UMA PSICODELIA CIBERNÉTICA? NOTAS SOBRE GREGORY BATESON E A HISTÓRIA DO LSD

Traçar uma história dos psicodélicos envolve pelo menos dois grandes dilemas. Em primeiro, como dar conta de experiências que se passam dentro de ontologias que não acolhem oposições entre mente e natureza. Em segundo, como nos distanciarmos da narrativa centrada na contracultura norte-americana da década de 1960 e 70. A presente fala pretende introduzir perturbações nesta última forma de compreensão e doar significado a respeito do que hoje vivemos como “Renascimento psicodélico”. Propõe um recuo da pesquisa com psicodélicos para as décadas de 1940 e 50 a partir do envolvimento da Antropologia com o campo da cibernética, da qual Gregory Bateson participou ativamente nas chamadas Conferências Macy. Trata-se, enfim, de montar no entrelaçamento de Bateson com a pesquisa psiquiátrica sobre a dinâmica familiar um cenário onde os psicodélicos são recrutados na direção de uma ecologia da mente a favor de grandes reformas culturais. Portanto, o LSD não foi apenas uma das ferramentas através da qual Bateson refletiu sobre a condição sistêmica e distribuída do self, mas um estímulo para uma aproximação original e inusitada entre cibernética e psicodelia.

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