoum”, que dá continuidade à pesquisa desenvolvida em estágio Pós-doutoral sobre a obra e fortuna crítica de Milton Hatoum. Em um primeiro momento, a pesquisa ocorrerá em sites e plataformas, mediante palavras-chave – Hatoum e tese, por exemplo. As fontes encontradas serão agrupadas de acordo com as categorias propostas nesta metodologia. Na primeira etapa da pesquisa, daremos conta de nosso primeiro objetivo específico, a saber: 1) Realizar (re)leitura e levantamento da produção de Milton Hatoum – livros, traduções, entrevistas e links de palestras, cursos e/ou lives. Na segunda etapa, os dois seguintes objetivos serão contemplados: 2) Realizar levantamento da produção sobre Milton Hatoum – teses, dissertações, monografias, artigos científicos, ensaios, capítulos e livros; e 3) Mapear e analisar temáticas recorrentes a partir da fortuna crítica acerca de Hatoum. Assim, ao final de nossa pesquisa, daremos conta de contemplar o nosso objetivo geral – disponibilizar um banco de dados da recepção e fortuna crítica de e sobre Milton Hatoum. Coordenação: Juciane Cavalheiro.

 

Retorno a Saussure: Releituras (2018 – atual)

Este projeto busca revisitar o “Curso de Linguística Geral” com a intenção de discutir alguns pontos da obra que apontariam para a inviabilidade de uma leitura estritamente estruturalista, bem como de trazer à tona reflexões importantes do pensamento saussuriano que podem se apresentar como pertinentes para os estudos linguísticos da atualidade. Para que a leitura do pensamento do linguista genebrino seja enriquecida, este projeto pretende lançar mão das discussões saussurianas presentes em “As palavras sob as palavras ? os anagramas de Ferdinand de Saussure”, de Jean Starobinski, e em “Escritos de linguística Geral”, organizados por Simon Bouquet e Rudolf Engler. Coordenação: Daiane Neumann.

Amazônia – escritas possíveis: memória, interpretação, alteridades (2018 – atual)

A proposta aqui apresentada espelha esses fatores na medida em que seu escopo, a Amazônia, poderá ser vista em perspectiva temporal (memória), em um campo epistemológico e/ou hermenêutico (interpretação) e numa relação dialógica/dialética (alteridade). Saindo, portanto, da ótica reducionista na qual a Amazônia é o locus da natureza selvagem e das manifestações primitivas, passa-se para o campo cultural mais alargado onde são observadas os processos reflexivos e a dinâmica expressiva registrada pelas Artes e a Literatura a partir de interações, singularidades, diferenças, pareamentos e o aspecto ontológico de sua contribuição na elaboração das narrativas de um mundo que se busca compreender mais heterotópico. Coordenação: Juciane Cavalheiro.

 

O rastro do som em Saussure: sob efeito da escuta (2020 – atual)

Este projeto expõe, em linhas gerais, um roteiro de pesquisa que busca responder às seguintes questões: a) Como Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna, abordou as questões relativas à escuta da(s) língua(s)? b) Qual o lugar que a escuta da(s) língua(s) ocupa na linguística tributária de Ferdinand de Saussure? A hipótese geral é que Saussure deparou-se reiteradamente com esse aspecto da linguagem, mas seu legado aponta flutuações em relação ao tratamento dado à noção de escuta da(s) língua(s). Coordenação: Luiza Milano.

Estilística de textos literários em relação de tradução (2017 – atual)

Este projeto de pesquisa trata da Estilística Tradutória (MALMKJAER, 2003, 2004) de textos literários nos pares linguísticos inglês/português/inglês. Tem por objetivo observar quais são os significados ideacionais, interpessoais e textuais realizados nesses textos em relação de tradução. Para tanto, tais textos serão investigados à luz da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) e à luz da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004). Os textos literários serão anotados com categorias provenientes da teoria sistêmico-funcional em rótulos delimitados por parênteses angulares e serão quantificados em programas computacionais, como o AntConc e o WordSmith Tools, por exemplo. Espera-se que os dados quantitativos sirvam de material para a redação de artigos técnico-científicos embasados nas teorias utilizadas e na metodologia adotada. Coordenação: Roberta Rego Rodrigues.

Estudos enunciativos: subjetividade e alteridade (2013 – atual)

Neste projeto, que tem a enunciação como ponto central, tal como compreendida por Bakhtin, Benveniste, dentre outros, nos interessamos: a) pela análise do texto literário, com viés enunciativo; b) por questões teóricas e práticas, tais como autoria, subjetividade, alteridade e práticas leitoras. Coordenação: Juciane Cavalheiro.