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Como os gatos conquistaram o mundo

Nova análise revela que os gatos atuais descendem de animais domesticados em duas levas, uma há 9.500 anos, na Europa, e outra há 2.000 anos, no Egito.

Uma nova análise genética de esqueletos e múmias de 200 gatos revelou que a domesticação desses animais aconteceu em duas levas: uma mais antiga, há cerca de 9.000 anos, na região do Mediterrâneo, e outra mais recente, há cerca de 2.000 anos, no Egito. O estudo, publicado na revista Nature Ecology & Evolution, é o trabalho mais completo a mapear a convivência entre humanos e os gatos e a dispersão desses felinos pelo globo, história que, até o momento, era repleta de dúvidas. Os pesquisadores da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e da Universidade Paris VII, na França, levaram dez anos recolhendo fósseis e resquícios de gatos que viveram no Egito e em sítios arqueológicos da Antiguidade para reconstruir o caminho da domesticação dos felinos. A análise do DNA encontrado nesses vestígios revelou que os gatos começaram a se aproximar das primeiras comunidades de agricultores na região do Mediterrâneo, possivelmente atraídos por ratos e camundongos que se alimentavam dos grãos. A relação, estabelecida há 9.000 anos, era boa para os gatos, que encontravam farto alimento, e para os agricultores, que se livravam dos ratos e de outras pestes.

Como os gatos chegaram à Europa 

Há cerca de 6.000 anos, quando os habitantes da região começaram a se espalhar para a Europa, levaram junto seus gatos, que ocuparam o continente. Contudo, uma segunda leva de felinos, com origem no Egito, chegou ao local mais recentemente. Há cerca de 2.000 anos, os gatos vindos do país começaram a chegar à Europa e foram seguidos pelos felinos que viajavam com os vikings nos navios, na Idade Média (os animais eram a proteção mais eficaz contra os roedores que atacavam os mantimentos nas embarcações). Por volta dessa época surgiu também a mutação genética responsável pelas listras escuras que cobrem os pelos dos gatos atuais. Ela apareceu na Ásia e, em seguida, na Europa e na África, quando os humanos descobriram que os felinos podiam ser, além de excelentes caçadores, bons bichos de estimação. “O gato é, provavelmente, o mais selvagem de todos os animais domésticos. Faz parte disso o comportamento de viver a sua vida e não se importar muito se há ou não humanos ao seu redor”, afirmou o pesquisador Thierry Grange, da Universidade Paris VII e um dos autores do estudo, ao britânico The Guardian.

Mais informações no site Revista Veja

Publicado em 06/07/2017, na categoria Notícias.