Assembleia instala Comissão Especial de Cuidados Paliativos
Celso Luiz Bender – MTE 5771 | Agência de Notícias – 19:15-25/06/2018 – Edição: Sheyla Scardoelli – MTE 6727 – Foto: Marcelo Bertani
Foi instalada no final da tarde desta segunda-feira (25), na sala da presidência da Assembleia, a Comissão Especial de Cuidados Paliativos no RS. A comissão será presidida pelo deputado Pedro Ruas (PSOL). O deputado Gilmar Sossella (PDT), representando a presidência, instalou e deu posse aos integrantes.
Conforme Ruas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que cuidados paliativos consistem na assistência que busca a melhora da qualidade de vida, objetivando avaliar e controlar não apenas a dor, mas todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual de pessoas com doenças graves, terminais e crônicas, bem como de seus familiares.
A medicina no mundo, ilustrou, trabalha com três enfoques: a medicina preventiva, a curativa e a paliativa. “Exemplo de medicina preventiva”, citou, “vem de Cuba, muito desenvolvida. No Brasil, temos a medicina curativa e, em países mais avançados, como na Suécia, já atua mais intensamente a paliativa, onde a curativa não tem mais função, como nas doenças incuráveis, crônicas e graves, que precisam de cuidados humanitários e melhor qualidade de vida, tanto para pacientes como para seus familiares”, sublinhou.
“Nós, no Rio Grande do Sul, temos experiências bem-sucedidas nesta área do atendimento pleno de pacientes e familiares, mas apenas pequena parcela de pacientes têm acesso. O que buscamos é a ampliação deste atendimento. Queremos uma política pública nesta área”, afirmou Ruas.
Referência
Destacou o caso de Pelotas, referência nacional e pioneiro. “A Unidade de Cuidados Paliativos, da UFPel, é um caso estudado nacionalmente e é preciso disseminá-lo, formando consciências, mostrando a importância da ação e a necessidade que as pessoas têm deste cuidado, um olhar especial. Afinal, esta é uma situação que todos vivenciaremos”, observou, referindo-se ao final do ciclo de vida do ser humano. Ainda de acordo com Ruas, a atenção paliativa é um avanço em termos de medicina.
Igualmente, citou iniciativas privadas, como em Cachoeirinha, onde atua o grupo Despertar, que trabalha junto a mulheres portadoras de câncer. “Esta é uma maneira organizada privada, sem interferência e apoio do poder público. É algo significativo, e desejamos atuações tanto por parte da iniciativa privada como na área pública. No entanto, deve partir deste segmento uma política que dê ênfase aos cuidados paliativos. Um olhar de compaixão em relação àquele paciente e seus familiares, onde a cura não é possível. Porém, ali ainda está um ser humano, precisando e merecendo todo apoio e auxílio”, ponderou.
Em Pelotas, referiu ainda, acontecem várias oficinas com estas pessoas, como de teatro, música espiritualidade e outros, para entender o momento difícil e dar a solidariedade necessária neste momento da existência humana. “A Assembleia pode dar boa contribuição a partir de agora”, completou. A Comissão Especial tem prazo de 120 dias para debater o tema e apresentar sugestões.
Presentes, a secretária executiva do Sindisepe (Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, Sara Marques, e a diretora da instituição, Diva Costa, bem como a presidente do PSOL de Cachoeirinha, Ester Ramos.
Composição
Integram a comissão, de acordo com a indicação das suas bancadas: Stela Farias e Valdeci Oliveita, pelo PT; Juvir Costella e Vilmar Zanchin, pelo MDB; Ciro Simoni e Gilmar Sossella, pelo PDT; Pedro Westphalen e Ernani Polo, pelo PP; Maurício Dziedricki, PTB; Adílson Troca, PSDB, e João Reinelli, PSD.