Simpósios

 

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Simpósio 1

Título: Arqueologias e contemporaneidade

Coordenadores: Beatriz Valladão Thiesen; Felipe Benites Tramasoli

 

Resumo: Os últimos anos, na Arqueologia, representam uma série de avanços ante imposições – mais políticas do que epistemológicas – que inviabilizavam a prática da disciplina na sua plenitude, sendo, uma delas, a ideia de que a Arqueologia é uma ciência exclusivamente do passado. Nós discordamos e entendemos que, não só é plenamente possível, como absolutamente necessário que se faça uma Arqueologia cuja problemática esteja centrada na contemporaneidade. Por consequência, muito tem se discutido o que vem a ser este este contemporâneo. Posto a ineficácia dos começos e dos fins de dar conta de noções tão complexas, aqui, elaboramos uma perspectiva a partir das palavras de González-Ruibal, e tomamos o contemporâneo como aquele momento em que não só as “nossas memórias mas a rede social de memórias na qual fomos educados e socializados que conta, incluindo as histórias e experiências transmitidas por nossos pais e avós” sendo, então, uma Arqueologia “de nós que estamos vivos (nenhuma outra arqueologia pode alegar isso) mas, também, mais do que qualquer outra, é a arqueologia do trauma, da emoção e do envolvimento íntimo”.

Assim, este simpósio cria um espaço para que abordagens que problematizem as diversas circunstâncias contemporâneas de quaisquer grupos sob a perspectiva da Arqueologia possam ser contempladas, a fim de propiciar uma troca de ideias e de metodologias que possam ser aplicadas a fim de se trabalhar com o cotidiano das pessoas.

 

Simpósio 2

Título: Educação Patrimonial: práticas e métodos

Coordenadores: Marlon Borges Pestana; Alexandre Pena Matos

 

Resumo: A intensão do simpósio é fomentar o diálogo entre educadores, arqueólogos e as comunidades, assim como, apresentação dos resultados da interação social e do exercício da cidadania. As ações educativas arqueológicas são pensadas como atividades criadas em virtude do impacto social e ambiental provocados pela presença das obras de engenharia. E, também se encontram presentes nas pesquisas acadêmicas e patrimoniais. Essencialmente relacionais, elas podem tanto passar incólume pelas comunidades, como podem animar uma esperança incubada, em ponto de ebulição.

O contato entre arqueólogos e moradores suscetível em virtude da legislação, muitas vezes proposto pelo Estado corresponde ao que os arqueólogos e a comunidade em foco esperam ou são capazes de efetuar. Em contrapartida, apenas com o alinhamento entre as pedras do chão e os processos burocráticos é que surge a imagem e a materialidade do patrimônio, tão necessário a todos.

Os modelos atuais das ações educativas são adequados as demandas para prover a consciência patrimonial? O quanto o Estado está disponível para negociar suas políticas patrimoniais? Até onde a agenda da comunidade facilita ou dificulta a identificação de um contexto adequado de patrimonialização? E, afinal, o que os arqueológos podem realizar para atuar com ética e bom senso na distante relação entre o poder abstrato (o Estado), a voz da comunidade e a materialidade que a cerca, sequiosa de reconhecimento?

 

Simpósio 3

Título: Arqueologia, Povos Indígenas e o novo Código de Ética da SAB

Coordenador: Jorge Eremites de Oliveira

 

Resumo: Desde os anos 1990, sobretudo, arqueólogas e arqueólogos que atuam no Brasil gradualmente têm estabelecido relações mais simétricas com os povos indígenas em várias regiões do país. Esta situação pode ser verificada na realização de novos estudos em Etnoarqueologia, Arqueologia Indígena, Arqueologia Pública, Etno-história, Educação Escolar Indígena etc. Mais recentemente, em outubro de 2015, na cidade de Goiânia, Goiás, durante o XVIII Congresso da SAB, foi aprovado o novo código de ética da associação, no qual consta que atividades de arqueólogas e arqueólogos devem observar as determinações constantes na Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), de 1989, ratificada pela Presidência da República em 19/04/2004, por meio do Decreto 5.051. Neste sentido, o presente Simpósio Temático tem o propósito de ser um espaço plural e aberto à socialização de conhecimentos e ao estímulo a discussões sobre experiências que busquem o estabelecimento de relações simétricas entre o campo da Arqueologia e povos originários na região Sul e adjacências, especialmente no que tange a desafios, dilemas e perspectivas da prática arqueológica junto a comunidades indígenas. Também estará aberto para discussões referentes às implicação na prática arqueológica decorrentes do novo código de ética da SAB, sobretudo no que se refere à realização de estudos voltados para licenciamento socioambiental de empreendimentos que afetam comunidade indígenas (rodovias, linhas de transmissão de energia, hidrelétricas, PCHs, empreendimentos imobiliários etc.).

 

Simpósio 4

Título: A arte rupestre no Brasil: uma reflexão teórica e metodológica.

Coordenadores: Suely Amancio Martinelli; Gabriel Frechiani de Oliveira

 

Resumo: O presente simpósio tem por finalidade abordar a arte rupestre no Brasil, no intuito de promover uma reflexão teórico e metodológica acerca da temática. A arte rupestre é um importante segmento da arqueologia brasileira, no sentido de estudar as primeiras manifestações artísticas dos grupos humanos pré-coloniais no Brasil. Nosso território possui a presença da arte rupestre de norte ao sul e leste a oeste do Brasil, sendo em forma de pinturas, gravuras e desenhos. O principal objetivo deste simpósio é promover a troca de experiências entre os pesquisadores no Brasil, no sentido de refletir acerca das estratégias e resultados de suas pesquisas. A renovação nos estudos no campo da arte rupestre trouxe à tona novas técnicas e métodos de pesquisa, conciliando novo recorte temático das pesquisas.

A arte pré-histórica presente nos paredões rochoso representa a manifestação do cotidiano dos grupos humanos, autores exteriorizados por símbolos que contém carga significativa para aquela sociedade.  Essa carga significativa é de intangível interpretação para nossa sociedade atual, tendo em vista a ausência de uma continuidade histórica dessas populações e de relatos escritos explicativos. A interpretação da arte pré-histórica remete a uma junção de fontes arqueológicas e históricas, investigação da flora e da fauna e elaboração de hipóteses explicativas, mesmo essas hipóteses estando sujeitas a modificações em decorrências de pesquisas recentes e adoção de outros modelos explicativos. O campo da interpretação da arte rupestre em algumas situações pode ser complexo e conflituoso devido à posição de leitura adotada. Qual é a melhor forma de proceder na sistematização da cultura material? Qual é o modelo adotado com maior respaldo científico no meio acadêmico?

 

Simpósio 5

Título: Encontros e desencontros da musealização da arqueologia e da antropologia.

Coordenador: Pedro Luís Machado Sanches

 

Resumo: O simpósio “encontros e desencontros da musealização…” se apresenta como um painel acerca de museus arqueológicos e antropológicos que envolvam diretamente comunidades e grupos sociais externos no planejamento, elaboração, execução e avaliação de suas ações. A itinerância de exposições, a realização de oficinas e levantamentos em parceria com escolas, sindicatos, comunidades terapêuticas e outros coletivos, oportuniza vivências que fazem refletir, rever e redirecionar as práticas habituais de arqueólogos e antropólogos. Promove, pela via da musealização, os intuitos de desfazer as distâncias históricas entre os saberes e fazeres gerados na universidade e na sociedade, de dar centralidade a reivindicações e reparações sociais na pesquisa e no ensino universitários.

 

Simpósio 6

Título: Colocando em prática a salvaguarda de acervos arqueológicos: os desafios da documentação e conservação

Coordenadoras: Fernanda Bordin Tocchetto; Luciana Peixoto

 

Resumo: Preocupações e ações relacionadas à salvaguarda de acervos arqueológicos vem ganhando força e adentrando cada vez mais nas pautas cotidianas dos profissionais da arqueologia, museologia e conservação. Este Simpósio pretende divulgar, debater e refletir sobre as experiências, os problemas, as dúvidas e as propostas que tem surgido quanto ao universo da documentação e conservação dos bens arqueológicos, levando em consideração os significativos avanços alcançados do ponto de vista teórico e técnico das áreas diretamente envolvidas. Buscamos estimular, assim, frentes de atuação que propõem a convergência dos esforços das áreas comprometidas com a salvaguarda de acervos, convertendo-a em instrumentos de trabalho para as distintas rotinas desempenhadas nas reservas técnicas que abrigam o patrimônio arqueológico. Este Simpósio vem somar-se à iniciativa do Simpósio “Curadoria Arqueológica: Práticas e Experiências Institucionais”, no IX Encontro do Núcleo Regional da SAB Sul, o qual proporcionou o contato com práticas e metodologias que vem sendo empregadas na curadoria de acervos arqueológicos.

 

Simpósio 7

Título: Paisagens construídas e esferas de interação: processos, experiências e estudos de caso durante o Holoceno médio e tardio.

Coordenadores: Rafael Corteletti, Camila Gianotti, Mariano Bonomo

 

Durante o Holoceno médio e tardio, em diversas zonas do leste da bacia do Rio de La Plata, em especial no sul do Brasil, Uruguai e Nordeste da Argentina, se instalaram distintas populações indígenas que ativaram uma transformação progressiva do meio ambiente a partir do manejo florestal e da construção de arquiteturas com terra, pedras e inclusive valvas que delimitaram espaços sociais e deram lugar a processos de afirmação territorial e conformação de comunidades de média e grande escala. O renovado trabalho arqueológico realizado nessas regiões combinado com novos avanços conceituais e metodológicos nos permitem discutir com maior profundidade questões relacionadas a existência ou não de diferenças sociais no interior das comunidades, a escala e a natureza do impacto humano sobre essas paisagens e o papel das redes de interação regionais de uma forma que não era possível antes. Cada uma destas experiências constituem trajetórias adaptativas e históricas que resultaram em níveis de complexidade sociais variáveis e flutuantes durante o Holoceno médio e tardio. Sambaquis, casas subterrâneas, montículos, complexos de recintos e montículos, campos elevados, aterros, canais, cairnes, chenques, entre outras, foram diferentes soluções arquitetônicas e experiências de manejo do meio que configuraram paisagens construídas que hoje são visíveis e sobrevivem depois de séculos de erosão e alterações modernas.

Neste simpósio nos interessa conhecer a variabilidade da materialidade arqueológica, e suas implicâncias em termos sociais, econômicos, políticos e simbólicos, enquanto práticas e meios materiais e imateriais de regulação da interação social, das tecnologias de produção e de conformação de comunidades originadas em temporalidades e espacialidades diversas. Assim sendo o debate fornecerá uma visão geral dos recentes desenvolvimentos na arqueologia da região platina para o Holoceno médio e tardio, seguida por uma discussão de como esses novos estudos de caso em escala local estão desafiando as propostas em escala suprarregional e mudando nossos pontos de vista sobre as esferas de interação relacionadas a complexidade social, a construção de paisagens, aos padrões da comunidade, a arquitetura cerimonial / funerária, a economia de subsistência e as mudanças naturais e as induzidas pela sociedade humana na paisagem durante o Holoceno médio e tardio.

 

Simpósio 8

Título: El poblamiento inicial del Sureste de América del Sur: avances y perspectivas en relación a los cazadores-recolectores tempranos.

Coordenador: Rafael Suárez

 

Resumo: En los últimos 15 años han surgido nuevos datos relacionados a las ocupaciones tempranas en el Sureste de América del Sur que permiten re-evaluar diferentes aspectos de las perspectivas tradicionales del poblamiento inicial de esta zona del continente. La investigación de sitios estratificados ha permitido generar extensas y confiables series de dataciones radiocarbónicas que permiten posicionar al poblamiento temprano de la región en el marco general del poblamiento de América.  Este simposio intentará incluir perspectivas locales y regionales tanto del Sur de Brasil, Uruguay y Noreste de Argentina. Los principales focos de interés estarán vinculados con las estrategias y fuentes de abastecimiento de recursos líticos, tecnología lítica, diversidad de puntas tempranas, aspectos económicos, así como la movilidad, territorio y uso del espacio de los cazadores-recolectores tempranos. Otros aspectos de interés como la estratigrafía, geoarqueología y extinción de la fauna del Pleistoceno se podrán abordar desde una perspectiva integradora. El simposio intentará reunir investigadores de diferentes regiones para intercambiar ideas, y generar discusiones en torno al poblamiento temprano del Sureste de América del Sur, más allá de las fronteras políticas actuales.

 

Simpósio 9

Título: Estudos sobre vestígios de fauna de sítios arqueológicos Pré-Coloniais no Sul do Brasil: novos aportes e perspectivas.

Coordenadores: Suliano Ferrasso; Dione da Rocha Bandeira; Cláudio Ricken

 

Resumo: O desenvolvimento da Zooarqueologia no Brasil se inicia ao menos na década de 1960, ao se considerar o estudo de Caio del Rio Garcia. Em um primeiro momento a crítica ao que era feito até então, era dirigida a listas de espécies animais identificadas, em geral por outros pesquisadores, que não faziam parte das equipes de arqueologia, cujo foco estava nos dados qualitativos. O estudo das relações entre humanos e animais na pré-história desenvolvido pela zooarqueologia vem acontecendo no Sul Brasil desde meados da década de 1970.  Por algum tempo estes estudos tiveram como foco a identificação destes vestígios, fossem ósseos e/ou conquiliológicos, bem como a qual espécie animal estes pertenciam e a aplicação de unidades quantitativas que permitissem evidenciar preferências, nos diferentes espaços e cronologias. Com dados sobre a ecologia dos animais identificados se buscavam inferir seus habitats e os locais onde poderiam ter sido capturados, bem como os implementos possivelmente utilizados na sua captura, preparo e consumo, entre outras práticas e comportamentos do passado. Logo, no entanto, começaram a surgir questionamentos sobre a qualidade das amostras e aspectos contextuais em que as mesmas eram encontradas, direcionando a atenção para processos tafonômicos e a necessidade do estabelecimento de protocolos para padronizar os procedimentos no estudo desta categoria de vestígio arqueológico. Isto possibilitou novas perspectivas, como o papel dos recursos faunísticos na formação dos sítios e também em rituais fúnebres. Mais recentemente especialidades, de diversas áreas, tem sido empregadas para discutir as relações entre humanos e de animais na pré-história. Uma destas, denominada como Arqueometria, vem discutindo as relações sobre animais e sociedades humanas na pré-história, trazendo para esta discussão pesquisadores de outras áreas. Este espaço propõe a exposição de pesquisas, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, em que se busque interagir buscando contribuir no desenvolvimento e avanço das investigações baseadas neste tipo de vestígio arqueológico.

 

Simpósio 10

Título: Arqueologia de Unidades Rurais

Coordenadores: Alberto Tavares Duarte de Oliveira; Fernanda Bordin Tocchetto

 

Resumo: Este Simpósio tem como objetivo refletir sobre as pesquisas arqueológicas que têm sido desenvolvidas em unidades rurais do sul do Brasil. Considerando que o tema tem sido pouco explorado nos encontros científicos dos últimos anos, o Simpósio vem oportunizar um estado da arte e debater temas relevantes na investigação de espaços de produção agropastoril e dos diferentes grupos sociais que os construíram e neles viveram. Nesta perspectiva pretende-se tratar de questões relacionadas às sedes, engenhos, senzalas, potreiros, entre outras estruturas, bem como os caminhos e as estradas que os interligavam e os ligavam com o mundo urbano. Um aspecto que merece aprofundamento diz respeito à configuração espacial dessas unidades rurais, a localização de senzalas, suas mudanças ao longo do tempo e as possibilidades interpretativas sobre o cotidiano dos grupos sociais envolvidos que esses testemunhos proporcionam. Também se pretende refletir sobre a importância da preservação deste patrimônio cultural.

 

Simpósio 11

Título: Arqueologia de Ambientes Aquáticos: novidades, discussões e compreensões.

Coordenadora: Beatriz Bandeira

 

Resumo: Esse simpósio busca a oportunidade de mostrar à comunidade do Sul que a Arqueologia Subaquática tem crescido na arqueologia brasileira e com o desenvolvimento de variados temas na área, essa arqueologia passou a ser denominada como Arqueologia de Ambientes Aquáticos. Sendo ela não necessariamente colocada em prática por poucos que mergulham, mas a partir da noção do ambiente úmido como uma importante referência cultural pretérita.
É um ramo da ciência que está relacionada ao estudo das conexões do homem com os ambientes úmidos, observando as relações culturais que envolvem uma porção de água próxima. Podendo ser de ambientes emersos, de interfaces e submersos; localizados em espaços costeiros marítimos, lacustres, localidades ribeirinhas, cidades portuárias e embarcações naufragadas.
Este simpósio tem o objetivo de unir pesquisadores de diversas áreas da arqueologia (pré-histórica, etnoarqueologia e histórica), para apresentar e debater temas relacionados à arqueologia da região Sul do Brasil, em que o ambiente úmido seja um fator incisivo para a compreensão de certas culturas e/ ou particularidades do comportamento humano.

Acreditamos que, por meio do diálogo com diferentes especialistas que lidam com culturas pretéritas próximas a cursos d’água, este simpósio possa trazer novos conhecimentos para a comunidade e fortalecer a temática arqueologia de ambientes aquáticos. Mas também, uma oportunidade de desmistificar alguns conceitos que ainda persistem, como a ideia da marginalidade da arqueologia subaquática em que só alguns poucos que mergulham podem colocá-la em prática.

 

Simpósio 12

Título: A Arqueologia e as Cidades: reflexões sobre os papéis dos arqueólogos

Coordenadores: Alberto Tavares Duarte de Oliveira; Beatriz Valladão Thiesen; Ângela Maria Cappelletti

 

Resumo: O objetivo deste simpósio é refletir sobre as pesquisas arqueológicas que têm sido desenvolvidas em âmbito urbano na região sul do Brasil, e problematizar a prática arqueológica em sua relação com a cidade. Nos últimos anos, em razão da política desenvolvimentista existente no país, os espaços urbanos têm constantemente sido reordenados, com implicações diretas para o cotidiano urbano e para o patrimônio arqueológico. Ao mesmo tempo, tais empreendimentos vêm expondo conflitos e disputas sobre a direção dessas reformulações. Inúmeras obras têm ocorrido, uma parcela destas associada a pesquisas arqueológicas. Por outro lado, a cidade, com sua heterogeneidade, que é social, cultural, econômica e, mesmo, cronológica, tem se mostrado como um rico campo a ser trabalhado em pesquisas acadêmicas. Nesta perspectiva nos questionamos: qual a contribuição dos arqueólogos para as cidades? Quais são as abordagens que tem sido usadas e como elas podem ajudar a compreender a dinâmica e a complexidade das cidades, do ponto de vista da Arqueologia? Como a Arqueologia pode impactar positivamente o cotidiano das cidades? Qual o impacto da Instrução Normativa Nº 001 de 25 de março de 2015 na preservação do patrimônio arqueológico urbano?

 

Simpósio 13

Título: Estudos de Arqueologia Clássica e recepções da Antiguidade no Brasil: cultura material, cerâmica e imagem

Coordenadores: Fábio Vergara Cerqueira; Carolina Kesser Barcellos Dias; Renata Senna Garraffoni

 

Resumo: O presente simpósio tem o propósito de servir como espaço para diálogo e divulgação, entre pesquisadores que se dedicam à Arqueologia Clássica e outras disciplinas relacionadas à Arqueologia do Mundo Antigo. A proposta tem abertura para a interlocução com estudos de recepção da Antiguidade e estudos sobre memória e patrimônio. Como enfoques predominantes que se cruzam em vários dos estudos atualmente desenvolvidos em nosso país sobre a Arqueologia do Mundo Antigo, o simpósio propõe-se estruturar-se conforme três eixos – cultura material, cerâmica e imagem – posto que estes, com suas intersecções temáticas, são eixos presentes em grande parte das pesquisas em desenvolvimento. A variedade de intersecções temáticas à qual o simpósio está aberto permitirá ilustrar a diversidade e vitalidade deste campo da Arqueologia, que teve expressivo crescimento nos últimos anos na região Sul do Brasil. Podemos citar, entre estes enfoques, gênero, identidade, religião, museus, patrimonialização, usos do passado, atribuicionismo, mitologia, música, iconografia, ceramologia, entre outros. Há que se notar que hoje, nos três estados da região Sul do país, em diferentes universidades, temos docentes e discentes envolvidos com estudos arqueológicos do Mundo Antigo e sua recepção no Mundo Moderno, em nível de graduação e pós-graduação, em alguns casos articulados em laboratórios. Merece destaque também as ações educativas direcionadas ao público não universitário e em especial às crianças, com que estas equipes têm se envolvido, realizando a intersecção entre ensino, pesquisa e extensão, de sorte que o simpósio deverá também dar espaço a trabalhos que proponham discorrer e refletir sobre estas ações educativas e formas de presença da Antiguidade em nosso patrimônio cultural. Experiências recentes alicerçadas na interdisciplinaridade têm ensejado inclusive práticas de arqueologia experimental, o que consiste outra aspecto da vitalidade de nossa área de estudos.

 

Simpósio 14

Título: Do litoral à serra catarinense: territorialidade, contato e mudança cultural

Coordenadores: Lucas Bond Reis; Angela Sabrine do Nascimento Salvador; Isabela da Silva Müller

 

Resumo: Conforme as informações disponíveis, a área que abrange desde o litoral de Santa Catarina até a serra tem sido ocupada por mais de 6000 anos A. P., sendo que diferentes grupos culturais se fizeram presentes neste espaço: caçadores-coletores, Jê, Guarani, afrodescendentes e europeus. Uma melhor compreensão acerca do processo de ocupação desse espaço passa pela inclusão das dinâmicas territoriais que articulam litoral e serra, além da borda leste do planalto. Considerando que a área tem sido objeto de um grande volume de pesquisas desde meados do século XX e que muitos dados se encontram disponíveis, a proposta deste simpósio é discutir o processo de ocupação deste espaço sob uma perspectiva territorial em uma escala de longa duração, pensando tanto as especificidades de contextos e de grupos culturais quanto a interação entre os diferentes grupos. Deste modo, a partir do diálogo entre teorias e métodos adotados por diferentes pesquisadores, com este simpósio pretendemos oferecer um panorama sobre o estado atual do conhecimento da ocupação da área em questão.

 

Simpósio 15

Título: Geotecnologias aplicadas à arqueologia.

Coordenadores: Marcus Vinicius Beber; Raul Novasco

 

Resumo: A segunda metade do Século XX viveu a explosão da Informática. A partir dela, novas formas de perceber a realidade foram criadas, novas formas de apropriação de dados foram desenvolvidas.

Arqueólogos norte-americanos interessados em discutir aspectos de sítios arqueológicos a partir de uma abordagem regional e sistêmica, se aproximaram de ferramentas cartográficas para realizar análises de distribuição e implantação do registro arqueológico na paisagem. De lá para cá, principalmente a partir da década de 1990, o setor de geotecnologias experimentou avanços significativos, seja no desenvolvimento de métodos e equipamentos de coleta de dados, seja na criação de ferramentas de processamento dos dados coletados.

Também nos últimos 25 anos verifica-se que, no âmbito de diversas pesquisas arqueológicas faz-se o uso de certas ferramentas de coleta e tratamento de dados oriundos das geociências, tais como a obtenção de dados georreferenciados através de receptores GPS e imagens de satélite, realização de levantamentos topográficos a partir de estação total, Laser Scaner e veículos aéreos não tripulados (VANT’s), e o tratamento de tais informações e produção de materiais cartográficos em ambientes SIG.

Entretanto, a apropriação dessas tecnologias, deve ser feita a partir de uma perspectiva crítica, e nesse sentido, torna-se importante realizar discussões a respeito dos aspectos teóricos e metodológicos que norteiam a aplicação de geotecnologias em pesquisas arqueológicas, bem como refletir sobre as possibilidades que tais ferramentas nos apresentam.

Assim, este simpósio tem como objetivo geral promover discussões e reflexões a respeito do papel desempenhado pelas geotecnologias nas pesquisas arqueológicas realizadas na Região Sul do Brasil.

 

Simpósio 16

Título: Arqueologia Pública: Diferentes Mediações e Construções do Passado na Contemporaneidade

Coordenadoras: Louise Prado Alfonso; Marta Bonow Rodrigues; Flávia Maria Silva Rieth

 

Resumo: As mudanças sociopolíticas ocorridas nas últimas décadas têm efeitos diferentes sobre diversos campos disciplinares no sentido de reconfigurarem suas práticas com relação aos “usos da diversidade”, a mediação política e questões éticas na pesquisa. Na Arqueologia, tais mudanças remetem à autocrítica das práticas ainda coloniais ligadas à criação da disciplina. O objetivo do simpósio é reunir trabalhos que tragam diferentes abordagens sobre a valorização de diálogos multidisciplinares para entender o passado a partir da materialidade e suas construções no presente. Discutiremos temas relacionados ao papel da/o arqueóloga/o como mediadora/or política/o; à patrimonialização na arqueologia; a aproximações com as comunidades em suas interfaces com a antropologia e o turismo arqueológico, como possibilitadores de inclusão social. Atentamos para o papel do Estado nos processos de normatização e seleção de patrimônios por meio da obrigatoriedade da Educação Patrimonial em projetos no âmbito do licenciamento ambiental.

 

Simpósio 17

Arqueologia Marítima e Subaquática no Sul do Brasil e Bacia do Plata

Coordenadores: Deisi Scunderlick, Mónica Valentini, Laura Brum Bulanti.

 

Resumo: o objetivo desse simpósio é promover um espaço de discussão, reflexão e intercâmbio entre investigadores vinculados à arqueologia marítimo-costeira e subaquática.  Se busca dar continuidade a um espaço de trabalho que teve início no ano 2010, que vem se fortalecendo em encontros científicos em vários países do Mercosul, fortalecendo vínculos entre pesquisadores e contribuindo para a consolidação desta área de produção de conhecimento e reflexão científica.  Este simpósio será um espaço de trabalho que possibilitará estreitar vínculos acadêmicos; difundir experiências de investigação, conservação e temas vinculados à legislação e gestão do patrimônio cultural subaquático, marítimo e costeiro. A Arqueologia Marítima e Subaquática no Brasil e região, apresenta um crescente desenvolvimento a partir da década de 1990. Desde então, contribui para o conhecimento e entendimento das interações entre as sociedades com a costa, o mar e as águas interiores; dos ambientes aquáticos e costeiros; das formas de navegação e outras atividades humanas relacionadas a estes ambientes; em um sentido mais amplo, busca discutir as interações entre as sociedades humanas com a terra e a água, contribuindo para o conhecimento da pré-história e da história regional a partir de uma visão mais ampla e integradora. A formação de grupos dedicados à investigação e desenvolvimento destas disciplinas em universidades e outras instituições no Brasil, Argentina e Uruguai,  da conta do processo de crescimento e maturação, que junto a permanentes avanços tecnológicos e técnicos, vinculados a experiências de trabalho interdisciplinar, que enriquece e potencializam as investigações  com novas formas de identificação, análise e interpretação do registro arqueológico; justificam propiciar encontros, em que se possa compartilhar experiências teóricas, técnicas e metodológicas. Junto à consolidação da disciplina se encontra a problemática da legislação, proteção e manejo do patrimônio cultural subaquático na região. Pontos que serão objeto de discussão e reflexão coletiva, já que o desenvolvimento deste campo de conhecimento requer um adequado marco normativo que possibilite a preservação, conservação e manejo do importante patrimônio cultural subaquático de nossa região, integrando a cidadania no processo de conhecimento e de proteção desses bens culturais.