Seminário Híbrido

Seminário Híbrido

FOTOGRAFEANDO

Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural

 

O Seminário Híbrido Fotografeando Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural, é uma atividade coordenada pela doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural – PPGMSPC/ICH/UFPEL Jennifer Paola Pisso Concha, e uma ação Ação do Projeto Design e Desenvolvimento Territorial. Promovido pela Gestão Integrada do Patrimônio Cultural de Morro Redondo, RS – Brasil com o apoio da Secretária Municipal de Educação, Cultura e Desporto de Morro Redondo.  O projeto teve a colaboração de Valéria Feldens (representante da Rede de Escolas Municipais de Morro Redondo) e o Seminário teve a participação dos jovens de Morro Redondo. O evento ocorreu nos dias 12 e 26 de agosto de 2022, destinado aos estudantes da Escola Alberto Cunha, as duas primeiras etapas do seminário foram constituídas por palestras acerca da linguagem fotográfica e suas relações enquanto ferramenta de registro e memória apresentadas por convidados do Brasil (3), Bolívia (1) e Colômbia (1), os conteúdos sobre linguagem fotográfica foram abordados a partir da experiência dos palestrantes da área da fotografia, cinema, artes e estudos em Memória Social e do Patrimônio Cultural. Considerando sua condição híbrida (presencial/virtual) as palestras foram proferidas tanto presencialmente (auditório da escola Alberto Cunha) quanto virtualmente (plataforma de conferencia virtual Google Meet).

Com a orientação presencial do Fotógrafo Ubirajara Budin Cruz, as atividades do seminário encerraram no dia 14 de outubro de 2022, com uma oficina de prática fotográfica destinada aos estudantes da Escola Alberto Cunha. Essa oficina instrumentalizou os participantes às técnicas fotográficas, possibilitando que o sujeito local exercitasse o registro fotográfico para constituir a segunda exposição FOTOGRAFEANDO Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural, Galeria GIPC 3D, prevista para novembro de 2022, mapeando valores simbólicos do seu lugar de trabalho, com significados singulares que preservam e promovem seus saberes, cultura e modos de fazer e de viver.

Projeto gráfico, Jennifer Pisso, 2022.

Breve resenha dos palestrantes:

Kátia Helena Rodrigues Dias

Doutora em Memória Social e Patrimônio Cultural, graduada em Artes Visuais, todos cursados na Universidade Federal de Pelotas. Estágio doutoral na Universidade de Buenos Aires (2017), pelo Programa Centro Associados para o Fortalecimento da Pós-graduação Brasil-Argentina. Fotógrafa da Coordenação de Comunicação Social da Universidade Federal de Pelotas (desde 2013), onde atua nos segmentos de ensino, pesquisa e extensão e no gerenciamento do arquivo fotográfico da instituição. Fotógrafa da Assessoria de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande (2012). Experiência em Artes Visuais, Design Gráfico e Design Digital. Dedica-se ao estudo de fotografia e memória.

 

Jennifer Paola Pisso Concha

Doutoranda em Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas. Mestra em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso. Formada em Comunicação Social pela Universidade de Cauca (Colômbia). Autora do livro: “Cicatrices de una guerra” (Appris, 2021). Professora-pesquisadora. Criadora de conteúdo digital. Embaixadora da Palavra na Fundação César Egido Serrano (Espanha). Coach de Escrita Criativa que interliga fotografia-texto. Membro dos grupos de pesquisa: Estudos em Cultura e Literatura em Mato Grosso e Poéticas Orais e Pensamento Decolonial (Lanmo, Unam). É colaboradora do projeto de extensão da Rede Iberoamericana de Estudos sobre Materiais Orais (RIEMO, México). Se interessa por pesquisas que entrelaçam: comunicação, inclusão social, memória, [ciber]culturas[s], imagem, estudos decoloniais, narrativas digitais, comunidades online, dentre outros temas.

 

Danielle Bertolini da Silva

Bacharel em Comunicação Social pela PUC-SP (2001). Documentarista, roteirista, diretora e curadora audiovisual. É Idealizadora e Organizadora do Festival Tudo Sobre Mulheres, com sete edições realizadas. Possui em sua filmografia os seguintes títulos: Águas Encantadas do Pantanal (2001), documentário inspirado na pesquisa de Doutorado do Prof. Dr. Mario Cezar Silva Leite; “Sobre a Violência” (2012) para o NIEVCI; “Encontro de Parentes” (2013) para a TV UFMT; “Sua Vida é Você Quem Faz” (2015); “Filhos da Lua na Terra do Sol” (2016 – Vencedor do Prêmio Melhor Filme na Mostra Sesc de Cinema); “A Luta Continua” (2018 – para a ADUFMAT); “Mulheres Xavantes Coletoras de Sementes” (2019 para a OPAN); “Escutando e Vendo” (2021). Atualmente, está dirigindo a série “Segredos do Coração da América do Sul”. É CEO da Cumbaru Produções Artísticas desde 2005, com a criação do Festival de Cinema “Tudo Sobre Mulheres”, realizado em Chapada dos Guimarães e Cuiabá. Interessa-se por pesquisas envolvendo: Cinema, Feminino, Povos Originários, Direitos Humanos, Fotografia, dentre outros temas.

 

José Franco Arispe Rodríguez 

Professor de Filosofia da Arte Contemporânea e História da Bolívia. Artista visual, fotógrafo, dançarino e cineasta. Doutorando em Estudos Contemporâneos de Artes na Universidade Federal Fluminense. Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso. Foi curador do Museu Nacional de Arte na Bolívia coordenando projetos de Arte jovem, cultura afroboliviana e mostras de arte contemporânea. Conta com diversas exposições coletivas nacionais e internacionais, foi finalista do concurso Curate Award com a exposição “Sin Sección” (2017). Vencedor do prêmio de Arte Jovem EXPRESSATE (2012) em La Paz e um ano depois, vencedor do prêmio em fotografia do Instituto Ítalo Latino-americano, expondo no Museu de Arte Contemporânea de Roma. Em 2015 foi um dos vencedores do Bolivian Emerging Artist Award em Londres.

 

Giane Trovo Belmonte

Pedagoga. Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultural (UFPel). Licenciada em Ciências Domésticas. Tem especializações em Educação Inclusiva e Arteterapia. Na área administrativa e cultural tem especialização em Liderança, Coaching e Gestão de Pessoas e em Gestão de Eventos com Ênfase Organizacional e Institucional. Atua na área de organização de eventos, treinamento, educação e pesquisa. Participou da pesquisa intitulada Alfabetização em Rede: uma investigação sobre o ensino remoto da alfabetização na pandemia Covid-19 e da recepção da PNA pelos Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Foi bolsista no PIBID e na Residência Pedagógica do Curso de Pedagogia/FaE/UFPEL/CAPES e atuou como pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Educação Pública – GIPEP.

 

No dia 12 de agosto de 2022, a palestrante Kátia Helena Rodrigues Dias apresentou “Desenvolvendo o olhar fotográfico: fundamentos, composição, inspirações e criatividade” focando nos elementos fundamentais da imagem (composição, iluminação, temperatura, etc.), enquanto a Jennifer Pisso complementou a temática com a linguagem fotográfica, questionando: o que fala a imagem? e mostrando os gêneros fotográficos que podem se usar para retratar o Morro Redondo, a través de sua proposta “Imagem em ação: o instante e o permanente”. No encerramento, a Danielle Bertolini apresentou “Leitura e produção de imagens: olhar e inventar”, percorrendo a imagem em movimento sob ótica do cinema. Segue os links usados pela Bertolini durante a sua fala:

  • Para visualizar textura e cores na imagem, partilhou trechos de seu documentário “Filhos da lua na Terra do Sol”: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=za1HkmiBt1g&t=29s
  • Para visualizar a potência da imagem desde a área social, partilhou seu trailer “De Volta para casa”. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=VQd472gX07c&t=1s

Em correlação, as palestrantes exemplificaram cada uma das temáticas, usando seu acervo pessoal e brindando dicas fotográficas para os estudantes.

 

Seminário “Fotografeando: Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural” (Primeiro encontro).  Fonte: Coletânea Jennifer Pisso, 2022.

No dia 26 de agosto de 2022, o palestrante José Arispe apresentou “Deambulante: modos de ver próprios, através da fotografia”, com o intuito de chamar a atenção sobre: 1) por que fazemos auto-retratos, 2) como fazer auto-retratos – com exemplos de fotografias desde o século XIX até a contemporaneidade.  Paralelo que resultou interessante para os estudantes, apresentando desde o antigo processo fotográfico do daguerreótipo (um dos marcos mais importantes na história da fotografia técnica) até o uso de câmeras em smartphones. – Rostos surpreendidos ao descobrir que as pessoas ficavam na frente da câmera exposta por muito tempo, enquanto hoje (2022) se obtém várias fotografias em segundos. Indo além, observaram as mudanças na vestimenta, nas cores da imagem, no tamanho dos aparelhos, nas expressões do corpo, na intimidade do “frame”, que vão ficando “congelados” ao longo dos anos.

Na sequência, refletindo sobre a memória e os nossos patrimônios (material ou imaterial), a partir do trabalho intitulado “Morro Redondo sob o olhar da Juventude”, a palestrante Giane Trovo abordou de modo didático ao interagir no auditório com os estudantes, enquanto se passavam fotografias da cidade e de outros lugares do Brasil.

 

Seminário “Fotografeando: Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural” (Segundo encontro). Fonte: Coletânea Jennifer Pisso, 2022.

Durante o segundo encontro, foi apresentado o edital seletivo FOTOGRAFEANDO: Jovens Trabalhadores Rurais | Educação e Patrimônio Cultural, explicitando seu formulário para a submissão de fotografias.

Fonte: Projeto gráfico, Jennifer Pisso, 2022.

Acesso pelo QR CODE: https://forms.gle/oLSUVjXTPhopkhh46

(Para o acesso, o interessado deve possuir conta Google e estar logado).

Ao [re]pensar as representações existentes no território sob ótica da fotografia, considera-se que os seminários possibilitaram aos estudantes ‘caminhar’ pelas diversas técnicas e linguagens fotográficas, estimulando-os para se perguntar: o que representa a comunidade de Morro Redondo? Portanto, abrir outra “janela” para o mundo, já que permitirá conhecer/aprender em breve sobre o que eles decidiram chamar de “nossos patrimônios e tesouros humanos”.

REALIZAÇÃO