“A rede ferroviária, na verdade, ela era uma grande família, eu acredito assim, eu via assim”. (Adriana Oteiro, 2015).
Uma família não se constitui apenas de laços sanguíneos, mas de afeto, de auxílio, de parceria, e, acima de tudo, de reciprocidade. Entre os ferroviários, um termo recorrente, e carregado de significados, é “família ferroviária”, formada pelos trabalhadores da Estação Férrea, suas esposas, seus filhos e demais parentes. Uma rede onde as barreiras são ultrapassadas e se entrelaçam, tal qual os trilhos dos trens. Casas se abrem para a circulação de crianças. Madrinhas passam a ser tias. Filhos passam a ser primos. Pais passam a ser compadres. Uma família que como tantas outras ainda se reúne em torno de seus álbuns de fotografia antigos.