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Obra de duplicação da ERS-734 avança e impacta o cotidiano em Rio Grande

(Foto: Reprodução/O Litorâneo) 

Com previsão de entrega para 2026, duplicação da rodovia muda o trânsito, gera expectativas e divide opiniões na comunidade rio-grandina.

Por Bryan Sanches Kern

A duplicação da ERS-734, que liga o centro de Rio Grande ao Balneário Cassino, é uma das intervenções viárias mais visíveis na cidade nos últimos anos e tem provocado mudanças palpáveis na rotina de moradores, motoristas e comerciantes. O projeto prevê a duplicação de 6,53 quilômetros da pista e recebe aporte estadual. Segundo o DAER, trata-se de uma obra estratégica para melhorar a segurança e mobilidade na entrada do município.

Ao longo de 2025 as máquinas avançaram em diferentes frentes: instalação de drenagem, preparação de base e pavimentação da nova faixa, além de intervenções em acessos laterais e pontos de interseção. O governo estadual divulgou informativos sobre o andamento do serviço e vem apresentando a obra como parte de um pacote de investimentos na região Sul. Em reportagens e notas oficiais, o DAER e o Executivo do Estado têm destacado que uma parcela significativa do projeto já foi executada.

As mudanças no traçado e as interdições temporárias alteraram o fluxo local: a Prefeitura de Rio Grande, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMMAS), publicou avisos sucessivos com orientações sobre desvios, trechos em mão-dupla provisória e pontos de afunilamento para proteger operários e manter o trânsito. Essas alterações buscam conciliar a continuidade das obras com a circulação de veículos e pedestres, mas exigem atenção constante dos condutores.

Na prática, moradores relatam incômodos cotidianos: poeira, barulho de máquinas e a necessidade de rotas alternativas para chegar a serviços e comércios. Comerciantes da área também têm registrado queda no movimento em dias de bloqueio e apontam perda de clientela enquanto a execução atinge trechos urbanos. Autoridades locais afirmam que medidas de sinalização e abertura de acessos emergenciais foram adotadas para amenizar impactos, e há reuniões periódicas entre Prefeitura, DAER e executora para ajustar fluxos e minimizar transtornos.

No campo administrativo, a obra passou por revisões contratuais: em outubro de 2025 noticiou-se que tramita um aditivo de prazo, motivado, segundo esses relatos, pela necessidade de desapropriações para inclusão de uma via marginal e por ajustes técnicos no trajeto, o que projeta a conclusão para meados de 2026, conforme reportagens locais que consultaram o DAER. Esse alongamento de prazo reacende debates sobre custos, cronogramas e os efeitos sociais das desapropriações.

As desapropriações, aliás, já têm base legal, decretos estaduais anteriores declararam utilidade pública para fins de desapropriação de imóveis necessários à duplicação, procedimento técnico-jurídico comum em obras que implicam alterações no traçado urbano. A existência desses atos administrativos confirma que há trechos do projeto que exigem regularização fundiária antes da entrega final.

Quanto aos benefícios esperados, técnicos e gestores apontam que a pista duplicada deve reduzir pontos de ultrapassagem perigosos, melhorar a fluidez no período de alta temporada e contribuir para a integração entre o porto, a malha viária e a área urbana, efeitos que tendem a se materializar de forma mais evidente após a conclusão e a entrega das obras. Entretanto, especialistas ouvidos por veículos locais lembram que ganhos de longo prazo dependem de qualidade na execução, manutenção futura e gestão do entorno urbano.

(Foto: Reprodução/DAER-RS)

Para quem vive à beira do canteiro, o sentimento é duplo. Há expectativa por uma estrada mais segura e moderna, mas também cansaço com o tempo de obra e com os transtornos enquanto o projeto não é finalizado. A administração municipal e o DAER dizem que continuam atentos às demandas, sinalização, aberturas emergenciais de acesso e diálogo com comerciantes, e que os próximos meses serão dedicados a concluir etapas críticas e a negociar as questões fundiárias pendentes.

Publicado em 06/11/2025, na categoria Notícias.