Arquivo mensais:dezembro 2015

Campanha alerta sobre autenticidade de produtos orgânicos no mercado

Preocupado com o crescimento da presença de supostos produtos orgânicos nas prateleiras do comércio varejista, o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) iniciou campanha de alerta ao consumidor brasileiro. Segundo informou a coordenadora do CI Orgânicos, Sylvia Wachsner, a campanha visa a valorizar a certificação e educar o consumidor.

“Como os alimentos orgânicos estão na moda, muitas empresas artesanais alegam que os produtos que fabricam, como geleia, por exemplo, são orgânicos”, disse Sylvia. Advertiu, entretanto, que “para falar em orgânico, tem de ter uma certificação, o selo brasileiro”.

A coordenadora do CI Orgânicos esclareceu que, mesmo empresas que compram insumos de produtores orgânicos para fazer novos produtos têm que ser certificados. “No momento em que beneficia, manipula os ingredientes, essa indústria tem que ser certificada. Não é porque a farinha é orgânica que o pão é orgânico. A indústria padaria tem que ser certificada como orgânica”, observou.

Há, segundo ela, uma informalidade no setor. Para combatê-la, ressaltou a necessidade de informar o cidadão para que ele saiba que os orgânicos têm uma legislação. A Lei dos Orgânicos foi instituída em 2003. Ela estabelece técnicas específicas a serem cumpridas desde a produção agrícola até a fase de processamento, armazenamento, transporte e comercialização. Sylvia explicou que a certificação dos produtos vendidos no varejo, que ganham o selo “Orgânico Brasil”, garante que os alimentos cumprem todos os requisitos estabelecidos pela regulação do país.

“A Lei dos Orgânicos é muito clara. Mostra quais são os insumos, quais são os ingredientes, como você deve manipular, como deve distribuir”, comentou. Sylvia alertou que os restaurantes devem também comprovar ao consumidor que seus produtos são orgânicos certificados. “Tudo isso precisa ser informado, por um lado, além de valorizar a certificação, que é cara. Não é barata”. O processo de certificação levou mais de 25 anos para ser construído, lembrou.

Apontou que a informalidade no setor de orgânicos é reforçada pelo uso das redes sociais. “Poucas pequenas empresas têm dinheiro para pagar anúncios nos jornais ou na televisão. Nas redes sociais, não custa nada divulgar os produtos supostamente orgânicos para um universo grande de pessoas. E pode oferecer a entrega em casa, não precisa uma loja física. Isso facilita muito. As redes sociais criam essa informalidade”, disse.

Melhor conscientizado, o consumidor pode exercer o papel de fiscalizador desse mercado, facultado pelo Código de Defesa do Consumidor.

A campanha não tem data para ser encerrada. “Esse é o pontapé inicial”. O CI Orgânicos da SNA enviou cartas para as certificadoras e as empresas orgânicas para que elas entrem na campanha. “A gente quer que todo mundo participe. Quanto mais pessoas entrarem, mais o consumidor ficará informado”. A ideia é estender a campanha positiva de esclarecimento a todos os produtores, associações, cooperativas, agricultores familiares cadastrados no Ministério da Agricultura, pesquisadores, varejistas relacionados ao setor de orgânicos, com a finalidade de valorizar a certificação.

Fonte: http://www.mobilizadores.org.br/noticias/campanha-alerta-sobre-autenticidade-de-produtos-organicos-no-mercado/?eixo=meio_ambiente

Teste constata excesso de água no frango congelado

Frozen chicken from the refrigerator closeup

Frozen chicken from the refrigerator closeup

O frango congelado não pode ter excesso de água em forma de gelo. É um dano considerável ao bolso dos consumidores, que recebem uma cota extra de água, e menos carne, e configura-se fraude. Mas três de nove marcas avaliadas pela PROTESTE continham excesso de água acima dos limites permitidos. Uma delas, a Rica, foi mal avaliada pela terceira vez, mas melhorou em relação aos testes anteriores.

Os frangos congelados inteiros da Rica (6,72%), Averana (9,16%) e Confina (10,58%) apresentaram índices superiores ao limite de 6% de água no peso da carcaça do frango congelado. Esse problema é uma preocupação da PROTESTE, que desde 2009 faz testes para avaliar se a antiga fraude continua castigando o consumidor brasileiro, beneficiada por fiscalização insuficiente.

O teste também avaliou a higiene dos produtos. Três marcas foram reprovadas nesse critério: Rica, Alliz e Copacol, porque foram detectados micro-organismos indicadores de falta de higiene, e que podem causar problemas para a saúde do consumidor. Os produtos só não foram eliminados porque é o tipo de alimento que, necessariamente, passará por cozimento antes do consumo e, assim, os micro-organismos nocivos à saúde humana morrem.

No entanto, vale destacar o risco da contaminação cruzada: imagine que o frango possui micro-organismos patogênicos e a água que ele solta se espalhe sobre a pia. Caso outro alimento tenha contato com aquela água e seja consumido cru, como uma alface, por exemplo, pode haver contaminação.

Evite comer frango ou outras carnes mal cozidas, até porque o uso indiscriminado de antibióticos na criação animal contribui para a geração de bactérias cada vez mais resistentes. Dessa maneira, para o cozimento completo, o ideal é que o fogo esteja em temperatura acima de 62ºC por pelo menos 15 minutos.

Não foram encontrados resíduos de antibióticos em nenhuma das marcas. Também não foram detectados problemas no aspecto, coloração e consistência. O odor e sabor eram adequados.

Na análise de rotulagem, as marcas Alliz, Averama, Canção, Confina e Sadia não informavam o lote, embora apresentassem data de fabricação e validade. Trata-se de informação importante, pois quando há um problema com o produto, a identificação do lote permite uma melhor rastreabilidade para o recolhimento.

O Sadia foi o mais apreciado pelos consumidores, levando-o aos títulos de o melhor do teste e a escolha certa.

Desde 2010 há legislação, para cortes de frango, que contempla a realização de análise química para medir a proporção entre umidade e proteína na carne, com parâmetros variáveis conforme o tipo de corte.

Entretanto, para o frango inteiro, a avaliação do teor de líquido perdido deve ser realizada após o descongelamento do produto na embalagem. A Portaria nº 210/1998 delimita que carcaças de aves podem ter até 6% de água após descongeladas.

Foram avaliados frangos das marcas: Alliz, Averama, Canção, Confina, Copacol, Flamboiã, Rica, Sadia e Seara.

Fonte http://www.proteste.org.br/alimentacao/nc/noticia/teste-constata-excesso-de-agua-no-frango-congelado?utm_source=facebook&utm_medium=post&utm_campaign=FB_teste-frango