Por João Victor Rodrigues/Superávit Caseiro

Com a data do primeiro turno das eleições se aproximando, surgem diversas incertezas sobre o futuro econômico do país. Vale lembrar que o Brasil se encontra em um momento econômico complicado, com inflação elevada, altas taxas de juros e desemprego, além do aumento da fome e da miséria.

Com um cenário político repleto de incertezas, a economia do país é a primeira a sofrer consequências. Vindo de um período de pandemia que afetou economicamente o mundo todo, o ano de 2022 certamente ficou marcado como o ano de relativa retomada econômica. Entretanto, especialistas afirmar que mesmo com uma melhora nos primeiros meses do ano, o país ainda não atingirá os índices de 2019.

Os olhos agora se voltam para os próximos meses do ano, por isso, separamos as principais expectativas sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a taxa básica de juros, a Selic, o câmbio e outros índices. Separamos as expectativas de alguns órgãos e também do Professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Marcelo de Oliveira Passos.

IPCA

Já falamos anteriormente aqui no Superávit Caseiro que o  IPCA tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos.

Segundo dados do Boletim Focus do Banco Central divulgados nesta segunda, a mediana para o IPCA de 2022  registrou nova desaceleração pela quinta semana consecutiva, de 7,30% para 7,15%, principalmente devido à redução no preço dos combustíveis. Se considerarmos apenas as 107 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a expectativa para 2022 passou de 7,18% para 7,11%.

Para agosto, com a queda da gasolina nas refinarias anunciada na semana passada pela Petrobras, a projeção de IPCA na Focus cedeu de alta de 0,05% para recuo de 0,11%, ante avanço de 0,18% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa de aumento continuou em 0,50%, contra 0,47% de um mês antes.

Mas como isso afeta o nosso cotidiano? Bom, a resposta está no fato de que estes índices resultam em um custo de produção mais alto. Isso gera um efeito cascata nas lavouras, na indústria e no comércio. Então, o resultado aparece nos preços dos itens que compramos no mercado por exemplo.

Isso afeta diretamente também o  poder de compra que  tende a diminuir. Imagine que você gastou R$ 100 no supermercado. Se o IPCA acumulado for de 10% nos próximos 12 meses, você vai pagar R$ 110 pelos mesmos produtos daqui a um ano.

SELIC

Para quem acompanha o Superávit Caseiro, não é novidade que a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todas as demais taxas de juros do Brasil, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras e investimentos.

A taxa Selic chegou no dia 3 de agosto de 2022 ao maior patamar desde 2017, subindo para 13,75%  ao ano. A decisão do Copom foi unânime. Todos os 9 diretores do Banco Central concordaram com o novo patamar da Selic, que já sobe há 12 reuniões consecutivas. A alta decidida em reunião se aproximou dos níveis atingidos em novembro de 2016, quando registrava 14% ao ano.

EXPORTAÇÕES

Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta montantes recordes tanto para exportações quanto importações brasileiras em 2022. Motivadas principalmente pela elevação das cotações das commodities, as exportações, se concretizadas, podem chegar a casa dos US$ 319,4 bilhões, estabelecendo um  novo recorde, superando em 13,8% os US$ 280,6 bilhões realizados em 2021.

Vale destacar também a valorização das cotações internacionais do petróleo bruto, soja em grão, milho, café e óleos combustíveis, produtos que o Brasil envia para o exterior em grande quantidade. Se as projeções se confirmarem, o país poderá avançar quatro posições no ranking mundial de exportação, saltando do 26º lugar para a 22ª posição.

DÓLAR X IBOVESPA

A taxa  de câmbio do dólar obteve  nos últimos anos um constante crescimento, atingindo a casa dos  US$ 4,00 em 2019, US$ 5,20 em 2020 e US$ 5,65 no ano passado. Mesmo sofrendo oscilações no início do ano com a guerra na Ucrânia, o câmbio do dólar deste ano se estabilizou e, segundo o professor de economia Marcelo de Oliveira Passos, ele deve fechar este  ano na casa dos  US$ 5,00.

 Já o Ibovespa, segundo o professor, é praticamente impossível determinar uma previsão já que ele vem ficando volátil nos últimos meses devido às eleições de outubro.