Leopoldo Gotuzzo e a Constituição do MALG

Convite padrão  |  Convite completo  |  Folder


 

18/dez _ abr/2020

Em 1955, aos 68 anos, Leopoldo Gotuzzo doa 16 obras à Escola de Belas Artes de Pelotas (EBA) com a intenção da fundação de um museu. O artista percebe que é na cidade natal que pode ter a sua ideia materializada. Este foi o passo inicial para a constituição do “Museu Gotuzzo”. A doação proporciona a criação de um espaço museológico na EBA. Esta coleção reunida passa a ser modelo para a escola, uma instituição educativa, de ensino superior. Desse modo, sua atitude que, para alguns, passou a ser compreendida como de desprendimento e generosidade, pode ser encarada, também como de intencionalidade do pintor de marcar um espaço e ter seu trabalho como uma referência a ser seguida. Tal iniciativa interfere na História da Arte em Pelotas. Primeiro, porque contribui para uma certa permanência do academicismo e conservadorismo na produção da pintura, a partir de uma instituição formativa em artes. Segundo, por incitar reação rumo ao modernismo, o que refletiu na trajetória da EBA e nas características que o museu adquiriu.

Esta cidade, que viveu o auge de seu desenvolvimento econômico, político, de sua opulência e cultura na virada do século XIX para o XX, tem, na obra acadêmica de Gotuzzo, uma referência aos saudosos “bons tempos”.

Leopoldo Gotuzzo retorna ao seu ponto de partida. Sua memória está viva, conforme ele planejou, salvaguardada em um museu de arte que tem seu nome na “Athenas do Rio Grande”, tornando-se imortal.

curadoria _ Raquel Santos