Estudos apontam que uma renda mais alta garante mais felicidade, no entanto, algumas pessoas afirmam que dinheiro é importante, mas não tudo na vida
Por Fátima Tauil/Superávit Caseiro
Não é novidade que o dinheiro é fundamental para a sobrevivência no mundo contemporâneo. Desde a compra de alimentos básicos até a aquisição de bens duráveis, como moradia e automóvel, tudo depende de recursos financeiros. No entanto, a falta de dinheiro pode ter implicações muito maiores do que a simples falta de suprimentos.
A felicidade, por exemplo, é algo que muitos buscam e que pode ser alcançada de várias maneiras. Para alguns, a felicidade está em passar tempo com familiares e parceiros, enquanto para outros, está em fazer atividades de lazer, como viajar ou praticar esportes. Infelizmente, sem dinheiro, muitas dessas atividades se tornam impossíveis.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) realizada em 2017 concluiu que uma alta renda garante mais felicidade à população geral. O estudo avaliou aspectos relacionados à felicidade e satisfação pessoal das pessoas, como a qualidade do serviço, o lazer, a saúde preventiva e o tempo para relações sociais.
Além disso, a pesquisa também mostrou que os homens entrevistados são, em média, mais felizes que as mulheres. Um dos motivos para essa disparidade é a diferença salarial entre os gêneros, já que no Brasil as mulheres ainda ganham 20,5% a menos que os homens, conforme mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios contínua (PNAD) de 2018.
Para entender melhor as implicações de não poder viver sem dinheiro, conversamos com leitores de diferentes idades e rotinas. Ângelo González, de 18 anos, trabalha como programador em uma empresa de jogos por meio período, e está se preparando para o vestibular. “Eu acho que o dinheiro é essencial porque ele me permite ter uma casa para morar, um carro para me locomover e acesso a bens e serviços que me ajudam a ter uma vida mais confortável. Eu também gosto de viajar nas minhas férias, e sem dinheiro, isso seria impossível”, explicou.
Já Janaína Bernardo, de 45 anos, que trabalha como professora, tem outra visão sobre o assunto. “Eu concordo que o dinheiro é importante, mas acho que a sociedade atual dá muito valor a ele. Eu sinto que estou sempre correndo atrás do dinheiro, e isso me impede de aproveitar mais o tempo com a minha família e amigos. Às vezes, eu gostaria de ter mais tempo para fazer coisas simples, como cozinhar uma refeição em casa ou ler um livro, mas acabo tendo que trabalhar demais para conseguir pagar as contas”, desabafou.
Por fim, Papa Matar, de 51 anos, que é Engenheiro Químico, aconselha: “Eu já passei por muitas fases na vida, e posso dizer que o dinheiro é importante, mas não é tudo. Na minha idade, o que mais me importa é ter saúde e tempo para aproveitar com a minha família. Eu me arrependo de ter passado tanto tempo trabalhando e me preocupando com dinheiro quando era mais novo. Acho que as pessoas deveriam valorizar mais as coisas simples da vida” .
No Brasil, as diferentes classes sociais têm rotinas de trabalho muito diferentes. Enquanto alguns trabalham em escritórios das 9h às 18h, outros têm jornadas mais longas e cansativas, como é o caso dos trabalhadores da construção civil e dos motoristas de ônibus. Independentemente da classe social, é possível observar que a falta de dinheiro afeta a qualidade de vida das pessoas.
Podemos pensar que não é possível viver sem dinheiro no mundo atual. Mas é sempre importante lembrar que o dinheiro não é tudo e que é possível encontrar a felicidade em coisas simples. A sociedade como um todo pode se beneficiar ao valorizar mais o tempo livre e a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Fontes consultadas:
Fontes
https://amigosmultiplos.org.br/noticia/a-ciencia-porque-voce-deve-gastar-seu-dinheiro-em-experiencias-e-nao-com-coisas/https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html#:~:text=PNAD%20Cont%C3%ADnua%20%2D%20Pesquisa%20Nacional%20por%20Amostra%20de%20Domic%C3%ADlios%20Cont%C3%ADnua