Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de micros e pequenas empresas que não conseguem encerrar o primeiro ano de atividades no Brasil são de aproximadamente 80%. Só em 2020, 3,36 milhões empreendimentos desse tipo fecharam as portas sem sequer completar o primeiro aniversário. Falta de planejamento? Falta de orientação? Endividamento? Crise econômica? Desqualificação profissional?? Vários são os motivos que fazem as empresas irem à falência.
O Superávit Caseiro não é uma empresa, e sim, um projeto de extensão de uma universidade pública. Ou seja, não tem fins lucrativos e não arrecada um único centavo direto da iniciativa privada. Porém, isso não quer dizer que o projeto não pudesse falhar. Vários fatores podem contribuir para que um projeto de extensão não sobreviva e, à sua maneira, também vá à falência: falta de interesse dos alunos, falta de interesse da comunidade acadêmica, uma virada de costas da sociedade, falta de incentivos governamentais, e por aí afora. No caso do site, poderíamos não ter nenhum aluno inscrito, bem como poderíamos não ter bolsas, ou ainda, poderíamos não ter um número de acessos mínimos ao nosso portal. Quando o projeto foi criado, a meta era de mil acessos por mês. No entanto, essa marca está sendo tranquilamente superada: do dia 10 de março até hoje, 26 de abril, registramos 2.527 acessos. No mês de março, em 21 dias, foram 1.338 visualizações. Já em abril, antes de encerrar o mês, chegamos a 1.141 acessos. E só chegamos a isso, justamente por cumprir com a nossa proposta de projeto de extensão: com a colaboração da comunidade externa à universidade.
Os dias de maiores acessos são aqueles em que são escritas reportagens, perfis, entrevistas, textos de opinião e sugestões de investimentos. Graças às fontes que aceitam participar do projeto, seja escrevendo um texto de opinião, seja concedendo uma entrevista em profundidade ou uma consulta mais curta, os textos estão circulando e chegando às pessoas dos mais variados cantos do Brasil. Claro que, tudo isso também não seria possível sem a participação dos alunos do curso de Jornalismo. E esse é outro ponto positivo.
Além dos cinco estudantes inscritos inicialmente (João Victor Fagundes, Naiane Konradt, Ester Caetano, Camila Santos e Pedro de Almeida Figueiredo), tivemos o ingresso da acadêmica Samira Silviera, para qualificar ainda mais a equipe. Além disso, a aluna Naiane Konradt optou por fazer o seu estágio curricular dentro do projeto e conquistamos a primeira bolsa de extensão a partir de edital lançado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Agora, o projeto conta com o bolsista João Victor Fagundes, possibilitando um aumento na produção de conteúdo para ser disponibilizado ao público. A partir do próximo mês, estaremos lançando novidades com a criação de perfis nas principais redes sociais.
Diante dessas informações, o balanço que posso passar ao leitor desses primeiros 47 dias de projeto é positivo, ou seja, é superavitário. Estamos tendo um superávit de acessos e produções dentro do site do Superávit. Enfim, é o superávit do Superávit. E esperamos, com a colaboração de todos que acompanham o nosso trabalho, que esse seja o resultado dos próximos meses e anos de produção. A todos, muito obrigado.
Eduardo Ritter, professor do curso de Jornalismo da UFPEL e coordenador do projeto de extensão Superávit Caseiro