Por Everton Iberse/Superávit Caseiro
As mulheres estão se tornando cada vez mais presentes no mundo dos investimentos. Em um passado não muito distante, a bolsa de valores era um ambiente majoritariamente masculino, mas essa realidade tem mudado significativamente nos últimos anos.
De acordo com dados da B3, a bolsa de valores brasileira, em dezembro de 2020, as mulheres representavam cerca de 30% dos investidores cadastrados na plataforma. Esse número pode parecer pequeno, mas é um avanço significativo em relação ao passado.
Esse movimento de maior presença das mulheres no mundo dos investimentos pode ser explicado por diversos fatores, um deles é a maior independência financeira das mulheres, que estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho e têm maior poder de decisão sobre seus recursos.
Além disso, as mulheres tendem a ser mais cuidadosas e planejadas em relação aos seus investimentos. Um estudo da consultoria BlackRock mostrou que as mulheres são mais propensas a buscar informações sobre investimentos e a tomar decisões de investimento com base em análises detalhadas.
Em conversa com a Assessora de Investimentos Elisa Echenique Gioielli, ela diz: “as mulheres vem de uma cultura onde não era comum a educação financeira, de que os homens sempre foram os responsáveis pela a administração do dinheiro da família, e hoje, eu sinto que isso tem mudado, tenho clientes que são empresárias, empreendedoras, que geram recursos e empregos, e vem buscar a assessoria para investir com segurança o dinheiro delas, mas vale mencionar que não são apenas empresárias que me procuram, são pessoas de todas as classes, desde artesãs à banqueiras, as mulheres estão ganhando cada vez mais confiança para gerir seu dinheiro”.
Em uma pesquisa realizada pela XP Investimentos em 2020, as mulheres investiram mais do que os homens em renda fixa. Enquanto as mulheres alocaram cerca de 51% de suas carteiras nesses tipos de investimentos, os homens investiram cerca de 44%.
Elisa conta: “As mulheres quando investem têm um perfil menos agressivo do que os homens, elas geralmente buscam opções menos arriscadas, que não coloquem tanto o seu patrimônio em risco”.
Outro fator importante é o acesso à informação. Com a internet e a facilidade de acesso a conteúdos sobre finanças pessoais e investimentos, as mulheres têm mais acesso a informações que antes eram restritas a um grupo seleto de investidores.
Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que as mulheres se sintam plenamente acolhidas no mundo dos investimentos. A diversidade é um fator crucial para um mercado financeiro saudável e próspero, e a presença das mulheres é uma parte fundamental desse processo.