
Traçar uma história dos psicodélicos envolve pelo menos dois grandes dilemas. Em primeiro, como dar conta de experiências que se passam dentro de ontologias que não acolhem oposições entre mente e natureza. Em segundo, como nos distanciarmos da narrativa centrada na contracultura norte-americana da década de 1960 e 70. A presente fala pretende introduzir perturbações nesta última forma de compreensão e doar significado a respeito do que hoje vivemos como “Renascimento psicodélico”. Propõe um recuo da pesquisa com psicodélicos para as décadas de 1940 e 50 a partir do envolvimento da Antropologia com o campo da cibernética, da qual Gregory Bateson participou ativamente nas chamadas Conferências Macy. Trata-se, enfim, de montar no entrelaçamento de Bateson com a pesquisa psiquiátrica sobre a dinâmica familiar um cenário onde os psicodélicos são recrutados na direção de uma ecologia da mente a favor de grandes reformas culturais. Portanto, o LSD não foi apenas uma das ferramentas através da qual Bateson refletiu sobre a condição sistêmica e distribuída do self, mas um estímulo para uma aproximação original e inusitada entre cibernética e psicodelia.
Link: https://webconf.ufpel.edu.br/b/cla-xca-499
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