PESQUISAS DO GEPAAR
Ao longo da trajetória do grupo GEPAAR investiu-se em vários eixos de investigação, são eles:
I) Dos significados à autorregulação: perspectivas de estudantes com trajetórias acadêmicas de insucesso;
II) Modos de aprender na universidade: da autorregulação aos projetos de vida;
III) Programa de Estudos da Aprendizagem Autorregulada – Filiada ao Centro de Investigação CICPSI, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, Portugal tendo como líder a Dra. Ana Margarida Veiga Simão. Colaboradora no GEPESP – Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicopedagogia FE-UNICAMP, coordenado pela Dra. Evely Burochovicht.
IV) Promoção de estratégias de autorregulação na escrita – Devido a precariedade de escrita das crianças brasileiras e a eficiência do projeto CriaTivo com o trabalho de estratégias de aprendizagem autorregulatória para escrita de crianças de Portugal, vimos implementando o projeto em escolas da rede pública de Pelotas, desde 2019. Buscando desenvolver habilidades e competências na escrita de alunos de 3º ao 5º ano do Ensino Básico, promovemos estratégias de autorregulação para escrita de crianças por meio do lúdico, valendo-nos da narrativa sobre o arquipélago da escrita, com a qual vão surgindo atividades a serem desenvolvidas em sala de aula com as crianças. O projeto está organizado com base na teoria da autorregulação da aprendizagem impulsionando a aprendizagem da escrita de forma autônoma e proativa por parte dos alunos. A organização do projeto subdivide-se nas três etapas da autorregulação da aprendizagem representadas e trabalhadas com as crianças através das ilhas do Vulcão, Cascata e Farol que, respectivamente, representam o processo de planejamento, execução e revisão da escrita. As crianças embarcam na busca do tesouro da escrita junto aos personagens centrais e no percurso vão descobrindo estratégias de autorregulação para escrita, desenvolvendo habilidades cognitivas, metacognitivas, emocionais e de gestão de tempo.
Essas investigações são realizadas com ênfase na aprendizagem autorregulada em contexto escolar e acadêmico. Os estudos mostram que é preciso investir e ensinar os estudantes a compreenderem e a utilizarem recursos pessoais que lhes permitam refletir sobre as suas ações, exercendo maior controle em seus processos de aprendizagem e desenvolvendo competências para aprender. A autorregulação tem preocupação com a aprendizagem real e com a apropriação dos conhecimentos necessários para a vida pessoal e profissional.
Foco das pesquisas:
I – Dos significados à autorregulação: perspectivas de estudantes com trajetórias acadêmicas de insucesso
Nas últimas décadas, fatores como insucesso acadêmico, repetência e evasão estão presentes na maioria dos contextos escolares, causando grande preocupação inclusive nas Universidades. Esta preocupação é reforçada pela hipótese de que um grande número de universitários demonstram pouco interesse pela aprendizagem. Este projeto tem como problema de pesquisa investigar as perspectives dos estudantes com trajetórias acadêmicas de insucesso, buscando compreender o significado que lhes dão e identificar as estratégias autorregulatórias que fazem parte do seu repertório de estudante. A autorregulação tem excelente potencial de inovação no Ensino Superior, uma vez que é alto no país o índice de estudantes com insucesso acadêmico, principalmente no que diz respeito aos índices apresentados pelas duas Universidades participantes da pesquisa.
II – Modos de aprender na universidade: da autorregulação aos projetos de vida
Os estudantes enfrentam dificuldades na aprendizagem de conteúdos disciplinares. Este fato marcante na UFPel inquieta os professores e os instiga a encontrar alternativas para superá-lo. Essa temática, com ênfase na aprendizagem autorregulada, busca analisar as estratégias autoprejudiciais, os traços de personalidade e as estratégias de autorregulação da aprendizagem mobilizadas pelos estudantes. Ao registrarem seus depoimentos e impressões antes, durante e depois de cada intervenção, os estudantes conseguem perceber o que mais os ajuda ou os inquieta em relação a seus processos de aprendizagem. Ao pensar a realidade dos estudantes e a aprendizagem autorregulada busca-se investir em programas de intervenção, verificando se e como os estudantes ativam, monitoram e gerenciam suas aprendizagens. Em relação aos professores, há também necessidade que compreendam seu poder e sua responsabilidade, em termos individuais e coletivos, de investirem em um processo educativo/formativo, que lhes possibilitem ultrapassar as dificuldades persistentes e invistam na aprendizagem autorregulada.
III – Programa de estudos da aprendizagem autorregulada – trabalhos em parcerias
Participa-se do grupo de pesquisa PEAAR – Programa de Estudos da Aprendizagem Autorregulada, coordenado pela Dra. Ana Margarida da Veiga Simão, que pertence ao CIPUL, Centro de Investigação em Psicologia da Universidade de Lisboa. As investigações são realizadas com ênfase na aprendizagem em contexto escolar, por ser um dos principais campos de aplicação da autorregulação. Considera-se cada vez mais importante que os estudantes sejam ensinados a compreender e a utilizar os recursos pessoais para que possam refletir sobre as suas ações, exercer um maior controle sobre os seus próprios processos de aprendizagem e reforçar as suas competências para aprender. Os investigadores envolvidos consideram que a aprendizagem autorregulada apela para um conjunto de dimensões metacognitivas, motivacionais, volitivas e comportamentais em interação constante com o contexto educativo que atuam diretamente no ato de aprender, determinando o grau em que é exercida a aplicação dos processos de aprendizagem antes, durante e após a consolidação dos conhecimentos e das competências escolares.