O procedimento metodológico da autofotografia, descrita por Robert Ziller (NEIVA-SILVA E KOLLER, 2002) que se caracteriza por ser um procedimento fotográfico executado pelo próprio sujeito da pesquisa, que elege o que quer fotografar, o ponto de vista, o horário, etc.; é autônomo no ato de fotografar e responder a questão de pesquisa: o que chama a atenção do caminhante pesquisador na linha fronteiriça?
A análise em autofotografia procura contemplar as linguagens visuais (imagens) e verbais (entrevistas e legendas das imagens), de modo a dar margem a contradições nas representações e significados, utilizando a imagem como um disparador de ideias e pensamentos sobre a questão pesquisada.
Os caminhantes percorreram a linha de fronteira em grupos durante o dia, com suas câmeras fotográficas, com sol e chuva, frio e muitos encontros. Durante a caminhada na linha fotografaram as mais diferentes cenas, em diversos ângulos e aproximações, gerando imagens desde planos gerais até imagens de primeiro plano.
As imagens eram descarregadas no final de cada dia de travessia, visualizadas pelo fotógrafo-pesquisador, que escolhia a que mais lhe afetou. Para, em seguida, em uma pequena entrevista, dizer o porquê de sua escolha. As entrevistas foram transcritas e posteriormente montadas imagem-texto lado a lado, por cidades, cidades-gemeas, países ou temas.
Referência: NEIVA-SILVA, Lucas; KOLLER, Sílvia Helena. O uso da fotografia na pesquisa em Psicologia. In: Estud. psicol. (Natal) [online]. 2002, vol.7, n.2, pp.237-250.
Você precisa fazer login para comentar.