VELA: O ESPORTE MAIS GLORIOSO PARA O BRASIL NAS OLIMPÍADAS

Vela é a modalidade esportiva que mais trouxe medalhas de ouro para o Brasil nas Olimpíadas

Em uma modalidade olímpica que rende grandes resultados para o Brasil nas Olimpíadas, a Vela sempre traz maiores expectativas aos brasileiros. Neste ano, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a esperança brasileira por medalhas é real, visto o bom desempenho recorrente dos atletas no esporte e o histórico olímpico. Desde 1996, em Atlanta, a equipe brasileira traz ao menos uma medalha para a casa na modalidade. Ao todo, a Vela foi responsável por conquistar 19 medalhas olímpicas para o país, sendo 8 de ouro, 3 de prata e 8 de bronze. É o segundo esporte com o maior número de medalhas conquistadas, atrás apenas do Judô, com 24.

Com as Olimpíadas se aproximando, a Vela atrai as atenções dos mais otimistas torcedores brasileiros. Na edição passada, o ouro veio com Martine Grael e Kahena Kunze, na categoria Skiff (46erFX). As brasileiras são as atuais bicampeãs olímpicas, e chegam a Paris em busca do terceiro ouro olímpico consecutivo, elas venceram também no Rio 2016, tentando se tornar a primeira dupla a conseguir tal feito. Recentemente, as velejadoras brasileiras foram ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em 2023, o qual garantiu a vaga para as Olimpíadas de Paris.

Além de Martina e Kahena, outros brasileiros já garantiram vagas para a disputa da Vela em Paris 2024 através de diversos eventos. No Campeonato Mundial de Vela de 2023, que ocorreu em Haia, na Holanda, Mateus Isaac, da classe IQFoil, e Bruno Lobo, da Fórmula Kite, se classificaram para os Jogos Olímpicos de Paris. As duas categorias farão as suas estreias olímpicas na França. Outra dupla brasileira garantida na capital francesa é Samuel Albrecht e Gabi Nicolino, estes classificados através do Pan 2023 na classe Multihull misto (Nacra 17). A sétima atleta classificada é Gabriella Kidd, da classe ILCA-6, que garantiu a vaga no Campeonato Mundial de Laser Radial, realizado na Argentina em janeiro de 2024.

(Da esquerda pra direita: Bruno Lobo (Fórmula Kite), Samuel Albrecht e Gabi Nicolino (Nacra 17), Mateus Isaac (IQFoil) e Gabriella Kidd (ILCA-6). Foto: Divulgação/Instagram – @brunolobo31; @samuel_albrecht; @mateusisaac; @kiddgabriella)

 

CATEGORIAS E DISPUTA DA VELA EM PARIS

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 receberão seis eventos que concederão medalhas olímpicas, são eles: Windsurfing (masculino e feminino), Kite (masculino e feminino), Dinghy (masculino e feminino), Skiff (masculino e feminino), Dinghy misto e Multihull misto. Ao todo, 330 atletas competirão espalhados por todas estas classes. As disputas ocorrerão na Marina de Marselha, entre os dias 28 de julho e 8 de agosto. Cada Comitê Olímpico Nacional (CON) pode classificar 14 velejadores, com um barco por evento.

A classificatória para a Vela em Paris 2024 segue um calendário e cronograma bastante amplo. Vários eventos concedem cotas para a disputa olímpica, através de diversas competições específicas para cada modalidade. O Campeonato Mundial de Vela de 2023 foi o evento que mais reuniu vagas para as Olimpíadas, com um total de 107, realizado em Haia, na Holanda. Os eventos continentais, como o Pan-Americano de Santiago, no Chile em 2023, também garantiram classificações de 74 atletas ao redor do mundo. Os Campeonatos Mundiais da ILCA de 2024, realizado na Argentina (feminino) e na Austrália (masculino) renderam 7 vagas por gênero para o Dinghy. Agora, as últimas chances de classificação são através da Regata da Última Chance de 2024, que dará 39 vagas de cota, além de definir os classificados através das nações emergentes e do princípio da universalidade.

Todas as classes olímpicas são disputadas no formato de corrida de frota, onde todos os competidores começam e velejam juntos em torno de um percurso. O sistema de pontuação ocorre um pouco diferente, quanto melhor for a colocação de um barco na regata, menor será a sua pontuação. Desse modo, o objetivo é marcar o menor número de pontos possíveis. As classificações são determinadas através dos pontos somados de cada corrida. As 10 equipes mais bem classificadas avançam para a fase final. Na Medal Series de Windsurfing, o formato é de eliminação direta nas quartas de final e semifinal, com uma final contendo três barcos. Nas Medal Races do Dinghy, Skiff e Multihull, os pontos são dobrados e contam para a classificação final. Já na Medal Series do Kite, a disputa ocorre no formato de melhor de três.

EXPECTATIVA DA MODALIDADE EM PARIS 2024

(Em Tóquio 2020, a Grã-Bretanha emplacou cinco medalhas olímpicas. Foto: Reprodução/X – @BritishSailing)

Com três medalhas de ouro em Tóquio 2020, a Grã-Bretanha subiu ao ponto mais alto do pódio nas classes Finn e Skiff no masculino e no 470 feminino. Além das medalhas douradas, ganharam a prata no Multihull misto e o bronze no RS:X feminino. Com isso, a expectativa em cima da Grã-Bretanha ainda é muito grande em relação a várias classes para Paris 2024. A Austrália é outra potência, com dois ouros conquistados em Tóquio, no Laser e 470 masculino. E claro, não podemos deixar de falar do Brasil, detentora de oito ouros olímpicos na história, e com a dupla atual bicampeã olímpica no Skiff Martina e Kahena, além de ter uma grande comitiva classificada para a disputa.

Neste ano, as brasileiras, que estão no top 2 do ranking mundial, terão jogo duro pela frente. As holandesas são as atuais top 1 do ranking mundial da classe 49erFX, e ainda estão engasgadas com o bronze conquistado em Tóquio. Bruno Lobo, na Fórmula Kite, figura na 8° posição do ranking mundial e Mateus Isaac, da IQFoil, é o 22° de sua classe, são os mais bem colocados brasileiros. Em uma comparação entre todas as classes que serão disputadas em Paris, a Holanda se destaca nas altas posições e vem forte para a disputa.

O Campeonato Mundial de Vela, realizado no ano passado, também é uma boa base para as Olimpíadas. A Holanda, por exemplo, foi ouro em duas classes masculinas: Skiff e Windsurfing, além da prata no Skiff feminino. As brasileiras não foram tão bem e ficaram na 12° posição. Quem ficou com o ouro no Skiff feminino foi a Suécia. Outros países campeões mundiais em 2023 foram o Japão (Dinghy misto), Cingapura (Kite masculino), França (Kite feminino), Austrália (Dinghy masculino), Hungria (Dinghy feminino), Israel (Windsurfing feminino) e Itália (Multihull misto). A Grã-Bretanha foi quem mais ganhou medalhas, porém nenhuma de ouro, sendo três de prata e duas de bronze. Já o Brasil não conquistou nenhuma medalha.

Redação: Andrei Vilela

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