Staphylococcus aureus
O gênero Staphylococcus é composto, atualmente, por 40 espécies. Destas, Staphylococcus aureus é a mais relacionada a casos e a surtos de intoxicação alimentar, devido à capacidade da maioria de suas cepas de produzir enterotoxinas. Apesar de S. aureus ser a espécie mais envolvida com intoxicação alimentar estafilocócica, sabe-se queS. hyicus e S. intermedius também podem produzir EE em níveis suficientes para causar intoxicação alimentar.
Inúmeros surtos de intoxicação alimentar causados pela ingestão de alimentos contendo enterotoxinas estafilocócicas pré-formadas são descritos na literatura e, em função do risco à saúde pública que sua presença representa em alimentos, estabeleceu-se, em diversos países a obrigatoriedade de sua pesquisa e enumeração, como parte das ações de fiscalização sanitária de órgãos governamentais.
Pesquisas no Laboratório
- Diferenciação bioquímica e molecular de Staphylococcus aureus, S. hyicus e S. inermedius.
- Detecção de cepas de S. aureus produtoras de enterotoxinas A, B, C e D através de Multiplex-PCR
Listeria monocytogenes
Listeria monocytogenes é uma bactéria gram-positiva, na forma de bastonetes curtos, regulares, com extremidades arredondadas. É um microrganismo desprovido de cápsula, não formador de esporos, anaeróbio facultativo, psicrotrófico e ubíquo, sendo veiculado ao homem, principalmente, pelos alimentos. A listeriose, que é a doença causada por L. monocytogenes, embora apresente uma baixa incidência em relação a outras infecções alimentares bacterianas, possui algumas particularidades que lhe conferem singular importância. A sintomatologia principal manifesta-se na forma de meningite, septicemia, nascimento de prematuros e abortos. A taxa global de mortalidade costuma ser de 20 a 30%, porém, entre determinados indivíduos compreendidos no grupo de risco, valores superiores a estes são comumente relatados.
Pesquisas no Laboratório:
- Ocorrência e identificação por métodos tradicionais, moleculares e imunológicos.
- Subtificação por técnicas moleculares.
Salmonella spp.
Salmonelas são bacilos Gram-negativos, pertencentes à família Enterobacteriaceae, anaeróbios facultativos, não formadores de esporos e possuem flagelos peritríquios para sua locomoção. São divididas em duas espécies, Salmonella enterica e Salmonella bongori. A espécie Salmonella enterica é subdividida em seis subespécies, onde a subespécie enterica, por sua vez, possui mais de 2400 sorovares identificados. Salmonelas estão amplamente distribuídas no ambiente e residem, primariamente, no trato intestinal de animais e de humanos. A contaminação por microrganismos ao homem ocorre, geralmente, pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Diversos alimentos podem ser envolvidos na transmissão, sejam eles crus, insuficientemente processados, mal cozidos ou que sofreram contaminação cruzada. As principais características do gênero são temperatura ótima de crescimento de 37ºC e multiplicação na faixa de pH entre 4,0 e 9,5. São oxidase negativa e catalase positiva, produzindo ácido e gás a partir da glicose. Geralmente produzem H2S, descarboxilam a lisina e ornitina, e não hidrolisam a uréia.
Pesquisas no Laboratório
- Ocorrência de Salmonella spp. na cadeia produtiva de aves
Escherichia coli
Dentre os microrganismos causadores de infecções alimentares deve-se dar especial atenção a Escherichia coli, que é uma bactéria da família Enterobacteriaceae pertencente a microbiota intestinal de humanos e de animais de sangue quente. Por essa razão, uma vez presente no alimento, indica contaminação microbiana de origem fecal, demonstrando que esse se apresenta em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias. Outro aspecto importante é que diversos sorogrupos de E. coli são patogênicos ao homem, podendo causar infecções intestinais, urinárias, meningite e septicemia. Provavelmente, não há outra espécie bacteriana que seja tão versátil em sua patogenicidade quanto a bactéria E. coli.
Pelo menos seis sorogrupos de E. coli são enteropatogênicos: E. coli Enteropatogênica Clássica (EPEC), que acomete principalmente crianças, sendo associada à diarréia infantil e dos recém-nascidos, podendo, entretanto, estar presente em adultos com rara apresentação de sintomas; E. coli Enteroinvasiva (EIEC), provoca diarréia sanguinolenta pela capacidade de invadir e multiplicar-se no tecido epitelial do cólon, causando necrose;E. coli Enteroagregativa (EAEC) apresenta como sintomatologia clínica diarréia aquosa, associada a sua capacidade de produzir uma toxina termoestável; E. coli de Aderência Difusa (DAEC), causa diarréia persistente em crianças; E. coli Enterotoxigênica (ETEC), produz uma ou mais enterotoxinas termolábeis e/ou termoestáveis quando aderidas às células epiteliais do intestino delgado, sendo associada à denominada “diarréia dos viajantes”; E. coli Enterohemorrágica (STEC), produtora das denominadas toxinas Stx1 e Stx2 (toxinas Shiga-like), as quais causam danos severos às células epiteliais do intestino delgado, provocando Colite Hemorrágica, que em casos mais graves resulta no quadro conhecido como Síndrome Urêmica Hemolitica (HUS), podendo levar a morte do indivíduo.
Pesquisas no Laboratório
- Identificação e diferenciação de sorogrupos enteropatogênicos de E. coli através de técnicas moleculares e cultivo celular.