O Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil
A abrangência dos festivais e o debate com vários professores da Educação Básica motivou a criação do Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil (CBPVE), que teve a sua primeira edição em 2016, proposta que adicionou mais essa ação ao projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O Congresso visa debater com professores da Educação Básica ações pedagógicas e técnicas concernentes à produção de vídeo estudantil.
Essa iniciativa propiciou um espaço de trocas com o intuito de compreender como a ação de fazer vídeo dentro do espaço educacional pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Desde então, o CBPVE tem percorrido diferentes cidades e estados, sobretudo para possibilitar o crescimento de uma rede de discussões sobre a ação de produzir vídeo com os alunos. A primeira edição do evento ocorreu em 2016, junto à cidade de Pelotas-RS, no campus do Centro de Artes da UFPel.
Imagem 1 – I Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil (2016)
Crédito da imagem: Eliane Candido
No ano seguinte, em 2017, ocorreu a segunda edição do congresso, dessa vez na cidade de São Leopoldo-RS, com o apoio da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), parcerias necessárias para o fortalecimento do projeto.
Imagem 2 – II Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil (2017)
Crédito da imagem: Josias Pereira
Considerando as produtivas discussões e trocas que circularam no congresso, criamos em 2017, a revista eletrônica Roquette-Pinto: A Revista do Vídeo Estudantil, do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e do curso de Cinema e Audiovisual da UFPel. A ideia foi abrir mais um espaço de discussão no meio científico, com o objetivo de publicar artigos e relatos de experiências desenvolvidos por professores do Ensino Básico e Pós-Graduação, com foco na produção de vídeo feita por alunos e professores.
Já em 2018, ocorreu o III Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil, realizado em Vitória da Conquista, Bahia, em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA- Campus Vitória da Conquista) e com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), ampliando o número de professores que produzem vídeo como prática pedagógica.
Imagem 3 – III Congresso Brasileiro de Produção de Vídeo Estudantil (2018)
Crédito da imagem: Josias Pereira
Desde a criação do Congresso, já realizadas três edições, percebemos que a grande maioria dos professores têm manifestado preocupação quanto ao fato de estarem ou não desviando o processo de ensino para uma questão estritamente técnica demandada pela produção de vídeo. Nesse sentido, defendemos que o fazer vídeo no espaço escolar deve assumir, a priori, um papel pedagógico, presente em todas as etapas de produção desse processo, inclusive na técnica, uma vez que esta participa da construção de sentidos incutidos na peça audiovisual.
Outra questão levantada no CBPVE coloca em evidência o objetivo da criação de festivais e o caráter competitivo desses eventos. Em meio aos debates advindos dessa inquietação, alguns professores consideram essencial o caráter competitivo dos festivais, pois entendem que motiva a participação dos alunos; outros, consideram que o caráter competitivo coloca o prêmio e a disputa, à frente da singular ação pedagógica que a produção de vídeo promove no espaço escolar.
Entendemos que a exibição do vídeo, seja por meio de uma mostra competitiva ou não competitiva, compreende apenas uma das etapas de um processo muito maior, que se bem articulado e efetivamente protagonizado pelos alunos, pode estimular e fortalecer o processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de um processo pedagógico humanizador, não de um mero produto que se cria para exibir troféus.
Assim, o que se vê, é que são diversas as questões levantadas sobre a produção de vídeo na prática escolar, demonstrando que quem está fazendo esse trabalho na escola está preocupado em fazê-lo de forma significativa.