Narrativas – Infâcias

Relatos do público participante:

“Reencontro com o céu”
– ‘Em dezembro de 2024 recebi um convite para participar e integrar uma atividade psicodramática em grupo na Furg. Esta, uma ação de um laboratório de psicologia social da UFPel. Pois bem, me considero alguém aberta às experiências. Lá fui eu. Levei comigo de carona uma aluna. Ao chegar, encontrei outros alunos e um clima acolhedor, com bolinhos da Manu, água e cafezinho. No auditório, músicos, som, pessoas “novas” e mais clima acolhedor em um sábado nublado, com jeito de chuva.
Com auxílio de um moço que me pareceu inicialmente tímido, o Max, fomos nos aquecendo. Os jogos são sempre muito bons pra conectar. Começamos conectando ao nosso próprio corpo, a sentir o calor que vibramos no movimento. Depois, conectamos a outros corpos, com gestos e toques suaves. Com o cansaço, uma nova conexão. A memória. Interessante pensar que a memória não é algo que se apresenta somente em nossos pensamentos. Sob orientação delicada, minha consciência me levou a um lugar de infância. Lá, uma memória do corpo. Deitada no chão do auditório, pude sentir a grama da minha casa de infância. Senti o sol que batia no rosto por entre as folhas do pinheiro ao meu lado. Eu mirava o céu. Ah, o céu… ainda lembro com clareza daquele céu azul, limpo e com poucas nuvens que pareciam um sopro. Navegavam por lá, lentamente. Tão bom. Tão bom sentir a grama nas costas, o calor na pele e o coração abraçado pela imagem daquele céu. Nada ali incomodava. Meus pensamentos fluíam, criavam teorias sobre uma possível percepção do movimento da Terra… era eu, presente e sem preocupações de julgamento.
Não paramos ali. Compartilhamos em pequenos grupos, criamos histórias que se interligavam. Cantamos. Nos emocionamos. Estávamos presentes. Que presente este reencontro com o céu. Divinos somos nós, que nos libertamos, mesmo que temporariamente, daquilo que nos diminui. Obrigada por me proporcionarem este reencontro. Saibam, que a grama segue sendo um lugar de paz e segurança. Que bom que vocês me lembraram disso de forma tão amorosa.’

– “Foi um momento muito acolhedor, de muita troca de energia e libertação. Foi incrível contar e ouvir histórias, sobretudo transformá-las em parte de um todo. Toda a equipe colaborou para que esses momentos fossem especiais e tivemos uma atenção ímpar para realizar as atividades propostas. Obrigada pela grandiosidade difundida.” –
Luah Ayres

– “Queria deixar registrado que sempre gostei da ideia do psicodrama, amo arte, teatro e psicologia, então essa união faz todo o sentido pra mim, mas eu não conhecia até então nada de como seria na prática. Amei demais essa primeira experiência, foi alegre e natural na progressão das etapas. Achei super bem conduzida pelo Max, que deixou a gente muito confortável pra nos expressarmos nessa temática, que trouxe tantas memórias boas. Adorei a atuação dos colegas também, fiquei surpresa com a qualidade das cenas, tão bem organizadas, achei incrível de assistir. Enfim, amei a experiência, vou guardar pra sempre!”
Teresa Alves