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Como surgiu

O grupo Inovatec surgiu devido a necessidade de materializar em projetos as ideias dos próprios alunos da UFPel – visto que, muitas vezes, as ideias surgem, porém não são executadas por falta de apoio, seja esta resultantes de ausência de instrumentos, laboratórios, incentivo ou mesmo desconhecimento de como transformar a ideia em realidade.

 

JUSTIFICATIVA

O projeto Inovatec apresenta uma nova proposta de desenvolvimento de inovações dentro da UFPel, sendo provenientes dos estudantes da universidade. A maior parte das iniciações científicas universitárias são compostas por pesquisas idealizadas por docentes e, frequentemente, os alunos não estão envolvidos em produções científicas cujas ideias foram resultantes de suas próprias bases. A prova disso reside nos próprios documentos de pesquisa da UFPel, um exemplo é o “Programa Voluntário de Iniciação à Pesquisa”.

Este documento declara como critérios de participação os seguintes termos: 4.1 Do pesquisador. 4.1.2 possuir o título de doutor. 4.1.4 ser servidor efetivo do quadro da UFPel em regime de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais ou DE (dedicação exclusiva). 7 Número de alunos por pesquisador. 7.1 cada pesquisador poderá indicar um aluno do projeto do qual participe. Obviamente, os seguintes termos inviabilizam qualquer aluno da universidade a produzir suas próprias investigações científicas, haja vista que os critérios do pesquisador envolvem exclusivamente docentes.
A lei número 13.243, aprovada pelo Congresso Nacional em 11 de janeiro de 2016, fornece subsídio legal para que projetos como o grupo Inovatec possam ser não apenas viabilizados, mas também estimulados em vista dos benefícios para país em relação ao desenvolvimento científico e de empresas. De acordo com o artigo Art. 4o A ICT (Instituições Científica, Tecnológica e de Inovação) pública poderá, mediante contrapartida financeira ou não financeira e por prazo determinado, nos termos de contrato ou convênio: I – compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais instalações com ICT ou empresas em ações voltadas à inovação tecnológica para consecução das atividades de incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística; II – permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais instalações existentes em suas próprias dependências por ICT, empresas ou pessoas físicas voltadas a atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, desde que tal permissão não interfira diretamente em sua atividade-fim nem com ela conflite; III – permitir o uso de seu capital intelectual em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. O artigo quarto desta lei garante que a pessoa física (aluno) desfrute dos equipamentos da entidade pública, meio essencial para a geração de inovação. Ela também declara a possibilidade de utilização de seu capital intelectual – que é, no caso da UFPel, a maior parte composta pelos acadêmicos – em projetos de desenvolvimento científico.

Além disso, de acordo com a Nova Agenda do Desenvolvimento – ou Agenda 2030 – implementada pela Organização Mundial das Nações Unidas a partir de janeiro de 2016, projetos como o grupo Inovatec colaboram para as seguintes metas do milênio: 4. Educação de qualidade, 8. Emprego digno e crescimento econômico e 9. Indústria, inovação e infraestrutura. Em relação à meta 4, o item 4.4 que afirma “até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo” é contemplado pelo grupo através da oportunidade oferecida aos estudantes para aplicar suas habilidades e conhecimento, assim como a captação de acadêmicos que queiram contribuir com projetos já existentes. Em relação à meta 8, o item 8.2, o qual anuncia “ atingir níveis mais elevados de produtividade das economias por meio da diversificação, modernização tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco em setores de alto valor agregado e dos setores intensivos em mão de obra”, também está entre os objetivos devido ao desenvolvimento de ideias e projetos inovadores para a UFPel, os quais podem levar a futuros impactos na economia brasileira. O item 8.3 que afirma “promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros” está intimamente relacionado ao Inovatec, pois a Universidade Federal de Pelotas é uma das instituições que podem atingir esta meta através do incentivo a grupos como este. Em relação à meta 9, o item 9.5, o qual anuncia “fortalecer a pesquisa científica, melhorar as capacidades tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o número de trabalhadores de pesquisa e desenvolvimento por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento”, também é contemplado porque um dos principais objetivos é aumentar a participação acadêmica em pesquisas e projetos científicos, além do intrínseco incentivo à inovação. O item 9.b que alega “apoiar o desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nacionais nos países em desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, a diversificação industrial e a agregação de valor às commodities” é outra meta que pode ser cumprida pela UFPel através do apoio ao grupo Inovatec. Conclui-se, então, que a Universidade Federal de Pelotas pode promover ainda mais o avanço da inovação no país aprovando o projeto Inovatec, haja vista os grandes benefícios para a própria universidade e pioneirismo na produção de ciência advinda de seus acadêmicos.

O projeto não é único. Nos Estados Unidos, por exemplo, universidades do vale do silício possuem grupos semelhantes ao Inovatec, como o grupo IDEAS da Universidade Estadual de San Jose. Este grupo, liderado por estudantes, também trabalha de forma multidisciplinar e tem o objetivo de promover as ideias inovadoras. Além do apoio da própria universidade – com oferta fundos, mentores e equipamentos – contam também com a colaboração de empreendedores. O grupo IDEAS tem a convicção de que seu investimento em ideias dos estudantes e a exposição em um meio multidisciplinar ajudam não apenas na formação para aprender a trabalhar em equipes multidisciplinares, mas também em formar futuras startups. A Inovatec acredita que a promoção ao desenvolvimento de projetos elaborados pelos próprios acadêmicos irá aumentar a produção científica da UFPEL, assim como a satisfação dos estudantes em relação à universidade, haja vista que ganham um espaço especial para o desenvolvimento de seu próprio projeto.