APRESENTAÇÃO
Sabe-se que a legislação propositiva e inclusiva está sendo implementada nas escolas, porém estas propostas, por força de lei, não garantem a real configuração dos sistemas, escolas e salas de aula para atender a diversidade e a pluralidade, em todos os aspectos, sejam eles, étnicos, sociais, econômicos, culturais e, principalmente, contextuais das necessidades específicas. Os acordos internacionais, os compromissos assumidos e os ordenamentos legais, que são ampliados e atendem uma gama de segmentos da sociedade civil, como os movimentos étnico-raciais, de gênero, de surdos, entre outros, tem conquistado espaços políticos que se traduzem em direitos.
É preciso que a reflexão sobre educação inclusiva seja possibilitada no interior das escolas e que os debates sejam viabilizados para a construção dos projetos e práticas que a concretizem, cumprimento das exigências legais, sem o protagonismo dos que as fazem vivas, sem a inovação pedagógica que as permitem, sabe-se que tem se mostrado o elemento principal de porque muitas delas nunca deixaram de ser letras postas em papel.
Educar para a cidadania e para a diversidade implica bem mais do que alguns momentos e programas, mas em concepções que permeiam os fundamentos e práticas da escola, bem como suas formas de apoio e suporte, oportunizadas pelos sistemas, induzidas pelas políticas, mas que necessitam ser organizadas internamente nas escolas, para que se tornem realidade. A Gestão da escola numa perspectiva inclusiva e democrática pressupõe o diálogo, a consciência, a participação e a construção coletiva de todos os envolvidos, além da permanente análise e reflexão das práticas e conceitos.
Nossa trajetória nestas formações oferecidas via SECADI iniciaram em 2012 e se desenvolveram até maio de 2018. Até 2015, a oferta anual se configurou como semipresencial através da oferta do curso A gestão do desenvolvimento inclusivo na escola, ofertou a cada ano 150 vagas por polo, num total de 300 cursistas por ano. Foram polos dos cursos semi-presenciais: Pelotas, Canoas, Pinheiro Machado, Arroio Grande e Bagé, com participação de municípios de Piratini, Morro Redondo, Rio Grande, Jaguarão, Amaral Ferrador, Dom Pedrito, Caçapava do Sul.
Ao longo das suas edições, o curso colaborou para o debate nas escolas de proposições estruturais e pedagógicas para a concretização de políticas e práticas inclusivas, pois os cursistas, vinculados às suas redes e apoiados pelos sistemas de ensino, tinham como compromisso no decorrer do curso a atuação como multiplicadores-formadores, a análise dos processos inclusivos em suas escolas, dos PPPs ,regimentos, propostas e práticas, para ao final do curso apresentarem uma proposta factível, elaborada com seus pares, de projeto pedagógico inclusivo em todas
as suas dimensões. Os cursos de aperfeiçoamento, com carga horária de 180 horas e 12 meses de formação apresentaram resultados extremamente positivos, conforme demonstrado em relatórios e avaliações realizadas.
Em 2017, o grupo retoma sua caminhada desta formação, agora em outro perfil, mas como o mesmo empenho e dedicação das versões anteriores. Para a edição de 2017, a proposta foi redimensionada por solicitação do MEC, mantendo como aperfeiçoamento, com carga horária total de 180 horas, porém enfocando especificamente, no Atendimento Educacional Especializado por sentirem a necessidade premente de qualificar as ações destes serviços nos contextos das escolas que se pautam pela inclusão. Neste sentido, foram ofertados o AEE-DI e o AEE-DV.
Para 2020, a oferta se constituiu em um curso de extensão em AEE em contexto de Pandemia, Aperfeiçoamento em AEE-Deficiência Visual, Aperfeiçoamento em AEE-Deficiência Intelectual, Aperfeiçoamento em AEE- Transtorno do Espectro Autista e o curso aqui delimitado, Especialização em AEE.