Por Superávit Caseiro
O Jornal Nacional, da Rede Globo, iniciou ontem uma série de entrevistas com os candidatos mais bem classificados nas pesquisas. O Superávit Caseiro separa para você as falas de cada candidato sobre Economia. Na primeira entrevista, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, foi o entrevistado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. Confira, a seguir, o que ele falou quando o assunto foi Economia:
William Bonner – Vamos para a Economia. Vamos para a Economia, que é um tema que o senhor também gostaria de abordar, certamente. Em 2018, como candidato, o senhor disse assim numa entrevista: “Eu sei do que é que o povo precisa: inflação baixa, taxa de juros menor, dólar menor”. Aí veio o seu governo, os juros básicos da economia dobraram, a inflação mais que dobrou, o dólar, que estava em R$ 3,90, está em mais de R$ 5,00. É verdade que tudo isso se deu num cenário de pandemia e num cenário também de guerra na Ucrânia. Ocorre que esse cenário não mudou, não é? A pandemia não acabou, infelizmente, e a guerra da Ucrânia é uma realidade ainda. Pergunto, candidato, qual é o seu plano, uma vez reeleito, para cumprir, num segundo mandato, as promessas que o senhor fez em 2018 para a economia?
Jair Bolsonaro – Primeiro, as promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos no ano passado e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. Se você pegar os dados de hoje, você vê o Brasil como talvez o único país do mundo com uma deflação, um país onde vai ter uma inflação menor do que, por exemplo, Inglaterra, menor que os Estados Unidos. Você vê também que a taxa de desemprego tem caído no Brasil. Os números da Economia são fantásticos, levando-se em conta o resto do mundo. Nós não podemos… Se fosse apenas o Brasil com esse problema, eu seria o responsável. O que nós pretendemos fazer? É continuar exatamente na política que vínhamos fazendo desde 2019. A grande vacina a favor da economia em 2019 foram reformas, como, por exemplo, da previdência. Foi, por exemplo, a Lei da Liberdade Econômica. Foi a modernização das NRs, das normas regulamentadoras. Milhares de normas nós deixamos de lado, nós revogamos. Então, a grande reforma da economia foi feita… A grande vacina foi feita em 2019, e fez com que nós pudéssemos suportar 2020. Nós pegamos 2020 e 2021 e tivemos um saldo positivo de quase três milhões de empregos no Brasil, diferente de 2014 e 2015, que tivemos uma perda de quase três milhões de empregos no Brasil. E isso é sinal do quê? Competência da equipe econômica. Programas como, por exemplo, o Pronampe e o BEM, preservaram mais de dez milhões de empregos no Brasil. O próprio auxílio emergencial, num primeiro momento, R$ 600,00, fez com que a Economia, em especial nos pequenos municípios, o município não colapsasse. Então, essas medidas, entre outras, fizeram a gente romper 2020 e 21; 22, quando veio a guerra agora, problema nós tivemos, fui na Rússia negociar fertilizantes com o presidente Putin. Se não tivesse ido, não teríamos fertilizantes para a nossa safra agora desse segundo semestre. Isso é importante.
William Bonner – Não, não.
Jair Bolsonaro – Isso garantiu que a segurança alimentar do nosso Brasil e do mundo.
William Bonner – Não, só para concluir, então, em um segundo mandato, o senhor daria sequência aos planos que foram estabelecidos e desenvolvidos no primeiro mandato?
Jair Bolsonaro – Bonner, nós somos o sétimo país mais digitalizado do mundo. Nós fizemos muita coisa no Brasil, atendemos realmente a todas as camadas da sociedade. Só agora, na questão do IPI, a proposta do Paulo Guedes, que está parada no Supremo Tribunal Federal, pretendamos diminuir impostos de 4 mil produtos em 35% de IPI.
William Bonner – Segundo mandato?
Jair Bolsonaro – Não, desse agora. É que a proposta parou no Supremo Tribunal Federal.
William Bonner – Estávamos há semanas? Isso começou há dois meses, a redução do IPI. Não foi de agora.
Renata Vasconcellos – Para que nós possamos abordar nessa entrevista o maior número de temas, vamos prosseguir […].
A entrevista segue trocando de tema.
O cronograma de entrevista segue na noite desta terça-feira:
Ciro Gomes (PDT) — terça-feira (23)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — quinta-feira (25)
Simone Tebet (MDB) — sexta-feira (26)