O entre do eixo

 

Ao experimentar as tarefas de Trisha Brown, como Leaning Duet I, Leaning Duet II, Figure 8, Accumulation, Sticks  I e Sticks II, nos deparamos com a falha, com a tentativa constante.

Para o Leaning Duet I, o dueto inclinado… Onde em dupla é preciso sustentar o peso da outra pessoa, e também se equilibrar, dividindo o eixo com o parceiro e então inclinando os corpos para fora do eixo. Nos defrontamos com essa técnica, com a interrogação de como se fazer, de como agir, também enfrentamos a falha, que nos atravessou intensamente e incessantemente.  É empurrar o quadril para o chão? é seguir repetindo? é caminhar sem parar? O que é? Qual é o entre do Leaning Duet? Qual é o eixo entre a inclinação? Entre as duas pessoas e entre o peso??

Durante o experimento da tarefa Figure 8, onde arqueamos os braços até o topo da cabeça, com diferença de tempo dos dois braços, a aceleração e a desaceleração, a divisão de tarefas diferentes para os dois braços, nos demandaram concentração, raciocínio e habilidade. Debruçamos o nosso pensamento a entender e a fazer essa tarefa. É dividir o pensamento em dois lados, no direito e no esquerdo, é ir juntamente com os outros parceiros escutando somente as batidas do metrônomo… E igualmente nos deparamos com um desacerto…

Em algumas vezes nos perdemos… Nos vimos repetindo várias vezes sem algum resultado e outras com algum efeito através da percepção da técnica… Ao ver de longe, sem experimentar corporalmente, parece fácil, ou parece mais possível… Será que não julgamos antecipadamente a técnica e a dança de Trisha Brown? E também a dança contemporânea?

Iremos propor para pessoas à enfrentarem essas tarefas, essa hesitação, que nos atravessou…