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Conhecendo os Museus da UFPel

A Rede de Museus da UFPel é um órgão suplementar da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas. Ccriada em 2017, tem como missão unir as instituições, projetos museológicos, acervos e coleções existentes na UFPel, visando a implementação e manutenção de uma política para a área, para desenvolver ações de gestão, valorização do patrimônio museológica e de aproximação com comunidade.

São objetivos da rede: refletir, debater e propor políticas de acervo, bem como diretrizes para a área museológica da Universidade, em consonância com o regimento e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFPel e com as respectivas políticas nacionais; promover a capacitação dos servidores atuantes nos diferentes espaços da Rede de Museus; divulgar a missão, as ações e potencialidades da Rede entre instituições congêneres regionais, nacionais e estrangeiras, visando promover o intercâmbio e estabelecer parcerias;  apoiar e fomentar o intercâmbio científico, tecnológico e cultural entre os integrantes da Rede e entre estes e as comunidades interna e externa da UFPel; valorizar e divulgar o patrimônio museológico da UFPel; manter atualizado o inventário dos acervos da UFPel; propor e encaminhar projetos de interesse da Rede de Museus.

A Rede de Museus conta com 28 membros em seu Conselho Consultivo que são os representantes dos cursos de graduação ligados à área museológica (conservação e restauração e museologia); representantes dos técnicos administrativos cargos de museólogo e conservador-restaurador;  os Museus de Ciências Naturais Carlos Ritter (MCNCR), Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), Museu do Doce (MD), Museu das Telecomunicações, Museu Arqueológico e Antropológico (MUARAN) representantes dos os projetos de extensão da área dos Museus da Região da Colônia: Museu Gruppelli, Museu da Colônia Maciel, Museu da Colônia Francesa e o Museu Histórico de Morro Redondo; o Memorial do Anglo; o Planetário; Acervos e Coleções: HerbárioPel, Discoteca L.C. Vinholes, Fototeca Memória da UFPel,  o Centro de Memória e Pesquisa Hisales, Acervo do Clube do Choro, Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antroplogia e Arqueologia (LEPAARQ), Núcleo de Documentação Histórica Profa. Beatriz Loner  Museus Virtuais: Museu das Coisas Banais, Museu Diário do Isolamento (MuDI), Museu Afro-Brasil-Sul (MABSul) e mais recentemente em fase de implementação o Museu Virtual do Judô.

A Rede de Museus organiza 3 eventos anuais em parceria com os membros da Rede de Museus: O primeiro evento é a “Semana dos Museus” realizada sempre em maio, na semana em que é comemorado do dia dos museus, em 18 de maio evento que segue as orientações do COnselho Internacional de Museus (ICOM) e pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM); O “Dia do Patrimônio”realizado em agosto no dia 17, data que em alusão ao nascimento de Rodrigo Mello Franco de Andrade  primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e por último a “Primavera dos Museus” evento anual organizado pelo IBRAM.

 

Três museus da UFPel têm suas sedes no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, criando um circuito museológico no centro histórico da cidade de Pelotas.

 

Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter constitui um órgão suplementar do Instituto de Biologia e teve seu acervo primordial constituído por animais taxidermizados e por quadros entomológicos, confeccionados pelo patrono do museu, Carlos Ritter (1851-1926) entre o final do século XIX e o início do século XX. O acervo foi doado pela esposa de Ritter à Escola de Agronomia Eliseu Maciel em 1926, apesar de não haver registros de termo de doação. O museu consta como pertencente à Universidade Federal de Pelotas em seu decreto de criação, ali referido apenas como “Museu” (Decreto nº 65.881 de 16 de dezembro de 1969). Entretanto, foi aberto ao público apenas em 21 de maio de 1970. Além da coleção de animais taxidermizados, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter possui uma coleção entomológica. Parte dos espécimes colecionados e estudados pelo reconhecido professor Ceslau Maria Biezanko foi doada ao acervo do museu após a sua morte, em 1986 (ofício n.07/86, de 27 de junho de 1986). Entretanto, a maior parte da coleção permanece vinculada à Faculdade de Agronomia.

O museu apresenta uma coleção expográfica e coleções científicas que estão sob a responsabilidade de curadores específicos de cada área de pesquisa. As propostas de exposições seguem um tema em busca de preencher e ilustrar lacunas de conhecimento, são frutos de pesquisa básica e aplicada desenvolvidas por professores e estudantes de cursos ligados ao museu. A constituição destes acervos inicia-se com a coleta de material em campo, a preparação dos exemplares através de técnicas específicas para cada grupo e o tombamento e registro de informações de campo que constituem o catálogo da coleção e as etiquetas que acompanham cada exemplar.

Em 2019 o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter passou a ocupar o Casarão 1, junto à Praça Coronel Pedro Osório e próximo dos outros museus da UFPel e de atrações turísticas no centro histórico de Pelotas. O principal público frequentador do museu permanece sendo constituído por estudantes de ensino fundamental e médio, de escolas de Pelotas e região. Além das visitas periódicas à exibição permanente, existe um grande acréscimo no número de visitantes a cada exposição temporária apresentada pelo museu. Estas exposições são organizadas por colaboradores, em geral professores da UFPel que possuem projetos de ensino, pesquisa ou extensão em temas relacionados às ciências naturais e à biodiversidade da região.

 

Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo

O Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) é um museu universitário ligado ao Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), aberto à comunidade e sem fins lucrativos.

O MALG abriu ao público em 07 de novembro de 1986 para abrigar a obra do pintor pelotense Leopoldo Gotuzzo (Pelotas, 1886 – Rio de Janeiro, 1983), mas tem suas origens ligadas à Escola de Belas Artes de Pelotas (EBA), da qual herdou as coleções, bem como o envolvimento e a dedicação de alguns dos seus funcionários, professores e ex-alunos.

Atualmente o museu localiza-se no centro histórico da cidade, no prédio do antigo Liceu Riograndense, de significativa relevância histórico-cultural, tanto para a comunidade pelotense como para a universitária. Foi um espaço conquistado após anos de luta institucional, por ter ocupado edificações alugadas pela cidade.

Possui um acervo de cerca de quatro mil (4000) itens, divididos em oito coleções, parte delas originárias da extinta Escola de Belas Artes de Pelotas como as coleções Leopoldo Gotuzzo, Escola de Belas Artes, Faustino Trápaga e João Gomes de Mello Filho. Após a fundação do MALG foram formadas as coleções Século XX, Século XXI, L.C. Vinholes e Antônio Caringi.

Guarda ainda dois fundos arquivísticos relativos à Escola de Belas Artes e Marina de Moraes Pires. Possui documentos relativos a artistas, especialmente os locais, catálogos e bibliografia da área para consulta local.

Como Museu Universitário, o MALG atua no ensino, pesquisa e extensão, em ações próprias ou em parceria com os institutos e centros da UFPel.

Desenvolve principalmente exposições temporárias de seu acervo e de artistas, instituições e projetos externos através de parcerias. Possui três galerias, sendo uma delas dedicada exclusivamente para mostras temporárias relativas ao patrono do museu, Leopoldo Gotuzzo. Também a Galeria Marina Moraes Pires, com exposições temporárias das outras coleções, além de artistas e intuições externas. Por fim, a Galeria Luciana Renck Reis, destinada a exposições de curta duração. Possui ainda espaço destinado a intervenções artísticas diversas e exposição de trabalhos das atividades educativas.

Realiza projetos de caráter educativo, visando o acesso da população aos bens artísticos e culturais.

Se dedica a atividades acadêmicas, servindo a disciplinas voltadas para curadoria e visitas técnicas de cursos do Centro de Artes, da Museologia e Conservação e Restauro, entre outros interessados. Também participa e promove eventos acadêmicos, como palestras, conferências, cursos, oficinas entre outros.

Disponibiliza suas coleções e arquivos à pesquisa acadêmica, incentivando a produção de trabalhos científicos e a atuação de projetos de pesquisa relacionados às artes visuais, museologia, história, conservação e restauro, entre outros.

 

Museu do Doce

O Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas – situado na Praça Coronel Pedro Osório, número 8 – foi criado em 30 de dezembro de 2011. Configura-se como órgão suplementar do Instituto de Ciências Humanas da UFPel e tem como missão salvaguardar os suportes de memória da tradição doceira de Pelotas e da região e como compromisso, produzir conhecimento sobre esse patrimônio.

A casa histórica que sedia o Museu do Doce foi construída em 1878 a mando de Francisco Antunes Maciel, político pelotense que foi Conselheiro do Imperador. Em 1977, a casa foi tombada em nível federal pelo Iphan e comprada pela UFPel em 2006. Em 2010, a UFPel deu início ao processo de restauração e adequação das instalações para uso do Museu. Em 2013, o restauro foi concluído e o Museu do Doce instalou-se na casa.

O Museu do Doce preserva uma série de objetos que têm origem nas tradições doceiras de Pelotas e região, como também de peças que se relacionam direta ou indiretamente com essas tradições. O doce local como fenômeno cultural que se reconhece por meio desses diversos suportes e registros, ganha narrativas e representações a partir das diferentes articulações possíveis entre esses conjuntos. É parte da rotina do museu, do aperfeiçoamento de sua estrutura de acondicionamento e protocolos de documentação/catalogação e de guarda, que são também desenvolvidos processos investigativos em torno das peças de modo a potencializar as qualidades comunicacionais do acervo.

Todas as coleções preservadas no Museu do Doce surgiram a partir de doações realizadas pela comunidade. Algumas dessas coleções devem sua conformação a partir de expressivos conjuntos com origem em um único doador. Frequentemente o museu recebe doações individuais de peças que dialogam com as coleções já existentes.

O Museu do Doce realiza atividades culturais diversas e exposições voltadas para o tema das tradições doceiras de Pelotas, tais como a Tradição dos Doces Finos de Mesa e a Tradição dos Doces Coloniais. Os diferentes temas e questões relativas a essas tradições são recuperados e apresentados ao público no Museu do Doce de modo a dar-se evidência aos múltiplos fatores que perpassam esse fenômeno cultural latente. O Museu do Doce é um lugar de memória para uma tradição viva que atravessa diferentes espaços/tempos da cidade de Pelotas e região. Essa tradição revivida pela memória no museu, atualiza-se a cada momento também pelo olfato e paladar ao longo dos estabelecimentos diversos que permitem degustar todas essas iguarias.

 

 

Publicado em 23/08/2021, na categoria Notícias.