Crise política pode tirar Brasil da liderança do Mercosul

Barack Obama apoiou , em Buenos Aires, o empenho de Maurício Macri para que a Argentina retome seu papel na região e no mundo

A grave crise política que enfrenta pode tirar do Brasil o papel de liderança no continente latino-americano. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apoiou ontem, em Buenos Aires, o empenho de Maurício Macri para que a Argentina retome seu papel na região e no mundo, após uma década de atritos com os governos de centro-esquerda dos Kirchner. “Percebemos as mudanças, o mundo também se deu conta. Com o presidente Macri, Argentina está retomando seu papel tradicional de liderança na região e no mundo”, disse Obama em coletiva de imprensa, ao lado de Macri, na Casa Rosada.

Obama disse que “Estados Unidos e Argentina podem ser fortes parceiros globais para promover os valores universais que compartilhamos”, disse Obama ao iniciar uma visita de dois dias à terceira economia latino-americana. Macri disse que a visita de Obama é interpretada “como um gesto de amizade” frente a uma nova mudança na Argentina. “Compartilhamos valores profundos, respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades individuais, pela democracia, pela justiça e pela paz”, acrescentou.

 

Obama e Macri

O presidente dos Estados Unidos foi questionado por jornalistas argentinos se havia discutido com o colega argentino a crise política brasileira. Respondeu que o tema não tinha sido tratado “extensivamente”, mas se mostrou otimista. “Esperamos que o Brasil resolva sua crise política de uma maneira eficaz. É um país grande, é amigo dos nossos dois países”, afirmou Obama.

Democracia

Para Obama, a boa notícia que recebeu de Macri foi que a democracia brasileira está madura. “Os sistemas de leis e estruturas são fortes o suficiente. Isso permitirá que seja resolvido de forma que o Brasil prospere e seja o líder mundial significativo que é”, disse Obama, acrescentando que um Brasil forte e eficiente é necessário para as economias de EUA e Argentina e para a paz mundial.

Macri disse que acompanha de perto a questão. Citou o “afeto dos argentinos pelo povo brasileiro” e o fato de o Brasil ser seu principal sócio estratégico no mundo com o Mercosul. “Estamos convencidos de que o país sairá fortalecido dessa crise e esperamos que seja o mais rápidos possível. Tudo que ocorre no Brasil se reflete em nosso país.”

EM

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