Corporalidades em Transição

As artes do corpo e o corpo nas artes


13° SPMAV – Seminário de Pesquisa do Mestrado em Artes Visuais

1° SIPA – Seminário Internacional de Pesquisa em Artes


Os estudos sobre corporalidade estão em constante transformação, sendo influenciados por discursos culturais e políticos que moldam tanto o conceito de corpo quanto sua interação com o mundo. Judith Butler (2018) sugere que gênero e identidade são construções performativas, não essências fixas, e que o corpo pode subverter normas sociais, tornando-se um espaço de inquietações e resistência. Guacira Lopes Louro (2004) também indica que corpos que desafiam normas contribuem para o questionamento de normas de gênero e sexualidade.

Nas artes, essa visão do corpo como interface entre o material e o simbólico reflete a diversidade de experiências corporais, atravessadas por questões de raça, gênero e sexualidade, conforme explorado pelas teorias decoloniais (Lugones, 2014). Nesse sentido, a educação, como defendido por bell hooks (2017), deve promover uma abordagem libertadora e inclusiva, valorizando a diversidade corporal. No contexto tecnológico, Robert McRuer (2024) discute como algumas tecnologias reforçam normatividades, enquanto outras podem ampliar a expressão de corporalidades diversas.

A relação entre corpo e meio ambiente também emerge, evidenciando como corpos e ecologia se interconectam e resistem à exploração. Assim, as artes do corpo e o corpo nas artes são espaços transitórios, no qual diferentes formas de ser e de criar se desenvolvem.

O 13º Seminário de Pesquisa do Mestrado em Artes Visuais e o 1º Seminário Internacional de Pesquisa em Artes, é um evento realizado pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil. E, nesta edição, propõem debates sobre as corporalidades em transição e as suas artes, sendo composto por palestras, grupos de trabalho, exposições, espetáculos, mostras e performances, buscando reativar os encontros presenciais na universidade, promover a acessibilidade e fomentar trocas entre saberes regionais, nacionais e internacionais.

Eixos Temáticos:

Eixo Artes e Educação: Busca explorar a forma como a corporalidade pode ser integrada no ensino das artes e nas pedagogias críticas, em consonância com Paulo Freire e bell hooks, que defendem a educação como prática de liberdade. O eixo destaca práticas que valorizem a diversidade corporal e promovam diálogos, nos quais o corpo é um agente ativo na aprendizagem e na criação.

Eixo Gêneros, Sexualidades e Decolonialidade: Convida à reflexão sobre a diversidade das corporalidades com especial atenção às corporalidades dissidentes, que desafiam normas de raça, gênero, sexualidade e deficiências. Com apoio de teorias queer/cuir e decoloniais, atentando à arte como espaço de visibilidade para identidades marginalizadas e como campo para a desconstrução de binarismos.

Eixo Poéticas e Processos Criativos: Abre espaço para a discussão de processos criativos centrados na corporalidade, acolhendo comunicações que investiguem as diferentes relações e práticas do corpo com/em poéticas contemporâneas, como as artes visuais e as artes cênicas e demais expressões artísticas.

Eixo Histórias e Teorias das Artes e Transversalidades: Acolhe estudos das teorias e histórias nas suas múltiplas relações com as Artes, buscando diálogos no âmbito nacional e internacional, para a discussão frente à diversidade dos modos de conhecer e de se relacionar com as manifestações artísticas, suas inter-relações e transversalidade com outros campos do conhecimento.

Eixo Tecnologias e Meio Ambiente: Propõe a discussão das relações entre corporalidades, tecnologia e meio ambiente, abordando implicações éticas e políticas, e promovendo reflexões sobre como a arte pode dialogar mediante à crise ecológica e pensar a coexistência entre o natural e o tecnológico.

REFERÊNCIAS

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2017.

LUGONES, M.. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935–952, set.   https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013 2014. Acesso em: 23 de outubro de 2024.

MCRUER, Robert, Teoria Crip: signos culturais entre o queer e a deficiência. São Paulo:  Editora Papeis Selvagens, 2024.


Serão aceitas inscrições de propostas de comunicação presencial, de comunicação virtual e de performance que devem ser realizadas mediante a submissão de RESUMO SIMPLES até 25 de novembro de 2024, às 23h59.

São aceitas participações sem apresentação de comunicação até o dia 09 de dezembro de 2024 às 14h.


Email: spmav2024@gmail.com

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