LIGO detecta ondas gravitacionais geradas a 3 bilhões de anos-luz

A colaboração internacional LIGO (Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory, ou seja, Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) anunciou a terceira detecção de ondas gravitacionais, desta vez a mais distante já feita.

O evento envolveu a colisão de dois buracos negros com 32 e 19 massas solares, confirmando a ideia de que existe uma população de objetos desse porte.“Acho que dá para dizer que buracos negros de 20-30 massas solares são bem mais comuns do que se imaginava, porque a comunidade científica quase não contava com eles”, diz Odylio Aguiar, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e participante da colaboração internacional que fez a descoberta. “Porém, dizer que eles são abundantes relativamente aos pares menos ‘gordinhos’, ainda não dá para saber. Precisamos detectar mais pares — melhorar a estatística.”

A colisão teria se dado a cerca de 3 bilhões de anos-luz da Terra e foi detectada pelas instalações gêmeas do LIGO, em Hanford e Livingston, nos EUA, no dia 4 de janeiro de 2017.

Pela grande distância – mais que o dobro, comparada às duas detecções anteriores –, em certos respeitos trata-se do mais rigoroso teste de alta precisão imposto à teoria da relatividade geral.

O artigo reportando a descoberta foi publicado no “Physical Review Letters” em 1º de junho e conta com mais de mil autores, dos quais seis estão ligados a instituições brasileiras. Além de Odylio Aguiar, a colaboração LIGO e Virgo conta com Marcio Constâncio Junior, Cesar Augusto Costa, Elvis Camilo Ferreira e Allan Douglas Silva, também do INPE, e Riccardo Sturani, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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