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ARTIGOS

Conhecendo os Museus da UFPel

A Rede de Museus da UFPel é um órgão suplementar da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas. Ccriada em 2017, tem como missão unir as instituições, projetos museológicos, acervos e coleções existentes na UFPel, visando a implementação e manutenção de uma política para a área, para desenvolver ações de gestão, valorização do patrimônio museológica e de aproximação com comunidade.

São objetivos da rede: refletir, debater e propor políticas de acervo, bem como diretrizes para a área museológica da Universidade, em consonância com o regimento e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFPel e com as respectivas políticas nacionais; promover a capacitação dos servidores atuantes nos diferentes espaços da Rede de Museus; divulgar a missão, as ações e potencialidades da Rede entre instituições congêneres regionais, nacionais e estrangeiras, visando promover o intercâmbio e estabelecer parcerias;  apoiar e fomentar o intercâmbio científico, tecnológico e cultural entre os integrantes da Rede e entre estes e as comunidades interna e externa da UFPel; valorizar e divulgar o patrimônio museológico da UFPel; manter atualizado o inventário dos acervos da UFPel; propor e encaminhar projetos de interesse da Rede de Museus.

A Rede de Museus conta com 28 membros em seu Conselho Consultivo que são os representantes dos cursos de graduação ligados à área museológica (conservação e restauração e museologia); representantes dos técnicos administrativos cargos de museólogo e conservador-restaurador;  os Museus de Ciências Naturais Carlos Ritter (MCNCR), Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), Museu do Doce (MD), Museu das Telecomunicações, Museu Arqueológico e Antropológico (MUARAN) representantes dos os projetos de extensão da área dos Museus da Região da Colônia: Museu Gruppelli, Museu da Colônia Maciel, Museu da Colônia Francesa e o Museu Histórico de Morro Redondo; o Memorial do Anglo; o Planetário; Acervos e Coleções: HerbárioPel, Discoteca L.C. Vinholes, Fototeca Memória da UFPel,  o Centro de Memória e Pesquisa Hisales, Acervo do Clube do Choro, Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antroplogia e Arqueologia (LEPAARQ), Núcleo de Documentação Histórica Profa. Beatriz Loner  Museus Virtuais: Museu das Coisas Banais, Museu Diário do Isolamento (MuDI), Museu Afro-Brasil-Sul (MABSul) e mais recentemente em fase de implementação o Museu Virtual do Judô.

A Rede de Museus organiza 3 eventos anuais em parceria com os membros da Rede de Museus: O primeiro evento é a “Semana dos Museus” realizada sempre em maio, na semana em que é comemorado do dia dos museus, em 18 de maio evento que segue as orientações do COnselho Internacional de Museus (ICOM) e pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM); O “Dia do Patrimônio”realizado em agosto no dia 17, data que em alusão ao nascimento de Rodrigo Mello Franco de Andrade  primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e por último a “Primavera dos Museus” evento anual organizado pelo IBRAM.

 

Três museus da UFPel têm suas sedes no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, criando um circuito museológico no centro histórico da cidade de Pelotas.

 

Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter constitui um órgão suplementar do Instituto de Biologia e teve seu acervo primordial constituído por animais taxidermizados e por quadros entomológicos, confeccionados pelo patrono do museu, Carlos Ritter (1851-1926) entre o final do século XIX e o início do século XX. O acervo foi doado pela esposa de Ritter à Escola de Agronomia Eliseu Maciel em 1926, apesar de não haver registros de termo de doação. O museu consta como pertencente à Universidade Federal de Pelotas em seu decreto de criação, ali referido apenas como “Museu” (Decreto nº 65.881 de 16 de dezembro de 1969). Entretanto, foi aberto ao público apenas em 21 de maio de 1970. Além da coleção de animais taxidermizados, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter possui uma coleção entomológica. Parte dos espécimes colecionados e estudados pelo reconhecido professor Ceslau Maria Biezanko foi doada ao acervo do museu após a sua morte, em 1986 (ofício n.07/86, de 27 de junho de 1986). Entretanto, a maior parte da coleção permanece vinculada à Faculdade de Agronomia.

O museu apresenta uma coleção expográfica e coleções científicas que estão sob a responsabilidade de curadores específicos de cada área de pesquisa. As propostas de exposições seguem um tema em busca de preencher e ilustrar lacunas de conhecimento, são frutos de pesquisa básica e aplicada desenvolvidas por professores e estudantes de cursos ligados ao museu. A constituição destes acervos inicia-se com a coleta de material em campo, a preparação dos exemplares através de técnicas específicas para cada grupo e o tombamento e registro de informações de campo que constituem o catálogo da coleção e as etiquetas que acompanham cada exemplar.

Em 2019 o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter passou a ocupar o Casarão 1, junto à Praça Coronel Pedro Osório e próximo dos outros museus da UFPel e de atrações turísticas no centro histórico de Pelotas. O principal público frequentador do museu permanece sendo constituído por estudantes de ensino fundamental e médio, de escolas de Pelotas e região. Além das visitas periódicas à exibição permanente, existe um grande acréscimo no número de visitantes a cada exposição temporária apresentada pelo museu. Estas exposições são organizadas por colaboradores, em geral professores da UFPel que possuem projetos de ensino, pesquisa ou extensão em temas relacionados às ciências naturais e à biodiversidade da região.

 

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo

O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) é um museu universitário ligado ao Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), aberto à comunidade e sem fins lucrativos.

O MALG abriu ao público em 07 de novembro de 1986 para abrigar a obra do pintor pelotense Leopoldo Gotuzzo (Pelotas, 1886 – Rio de Janeiro, 1983), mas tem suas origens ligadas à Escola de Belas Artes de Pelotas (EBA), da qual herdou as coleções, bem como o envolvimento e a dedicação de alguns dos seus funcionários, professores e ex-alunos.

Atualmente o museu localiza-se no centro histórico da cidade, no prédio do antigo Liceu Riograndense, de significativa relevância histórico-cultural, tanto para a comunidade pelotense como para a universitária. Foi um espaço conquistado após anos de luta institucional, por ter ocupado edificações alugadas pela cidade.

Possui um acervo de cerca de quatro mil (4000) itens, divididos em oito coleções, parte delas originárias da extinta Escola de Belas Artes de Pelotas como as coleções Leopoldo Gotuzzo, Escola de Belas Artes, Faustino Trápaga e João Gomes de Mello Filho. Após a fundação do MALG foram formadas as coleções Século XX, Século XXI, L.C. Vinholes e Antônio Caringi.

Guarda ainda dois fundos arquivísticos relativos à Escola de Belas Artes e Marina de Moraes Pires. Possui documentos relativos a artistas, especialmente os locais, catálogos e bibliografia da área para consulta local.

Como Museu Universitário, o MALG atua no ensino, pesquisa e extensão, em ações próprias ou em parceria com os institutos e centros da UFPel.

Desenvolve principalmente exposições temporárias de seu acervo e de artistas, instituições e projetos externos através de parcerias. Possui três galerias, sendo uma delas dedicada exclusivamente para mostras temporárias relativas ao patrono do museu, Leopoldo Gotuzzo. Também a Galeria Marina Moraes Pires, com exposições temporárias das outras coleções, além de artistas e intuições externas. Por fim, a Galeria Luciana Renck Reis, destinada a exposições de curta duração. Possui ainda espaço destinado a intervenções artísticas diversas e exposição de trabalhos das atividades educativas.

Realiza projetos de caráter educativo, visando o acesso da população aos bens artísticos e culturais.

Se dedica a atividades acadêmicas, servindo a disciplinas voltadas para curadoria e visitas técnicas de cursos do Centro de Artes, da Museologia e Conservação e Restauro, entre outros interessados. Também participa e promove eventos acadêmicos, como palestras, conferências, cursos, oficinas entre outros.

Disponibiliza suas coleções e arquivos à pesquisa acadêmica, incentivando a produção de trabalhos científicos e a atuação de projetos de pesquisa relacionados às artes visuais, museologia, história, conservação e restauro, entre outros.

 

Museu do Doce

O Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas – situado na Praça Coronel Pedro Osório, número 8 – foi criado em 30 de dezembro de 2011. Configura-se como órgão suplementar do Instituto de Ciências Humanas da UFPel e tem como missão salvaguardar os suportes de memória da tradição doceira de Pelotas e da região e como compromisso, produzir conhecimento sobre esse patrimônio.

A casa histórica que sedia o Museu do Doce foi construída em 1878 a mando de Francisco Antunes Maciel, político pelotense que foi Conselheiro do Imperador. Em 1977, a casa foi tombada em nível federal pelo Iphan e comprada pela UFPel em 2006. Em 2010, a UFPel deu início ao processo de restauração e adequação das instalações para uso do Museu. Em 2013, o restauro foi concluído e o Museu do Doce instalou-se na casa.

O Museu do Doce preserva uma série de objetos que têm origem nas tradições doceiras de Pelotas e região, como também de peças que se relacionam direta ou indiretamente com essas tradições. O doce local como fenômeno cultural que se reconhece por meio desses diversos suportes e registros, ganha narrativas e representações a partir das diferentes articulações possíveis entre esses conjuntos. É parte da rotina do museu, do aperfeiçoamento de sua estrutura de acondicionamento e protocolos de documentação/catalogação e de guarda, que são também desenvolvidos processos investigativos em torno das peças de modo a potencializar as qualidades comunicacionais do acervo.

Todas as coleções preservadas no Museu do Doce surgiram a partir de doações realizadas pela comunidade. Algumas dessas coleções devem sua conformação a partir de expressivos conjuntos com origem em um único doador. Frequentemente o museu recebe doações individuais de peças que dialogam com as coleções já existentes.

O Museu do Doce realiza atividades culturais diversas e exposições voltadas para o tema das tradições doceiras de Pelotas, tais como a Tradição dos Doces Finos de Mesa e a Tradição dos Doces Coloniais. Os diferentes temas e questões relativas a essas tradições são recuperados e apresentados ao público no Museu do Doce de modo a dar-se evidência aos múltiplos fatores que perpassam esse fenômeno cultural latente. O Museu do Doce é um lugar de memória para uma tradição viva que atravessa diferentes espaços/tempos da cidade de Pelotas e região. Essa tradição revivida pela memória no museu, atualiza-se a cada momento também pelo olfato e paladar ao longo dos estabelecimentos diversos que permitem degustar todas essas iguarias.

 

 

UFPel inicia suas Aulas com Comemoração e Acolhimento online – Por Ursula Rosa da Silva, Vice-Reitora da UFPel

Ao completar seus 52 anos de existência, no dia 08 de agosto, a UFPel se prepara para iniciar seu primeiro semestre letivo de 2021 esta semana, com a perspectiva de um semestre híbrido que inclui algumas turmas de aulas práticas, oferecidas de forma presencial a partir de outubro. A comunidade acadêmica está se organizando para um retorno gradual ao modelo presencial, cuidando das questões de biossegurança. Paralelo a isso, estamos dando andamento aos diálogos para atualizar nosso Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e nosso Planejamento de Desenvolvimento Institucional (PDI), colocando nossa universidade num cenário atual de demandas sociais, de desenvolvimento sustentável e preparando profissionais capazes de atuar e transformar as diversas áreas da sociedade.

Temos também recepcionado nossos estudantes, dando as boas vindas por meio de lives de apresentação da universidade para que os ingressantes possam desde já se sentir fazendo parte da UFPel. Apresentamos, neste momento, o que temos estruturado e onde estamos aprimorando nossas capacidades, enquanto acesso aos estudos no nosso acervo bibliográfico, tanto pelas bibliotecas quanto por nossa Editora. Não apenas nossos estudantes podem se beneficiar dos acervos, como toda a comunidade.  

A UFPel oferece acervos digitais, no seu sistema de bibliotecas, incluindo livros, teses, artigos, referenciais que estão vinculados aos projetos pedagógicos dos cursos. Temos, ainda, um portal de periódicos onde estão hospedadas revistas, anais, cadernos, publicações vinculadas aos cursos de Graduação e de Pós-Graduação da Universidade, bem como o acesso por assinatura a periódicos internacionais indexados em plataformas de notório reconhecimento para pesquisa. Nestes semestres acadêmicos, dentro do contexto da pandemia, em que optamos por aulas na modalidade de Ensino Remoto Emergencial, os acervos digitais tornaram possível aos estudantes e à comunidade em geral esta consulta online para pesquisas, estudos ou realização de trabalhos. 

No que se refere às ações da Editora e Livraria da UFPel, tem-se atuado para ampliar os modos de propagação das produções institucionais, em uma nova fase de divulgação de produções próprias e conveniadas, incluindo campanhas em redes sociais, com a produção de matérias, vídeos e podcasts produzidos em parceria com o curso de Jornalismo. Ao longo de 2020, mais de 30 obras foram publicadas com o selo da UFPel e em 2021 temos a expectativa de superar este número. Todas as publicações em formato digital, prioridade de nossa Editora, são disponibilizadas no repositório Guaiaca, com acesso aberto à sociedade em geral. Outra frente de atuação do setor são as Feiras virtuais de editoras universitárias, onde os contatos, compartilhamentos e divulgação de acervo se ampliam. Assim, busca-se firmar a presença da Editora e possibilitar acesso irrestrito às produções “feitas em casa”. 

Outro trabalho importante realizado pela equipe da Editora e Livraria é o desenvolvimento da Linha UFPel, projetando e disponibilizando artefatos que levam a identidade da Instituição e estimulam um senso de maior pertencimento da comunidade em relação à Universidade.

A partir de tais iniciativas e com a esperança de que logo possamos receber de modo presencial nossos estudantes, desejamos um ótimo semestre de estudos.

 

 

A Pesquisa e sua influência na Sociedade – Por Flávio Fernando Demarco, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPel

A investigação científica permite resolver problemas da sociedade, gerando desenvolvimento de novos produtos e maior produtividade, amplifica a geração de emprego, formando quadros mais capacitados, e contribui não apenas para o crescimento econômico, mas fundamentalmente para o desenvolvimento social de um país. Países que, ao longo das últimas décadas, têm investido massivamente em pesquisa e desenvolvimento são aqueles que têm alcançado maior grau de melhoria da qualidade de vida de sua população. Um exemplo disso é a Coréia do Sul, um país que a 50 anos era uma nação pobre, e que com investimento maciço em educação, ciência e tecnologia se tornou uma potência mundial.

E como eu posso observar o impacto da Ciência na minha vida? Uma amostra clara disso se dá pela própria expectativa de vida da população. No Brasil, em 1945, a expectativa de vida era de 45 anos, aumentando para 76 anos em 2020. Avanços na área médica, como o desenvolvimento de medicamentos, melhorias na infraestrutura, ampliação da produção e da oferta de alimentos, são algumas das razões para este aumento, sendo todas decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico. Porém em 2021, estamos vendo uma queda da expectativa de vida no Brasil de quase 3 anos devido a Pandemia de COVID-19, que já ceifou mais de 520 mil vidas em nosso país. A Pandemia talvez represente de maneira mais clara a importância da ciência na nossa vida. Países que seguiram as recomendações da Ciência no manejo da COVID-19 (tais como uso de máscaras, distanciamento social, detecção e rastreamento dos casos) são aqueles que tiveram menor número de mortes e acabaram se recuperando mais rapidamente, inclusive economicamente, da crise, comparados àqueles que adotaram posturas negacionistas, como foi o caso brasileiro. É importante destacar que a principal ferramenta de saída da Pandemia é a vacinação em larga escada da população e este é um exemplo fundamental do quando a ciência pode responder as demandas da sociedade. As vacinas tiveram seu desenvolvimento acelerado para um prazo inferior a 1 ano, quando usualmente levavam aproximadamente 10 anos para que isso acontecesse. Este salto foi devido ao significativo investimento dos governos, parcerias entre pesquisadores ao redor do mundo e colaboração do setor público com o setor privado.

Recentemente, uma das cientistas líderes do desenvolvimento de uma das vacinas contra a COVID-19 foi ovacionada antes de uma partida do tradicional torneio de tênis de Wimbledon, como um reconhecimento do trabalho fundamental da ciência no combate a Pandemia. E no Brasil, como os cientistas estão sendo tratados? Por parte do Governo Federal, lamentavelmente, com desrespeito, cerceamento e ameaças, como aconteceu com o ex-Reitor da UFPel Pedro C. Hallal, líder da principal pesquisa brasileira sobre a progressão da COVID-19 no Brasil (EPICOVID19).

Mas, infelizmente, historicamente no Brasil tem havido um subfinanciamento da Ciência, porém em 2021, o volume de recursos é 15% inferior a 2020 e quase 60% menor que o de 2015. Levando-se em conta o crescimento da comunidade científica, o orçamento pode ser considerado o menor da história. Ainda, em 2021, as Universidades Federais sofreram um corte de mais de 20% do seu orçamento, o que também impacta na produção científica brasileira, sendo que cerca de 90 % desta advém das Universidades Públicas. No Brasil, o investimento em Ciência encontra-se em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), inferior à média mundial de 1,75% e dos países desenvolvidos que é de 2,3%.

Fundamentalmente, para que o Brasil saia da situação de crise que se encontra atualmente, há que se investir maciçamente em saúde, educação, ciência e tecnologia, as quais são as fundações basilares para um desenvolvimento profundo e de longo prazo. A Pandemia demonstrou a importância do investimento público e, nos países desenvolvidos, temos visto um incremento significativo dos recursos para ciência, na contramão do que acontece no Brasil e que pode levar a um comprometimento da perspectiva de futuro para a nação.

 

 

Êxitos e Desafios da Assistência Estudantil na UFPel

A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), desenvolve políticas públicas para o estudante, buscando corrigir desigualdades e distorções históricas. A nossa atuação parte das seguintes premissas: acolher, apoiar e acompanhar os estudantes ao longo da sua formação, em especial os mais vulneráveis. Para isso procuramos avançar com políticas de ingresso e permanência. Estamos organizados em coordenações onde servidores/as públicos de várias áreas do conhecimento buscam a integração; o diálogo; a diversidade; a inclusão; a humanização e a equidade. Tarefa árdua e sempre em processo. Em especial, neste contexto pandêmico, mais desafiador na academia para aqueles/as estudantes em situações vulneráveis. Neste sentido, a PRAE tem atuado de forma responsável em consonância com a filosofia de gestão da UFPEL, a qual prima pela defesa da vida da comunidade Universitária, suspendendo o calendário presencial de atividades desde março de 2020. Estamos trabalhando de forma remota, para não nos desconectarmos dos estudantes, em especial daqueles que demandam auxílios para permanecerem na Universidade e concluírem seus Cursos. Para isso, vimos atuando da seguinte forma: a) mantivemos a permanência na Casa do Estudante com, aproximadamente, 150 alunos, mediante uma série de orientações e regramentos para minimizar os riscos de infecção pelo coronavírus entre os moradores; b) implementamos os atendimentos voltados à saúde mental e acompanhamento pedagógico dos estudantes, através de salas virtuais de apoio a grupos. Além de atendimentos individuais, também na modalidade virtual, para casos especiais; c) serviços do Restaurante Universitário da UFPel foram mantidos, respeitando as orientações sanitárias e os decretos municipais, além da entrega de refeições aos moradores da Casa do Estudante e da Residência dos Estudantes Indígenas e Quilombolas; d) qualificamos a alimentação dos estudantes mais vulneráveis com kits de Hortifrúti adquiridos junto à Cooperativas de Produtores da Agricultura Familiar da região; e) disponibilizamos cinco editais para concessão de auxílios de inclusão digital dos estudantes, em três modalidades diferentes: auxílio para compra de equipamentos, auxílio para pagamento de provedor e fornecimento de chip de celular, tudo para melhor acessar a internet. Até o momento, temos mais de 2.300 estudantes beneficiados neste edital; f) atendimento social via web conferência para todo estudante que necessite de orientação ou atendimento social.  Ressaltamos que desde agosto de 2019, a PRAE oferta o serviço de atendimento digital, via site institucional e a seleção socioeconômica, em atendimento ao ingresso sem a necessidade de comparecimento presencial ou entrega de documentação em forma física. Tivemos urgências de encontrar possibilidades frente aos desafios deste tempo! Para isso, construímos um trabalho integrado, em um movimento instituinte com novos modos de estar juntos, tendo a equidade e a empatia como guias. Apesar dos cortes drásticos nos orçamentos das Universidades públicas no país, chegamos até aqui, mas com a certeza de que precisamos continuar lutando para a recomposição dos recursos e mais investimentos para a Assistência Estudantil.

 

Profa. Fabiane Tejada (Pró Reitora de Assuntos Estudantis da UFPel)

Profa. Lucia Maria Vaz Peres (Coordenadora de Permanência da PRAE- UFPel)

Téc. administrativa em Educação Rosane Brandão (Coordenadora de Políticas Estudantis da PRAE-UFPel)

Téc. administrativo em Educação Rosendo Caetano (Coordenador de Ingresso e Benefícios da PRAE-UFPel)

 

 

Orçamento da UFPel – Por Paulo Ferreira Júnior, Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento e Reitor Eleito

As Universidades Públicas Federais estão sofrendo com um corte em seu orçamento sem precedentes na história.

O papel dessas instituições na formação dos brasileiros é indelével. Apesar de respondermos por menos de 25% dos alunos que estão no ensino superior, quando analisamos a avaliação feita pelo MEC esse ano, vemos que as instituições públicas federais são as que têm o melhor desempenho, sendo 71% delas com notas entre 4 e 5 (as notas variam de 1 a 5).

A pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico no Brasil são feitos essencialmente pelas Universidades públicas, isso é indiscutível. Dos recursos que recebemos anualmente, pouco é de fato investido nisso. Vem do CNPq e da CAPES o fomento para pesquisa e o sustento da pós-graduação. Os cortes financeiros devastam estas instituições também, os investimentos atuais são equivalentes ao que o Brasil fazia no ano 2000, ou até menores.

A Universidade tem forte relação com a comunidade. Um tratamento de canal pelo SUS em Pelotas é feito pela nossa Faculdade de Odontologia, e só por ela. O nosso Hospital Veterinário é o único local onde se trata animais de grande porte em toda a região. O Hospital Escola, único 100% SUS da região, é da UFPel. Nesse hospital que montamos o único laboratório público da região que realiza testes para Covid-19, com alunos e docentes realizando essa ação de forma voluntária. Nós administramos a Eclusa do Canal São Gonçalo, para lembrar mais uma ação, essa longe da área da saúde.

Tudo isso está seriamente comprometido à medida que as Universidades Federais estão sendo tratadas como desprezo e desinteresse pelo governo federal.

Nosso orçamento de investimento em 2017 chegou a quase 10 milhões de reais. Esse ano é 2,4 milhões de reais. Como é possível realizar intervenções na nossa infraestrutura para mantê-la ou qualificá-la com tão parcos recursos? É preciso destacar que também é esse recurso que é usado para adquirir equipamentos, mobiliário, livros, entre outros. Tudo isso para atender 98 cursos de graduação que possuem cerca de 18mil estudantes. Nossos prédios e equipamentos se deterioram, se tornam obsoletos.

Já em relação ao nosso orçamento para honrar nossos compromissos mensais, como energia elétrica, funcionários terceirizados, assistência estudantil, temos um cenário desolador. A UFPel passa de um valor anual em torno de 74milhões de reais, que era apenas o suficiente para manter o que temos feito nos últimos anos, para 59milhões de reais. Um corte de 15milhões de reais, que representa cerca de menos de 20% dos nossos recursos. É impossível honrar todas as despesas da Universidade até o final do ano.

É por isso que temos dito que as Universidades não darão conta de chegar ao final do ano. Várias despesas não podem ser ignoradas sem que haja, por exemplo, quebras de contrato ou sem que se deixe alunos em situação de vulnerabilidade sem nosso apoio. Despesas que se admitiria gerar inadimplência com menor consequência jurídica ou de multas contratuais, levarão à cortes de energia, a ausência de funcionários de segurança e limpeza, a falta de insumos para aulas práticas que se planeja que retornem no segundo semestre, entre outros. Estamos respirando por aparelhos.

 

 

UFPel na Pandemia – Por Marcos Corrêa, Coordenador do Comitê COVID-19 da UFPel

Sexta-feira, 13 de março de 2020. Reunidos na área externa do Campus Anglo,  às margens do canal São Gonçalo, já cientes do risco que aglomerações em ambientes fechados poderiam ter para propagação do então chamado “novo coronavírus”, o grupo de gestão da UFPel decidiu suspender as atividades acadêmicas na UFPel  por tempo indeterminado devido ao avanço do SARS-CoV-2 no Brasil. Quatorze meses depois, a pandemia de COVID-19 assola nosso país, que bate os 450 mil mortos, quase cinco vezes mais do que seria esperado caso o Brasil tivesse números equivalentes a média mundial.

Neste período, muito longe de estar parada, a Universidade Federal de Pelotas juntou esforços em todas as suas frentes para auxiliar no enfrentamento da pandemia e mitigação dos seus efeitos. Segundo dados recentemente levantados pelo Comitê para Acompanhamento da Evolução da Pandemia pelo Coronavírus, mais de 170 ações voluntárias foram desenvolvidas pelas diferentes Unidades Acadêmicas e Administrativas desde o início da pandemia, com mais de 162 mil pessoas atendidas.

Na linha de frente, nosso Hospital Escola foi desde o princípio referência para atendimento de pacientes com COVID-19. Tivemos a criação da Unidade de Diagnóstico Molecular no HE, que fez mais de 8.000 testes de PCR para COVID-19 e atualmente trabalha na genotipagem do vírus para identificação das variantes que circulam em nossa região. No novo Centro de Pesquisas Clínicas do HE, participamos da pesquisa que avaliou a eficácia da vacina CoronaVac, principal imunizante para COVID-19 utilizado no país. Foi também a UFPel que liderou a maior pesquisa epidemiológica sobre COVID-19 no Brasil e uma das maiores do mundo, o EpiCOVID, que continua monitorando o comportamento da pandemia no estado do RS.

Hoje nossos servidores e estudantes da área da saúde encontram-se nos diversos cenários da atenção à saúde do SUS, prestando assistência à população. Não poderia deixar de mencionar o papel de destaque que a UFPel está tendo na campanha de vacinação. Estudantes e servidores da Faculdade de Enfermagem estão desde o princípio participando da campanha, que teve acréscimo no último mês do grupo da Faculdade de Odontologia. Vislumbrando a chegada das vacinas da Pfizer, que serão ofertadas principalmente no segundo semestre, a UFPel disponibilizou uma sala com dois ultrafreezers -80°C para a Secretaria Municipal de Saúde, que possibilitará o armazenamento seguro dos imunizantes.

No ensino todos os esforços e ações foram direcionados para possibilitar a continuidade das atividades de maneira remota. A pandemia trouxe sérias consequências a vida de todos, e a impossibilidade de realização de atividades práticas presencias, essenciais em diversos cursos, impacta na formação e retenção de nossos estudantes. Os indicadores epidemiológicos atuais nos mostram um cenário ainda de incertezas, com a região de Pelotas com ocupação de suas UTIs próxima de 100% e alta média diária de óbitos. O risco de presenciarmos uma terceira onda partindo de patamares já elevados é real e suas consequências seriam ainda mais devastadoras.

Nesse cenário, entendendo a responsabilidade e o risco que representa o retorno de milhares de pessoas de sua comunidade acadêmica, a UFPel se organiza de forma a estar preparada para um retorno seguro às suas atividades, que deverá ser lento e gradual, com maior cobertura vacinal e consequente melhora expressiva dos indicadores epidemiológicos, em situação de controle da pandemia.