
A reprodução da desilusão docente como herança
Já reparou como, muitas vezes, as conversas entre professoras em exercício e estudantes de Pedagogia ou das licenciaturas acabam imersas no desencanto?
É como se a trajetória na docência nos desse o direito — ou até o dever — de alertar quem está chegando:
– “Desiste enquanto dá tempo.”
– “Ainda dá pra trocar de curso.”
– “Você vai ver como é ruim.”
Como se a dor de ser professora fosse não apenas inevitável, mas um legado a ser transmitido.
A frustração se torna legado. O cansaço vira pedagogia. E a esperança dos que estão chegando é tratada como ingenuidade a ser corrigida.
Sim, a crítica à profissão é legítima e necessária. Mas ela não pode perder seu horizonte ético. Quando, em nome da “realidade”, passamos a desautorizar os sonhos, nos tornamos aquilo que a própria crítica deveria combater. Será que, ao invés de denunciar o que precisa mudar, estamos normalizando o sofrimento como destino?
Quando dizemos que “ninguém mais quer ser professor”, ou que “os alunos das licenciaturas estão desmotivados”, muitas vezes estamos falando da nossa própria frustração, estamos sendo um espelho da nossa própria exaustão. E, sem perceber, a projetamos sobre quem ainda está tentando sonhar.
Isso também é uma forma de violência simbólica, que se fortalece na banalização do sofrimento e na adaptação àquilo que nos fere. É a reprodução da desilusão docente como herança, um ciclo que precisa ser nomeado e rompido.
É possível falar das dores sem desencorajar.
É possível acolher o cansaço sem minar a esperança.
É possível ser honesta sem ser fatalista.
Porque, no fim das contas, não se trata de proteger os outros da docência, mas de proteger a docência de perder o que ela tem de mais vital: a capacidade de transformar, de tocar vidas e de abrir mundos. Se a gente não cuida de quem está chegando, quem vai cuidar do futuro da nossa profissão?

Um novo tempo e uma velha discussão: o cuidado na Educação Infantil na era da superficialidade
Falar de cuidado na primeira infância, afirmar que cuidar e educar são dimensões indissociáveis, trazer o cuidado como um gesto pedagógico e o educar como afeto, não é novo. Inclusive, com certa frequência recuperamos esse discurso sob o risco de ele cair no esquecimento, soterrado pela rotina, pela lógica da produtividade e pela pressa.
Como consequência, estamos cansadas dessa discussão e achamos que todos compartilham do mesmo entendimento ético sobre o cuidado. Deixamos de observar que, atualmente, estamos em um tempo de relações cada vez mais frágeis e performáticas, medidas por caracteres, curtidas, ou pela duração de um story de 15 segundos.
As linguagens do amor parecem ter sido transformadas na era digital. Os grandes gestos são apresentados em forma de reels, socializados em stories e compartilhados por meio de QR Codes. O cuidado passou a ter uma estética e perdeu, aos poucos, sua ética.
Na docência da primeira infância, começamos a normalizar um “novo cuidado”: higienizado, bonitinho, rápido e instagramável. Um cuidado para ser visto, para ser postado, para ser elogiado. Mas o cuidado verdadeiro é mais silencioso. Ele exige presença real, tempo partilhado, escuta atenta. Ele não cabe nos stories, não termina com um filtro.
Como isso afeta as crianças? Como afeta nosso trabalho enquanto professoras?
O cuidado virou performance. E a performance virou critério de validação. Mas o cuidado autêntico, aquele que é, de fato, pedagógico, não busca plateia. Ele se constrói no cotidiano, nas conversas sem pressa, nos olhares partilhados, nos gestos mínimos que nunca viram conteúdo viral.
Reafirmar o cuidado como ação pedagógica na Educação Infantil é resistir. É resistir à lógica da aparência, da eficiência, da romantização do afeto. É insistir no essencial: relações autênticas, profundas e comprometidas com as infâncias em sua dignidade e potência.
E você, como tem pensado e vivido o cuidado no seu fazer docente?
Professora de Educação Infantil não alfabetiza (?)
Você já falou ou ouviu alguém falando isso?
Recentemente, temos acompanhado um movimento de valorização e divulgação das práticas pedagógicas da primeira infância. Em parte, esse movimento busca desconstruir a ideia equivocada de que a Educação Infantil serve apenas como preparação para o Ensino Fundamental.
Acompanhando esse movimento, ouvimos com mais frequência professoras defendendo a importância do brincar, do trabalho com múltiplas linguagens e professoras defendendo o desemparedamento da infância. Mas, junto com essa valorização, há quem afirme que as professoras da Educação Infantil não alfabetizam. O que tem por trás dessa afirmação?
Muito se fala sobre as habilidades de motricidade fina, que são desenvolvidas e aprimoradas na primeira infância. O que, porém, esquecemos é que também nesse período desenvolvemos práticas sociais de familiarização de leitura e escrita, um processo cotidiano de letramento que vai além da consciência fonológica. Trabalhamos e construímos jogos, poemas e parlendas que ressignificam e apoiam as hipóteses das crianças sobre os signos linguísticos, seus sons e grafias.
Além disso, há também o pensamento matemático, imagético e simbólico acontecendo na Educação Infantil. As crianças constroem hipóteses sobre a classificação, seriação, conservação e ordenação diariamente em suas brincadeiras e interações sociais. Elas reconhecem símbolos e trabalham com as imagens que fazem parte do mundo ao seu redor.
Ou seja, alfabetizar não é apenas ensinar a ler e escrever no sentido tradicional. Não acontece apenas em salas de aulas com classes e cadeiras organizadas. Ela ocorre nos movimentos intencionais que diariamente são construídos nas salas de referências com os pequenos, com sensibilidade e experiências significativas que permitem às crianças se apropriarem dos códigos que estruturam o mundo.
E você, ainda acha que letras e números são conteúdos proibidos na Educação Infantil?
‘Educação vem de casa’
É possível que todos nós, em algum momento, já tenhamos ouvido a frase: “Na escola, a gente ensina. Educação vem de casa”. Esse discurso, que ganhou força a partir dos anos 1980, veio acompanhado da desvalorização do trabalho do professor e da redução da escola à sua função de instrução, unicamente.
Nesta esteira de desvalorização da escola, temos hoje a retomada das discussões acerca do Homeschooling, que poderia ser uma oportunidade para a família realizar todo o processo de educação da criança em casa, sem precisar enfrentar diferentes pedidos e negociações com a escola. Já pensou se não precisasse mais dizer para seu filho que determinados conteúdos que a escola ensina são importantes; que escutar as dúvidas dos colegas é sinal de educação, mesmo quando ela não é sua questão de interesse no momento; que existem valores aos quais nós, individualmente, nos colocamos a serviço, pois proporcionam bem-estar, segurança e proteção a médio e longo prazo, como a solidariedade, respeito às diferenças, equidade e participação social, etc. Alguém, ainda, poderia pensar: “sofri tantas coisas na escola, posso agora evitar que meu filho passe por isso”; “tenho mais condições do que qualquer escola de educar meu filho”; “não aprendi nada na escola mesmo…”.
Se tirarmos o foco do adulto e pensarmos do ponto de vista da criança, podemos começar a perceber quantas coisas se aprende na escola, partilhar um lugar comum, fazer escolhas por si mesma, conhecer e respeitar quem tem experiências diferentes, descobrir outras formas de agir, etc. Por essa via de que a educação é um processo coletivo, cultural e negociado, a defesa que faz o Homeschooling, de uma educação mais direcionada às necessidades de cada criança, torna-se apenas um discurso que busca privar ela daquilo que os adultos julgam desnecessário, errado ou superficial.
Novamente, barreiras foram criadas entre escolas e famílias, como se ambas estivessem em lados opostos do projeto social de formação humana. Mais uma vez, a escola teve sua relevância social questionada. Se as crianças passaram o ano todo sem ir e “não fez falta”, que diferença faz? Vale a pena todo esse investimento de dinheiro público se as tarefas estão sendo feitas em casa?
E, acima de tudo, mais uma vez a educação das crianças foi discutida não como um direito, mas como um privilégio, como um bem privado que deve servir única e exclusivamente aos interesses das famílias, ou dos adultos das famílias, melhor dizendo. Nos tornamos humanos no convívio, no contato, na medida em que experienciamos e vivemos no coletivo. A formação do ser não está completa ao nascer, nem ocorre entre quatro paredes, tampouco depende de um controle instrumental sobre o que oferecer ou não para acontecer. Todos nós temos, de modo coletivo, responsabilidade sobre a trajetória dessa formação e exercemos no espaço público, quando e onde acolhemos e nos relacionamos com as crianças que chegam.
E se, na verdade, estar na escola for mesmo um privilégio para a criança? Há tempos atrás este privilégio era para poucos, hoje, de tão expandido que foi já não chamamos de privilégio, mas de direito. Ainda assim, para a criança, ser acolhida na escola é um processo de reconhecimento ímpar, que não acontece só por meio da instrução, mas também pela liberdade de partilhar esse valor cultural que acessa com seus pares. De quantas experiências ainda vamos privar as crianças em razão das escolhas dos adultos? Quantas coisas vão viver apenas através das histórias de seus pais e não em primeiro plano? O que as crianças pensam sobre o Homeschooling?
Ilustração: @simona.ceccarelli @childrenswritersguild
Todas as medidas de segurança foram tomadas!
Ao que tudo indica, o retorno à modalidade presencial é iminente, já sendo a realidade de alguns. Parece que os altos índices de contágio e uma média de mais 2 mil mortes por dia cedeu lugar para “quando as escolas vão reabrir”. Aos professores que contestam, indica-se sua substituição por outros, afinal, quem liga para as demandas diárias da educação escolar? Seriam os professores descartáveis? Ou ainda, recicláveis?
É provável que já tenhamos ouvido sobre o conceito dos três “Rs” – reduzir, reutilizar e reciclar. A máxima é pensada a partir da ideia de que nada se perde, tudo se reutiliza e se refaz. Nesse sentido, os professores também são descartáveis, digo, recicláveis, quando chegam ao fim da sua “vida útil”, é só colocar na lixeira correta e esperar que esse produto retorne para as prateleiras remodelado conforme as novas exigências do momento.
Comparar os professores a materiais recicláveis é tão cruel quanto pedir (para não dizer exigir) que voltem ao presencial munidos apenas de protocolos vazios e álcool gel. É tão cruel quanto pedir que voltem a trabalhar sabendo que muitos colegas morreram por estarem ali, nas mesmas condições e fazendo a mesma coisa que se pede a eles que façam agora. É tão cruel quanto o nosso silêncio frente ao desmonte da educação, frente ao retorno da Educação Infantil às suas bases assistencialistas, frente à minimização desta etapa educacional como direito das crianças e não só de suas famílias.
Às professoras e aos professores de Educação Infantil, sabemos da importância de estar com as crianças, do contato e da presença, mas sabemos também que precisamos pensar em vocês, cuidar de vocês e também, por vocês, ficar em casa, já que este não é o momento de retornarmos!
Abrir as escolas seria como voltar a tempos muito antigos, quando um adulto se sacrificava por uma comunidade inteira para cuidar das crianças do lugar. Esta herança, hoje, ainda pesa sobre a docência, exigindo que os professores sejam os mártires ou super-heróis, capazes de se colocar em risco para salvar outros. Não podemos ignorar a falta de condições mínimas para estar nas escolas neste momento, assim como não podemos normalizar as indicações de que protocolos de segurança são só burocracias, o que importa é abrir as escolas.
Educação Infantil se faz na interrelação cuidado e educação, não com máscaras, álcool em gel e protocolos que servem única e exclusivamente para que possam dizer “estamos fazendo todo o possível”, “todas as medidas de segurança foram tomadas”.
Todas as medidas de segurança foram tomadas?
Imagem @affonso.alisson
‘PROFESSORA E SUPER-HEROÍNA’
Quantos de nós nunca ouvimos dizer que as professoras são super-heroínas? Quantos de nós já não ficamos emocionados com relatos de professores que assumiram mais responsabilidades do que se imagina ser humanamente capaz, mas deram a volta por cima e com esforço e dedicação mudaram a vida das crianças e alunos?
Aplaudimos a sobrecarga de trabalho dos professores. Esperamos que eles se virem com o mínimo possível e que, de preferência, tirem de seus salários os materiais necessários para suas práticas.
Mesmo agora no cenário pandêmico em que nos encontramos, momento em que, supostamente, tornamo-nos mais empáticos, ainda assim somos incapazes de ver a pessoa do outro lado da tela. Mesmo agora, tendo acesso a uma pequena parte da casa e da vida dos professores, através de vídeos, fotos e chamadas, parecemos esquecer que antes e juntamente com qualquer coisa, esses profissionais são pessoas, com sonhos, desejos, famílias, cobranças, expectativas … pessoas, não super-heróis.
Ainda que sem a intenção, incentivamos a precarização do trabalho dos professores. Inconscientemente, fomos construindo e cultivando a imagem do professor ideal, o “Professor Super-herói”. Aquele que faz muito com e por pouco. Aquele que faz apenas por amor. Aquele que vive para a docência, deixando família, amigos, sonhos … para segundo plano. Dissolver essa visão de professor não é fácil. O mito do professor super-herói está nos filmes, nos livros, nas séries, nos jornais, nas redes sociais. Ele está enraizada em nós e é constantemente fomentado pela cultura que produzimos e consumimos.
Como contribuir com a desmistificação desse personagem criado e amplamente midiatizado? Como então mostrar apoio aos professores e às práticas excepcionais que estes desenvolvem? Como contribuir com o encerramento desse ciclo? Desapegar de ideias cristalizadas e buscar desfazer construções sociais exige reflexão, tempo e estudo. É pôr-se em um estado de permanente reflexão sobre aquilo que chega até mim, sobre aquilo que entendo sobre o sentido da docência e sobre o que reproduzo com minhas condutas.
Colocar-se no lugar do profissional é uma boa maneira de começar. Como você lidaria com essas expectativas? Como você reagiria frente a essas cobranças?
Foto encontrada em: https://comunidadesebrae.com.br/empreendedorismo-feminino/mulheres-em-home-office-vamos-falar-um-pouco-mais-sobre-isso

‘Se fosse fácil, perderia o valor’
Quando criança, ouvimos que ‘se fosse fácil, perderia o valor’ como um incentivo para seguirmos em frente, não desistir na 1ª dificuldade. Pois ‘as dificuldades são o tempero das conquistas’, ‘só tem graça, se for difícil’.
E a cada vez que ouvimos essas coisas ou algo semelhante, aumentamos a cobrança sobre nossas ações e a culpa sobre aquilo que conseguimos sem esforço ou sofrimento. O peso sobre nossos ombros fica cada vez maior na medida em que crescemos. Quando adultos, já não sabemos pensar na facilidade como uma virtude. E tudo se repete quando vamos ensinar nossas crianças.
As possibilidades de quebra deste ciclo de crenças sobre o valor da dificuldade está nas indagações e recusas vindas das próprias crianças. Quando nos desapegamos de nossas certezas, somos capazes de reconhecer a sabedoria da infância. A cada vez que apresentamos este mundo aos mais novos, temos a oportunidade de nos reinventar, de permitir que a aprendizagem possa ser uma experiência fácil e significativa ao mesmo tempo. É o significado – e não o sofrimento – que torna o caminho interessante e com valor!

‘Tem que sofrer pra aprender’
Quantos de nós crescemos ouvindo ‘tem que sofrer pra aprender’, ‘somente sofrendo, você vai valorizar o que tem’, etc.? E agora, mesmo desejando uma vida sem sofrimento para as nossas crianças, nos pegamos, vez ou outra, repetindo essas ideias. É como se aquelas vozes ainda ecoassem em nossas cabeças e nos dessem segurança para que aquilo que aprendemos de forma difícil seja sempre lembrado por nós.
Temos visto que muitos daqueles que foram ensinados através do sofrimento, se negam agora a continuar aprendendo. Preferem abandonar a escola a seguirem sendo ignorados em suas necessidades de conhecer. Outros, tentam replicar esse sofrimento às novas gerações, como um padrão de normalidade e/ou prova de afeto.
E se pudéssemos dizer a todas as pessoas que passam por nossa infância que descobrimos um outro caminho para continuar aprendendo? Diferentes teorias nos mostram que aprender tem a ver com relacionar o que é novo com aquilo que já sabemos. Não precisamos mais sofrer para valorizar o que aprendemos, pois temos um acúmulo de sabedoria que cresce a cada dia e honramos todo novo saber que desenvolvemos.
Aprender é um processo que requer respeito, confiança, envolvimento e é assim que apoiamos cada criança em suas necessidades e ritmos.

Aprendi assim e deu certo.
Vamos aproveitar que hoje é quinta-feira – dia de #tbt – e recordar um pouco sobre as atividades típicas dos jardins de infância de décadas atrás. Você tem boas memórias daqueles tempos? E da escola? E das professoras?
No recorrer destes anos, muitas coisas aconteceram. Você cresceu, estudou tanto e merece estar onde está agora, diante de outras crianças. São outros tempos, assim como há indicações de outras formas de ser e estar na escola da infância.
Sabemos que muitos medos, inseguranças, mágoas e tantas crenças rondam essa mudança de percepção. Afinal, você aprendeu assim e deu certo.
Mas, e se fosse possível você olhar para sua professora na infância e agradecer por todos os aprendizados que ela lhe trouxe e por toda a base que ela lhe ajudou a construir? Agora, você consegue se colocar sobre esta base com segurança e perceber tantas outras coisas que estão no seu horizonte.
As crianças de hoje também merecem experimentar coisas novas, serem vistas como são (e não como imagens refletidas de uma infância passada). Acolha e apoie as crianças de hoje. Talvez seja a melhor maneira de fazer as pazes com a sua criança interior, com o seu passado escolar.

‘Apanhei e não morri’
Não morreu, mas enfrenta problemas no relacionamento com os pais!
Não consegue dizer “eu te amo” olhando nos olhos,
E essa frieza dói tanto que respinga na relação com seus filhos!
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Não morreu,
Mas precisa curar sua infância na terapia
E sente que seria mais amoroso se tivesse recebido amor em vez de tapas
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Não morreu,
Mas se tornou uma pessoa violenta e explosiva com seu companheiro e filhos.
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Não morreu,
Mas acha natural a violência e enxerga nela uma forma de educar.
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Não morreu,
Mas até hoje não sabe o que fazer com sentimentos como a raiva ou a tristeza.
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Não morreu,
Mas é inseguro, não acredita em si mesmo e não consegue se aceitar do jeito que é.
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Toda criança merece uma infância que não precise ser curada mais tarde.
Não basta não morrer.
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Ninguém veio ao mundo só para ser um sobrevivente.
Uma criança que apanha não deixa de amar aos pais, deixa de amar a si mesma.
Texto: @quartinhodadany
Adaptação: @marielimarcioli