SOBRE O PROJETO

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Ao longo da história da música sempre se pôde diferenciar entre manifestações mais populares e menos populares. Sobretudo na dita música “popular” há uma clara distinção entre a música mais comercial, que tradicionalmente tem ampla divulgação pelos meios de comunicação em massa, e a música que sobrevive de forma mais impopular, marginal, estando exatamente à margem de todo esse sistema. Essa dicotomia é o que em inglês se costuma diferenciar com os termos Mainstream e Underground. Entretanto Covach (2009) relativiza essa polarização com o conceito de “arco de popularidade”, de acordo com o qual um determinado estilo musical pode surgir em uma área geograficamente restrita e abrangendo um público pequeno, expandir sua popularidade e depois de algum tempo continuar existindo como uma subcultura. Em alguns casos também esse arco praticamente já terminou, existindo apenas os registros fonográficos e históricos, que podem vir a ser reexaminados.

Portanto, a pouca popularidade atual de algumas músicas ou estilos musicais pode se dever tanto aos seus alinhamentos estéticos não comerciais (e à sua divulgação, consequentemente menos ampla) quanto ao seu distanciamento temporal – uma vez que hoje em dia é baixa a popularidade de músicas e de estilos musicais produzidos em um passado mais remoto, mesmo que em suas épocas estas tenham sido extremamente populares.

O título “Lado B” (já uma expressão idiomática), é utilizado aqui justamente como uma alusão a essa faceta mais obscura da produção musical, visto que nos antigos compactos e LPs de vinil era no lado A que constava(m) a(s) música(s) destinada(s) a tocar no rádio, de apelo mais comercial, sendo o lado B muitas vezes destinado àquelas músicas menos convencionais e que com o tempo passavam a cair no esquecimento do grande público, ainda que muitas vezes apresentando o que de mais original aqueles artistas sabiam realizar.

A democratização ao acesso à informação promovida pela Internet vem trazer uma nova luz a esse termo e à música que a ele se atrela, uma vez que hoje em dia o “underground” acaba podendo ter uma visibilidade bem maior do que antigamente.